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Estudo realizado nos EUA mostra que cigarro eletrônico pode ajudar quem quer parar de fumar

Pesquisa recrutou 638 adultos fumantes e foi realizada pelo MUSC Hollings Cancer Center
 

Os cigarros eletrônicos podem ser utilizados por quem deseja parar de fumar, de acordo com um novo estudo divulgado por uma equipe de pesquisadores do MUSC Hollings Cancer Center, localizado na Carolina do Sul. A pesquisa, que é o maior ensaio sobre cigarros eletrônicos já realizado nos Estados Unidos, mostrou que o uso dos dispositivos incentivou as pessoas a deixar de fumar – mesmo os participantes do estudo que afirmaram que não tinham intenção de parar. Os resultados foram publicados na eClinical Medicine.

O estudo recrutou 638 adultos fumantes, em 11 cidades dos EUA, e os separou em dois grupos. Um dos grupos recebeu cigarros eletrônicos durante quatro semanas e o outro não recebeu nenhum suprimento. Os participantes tinham mais de 21 anos e deveriam cumprir outros critérios de elegibilidade, como por exemplo, fumar mais de cinco cigarros por dia por ao menos um ano e não estar utilizando nenhum tipo de medicação para parar de fumar. A inclusão foi, ainda, restrita aos participantes com história mínima de uso de cigarros eletrônicos, definidos como não ter comprado ou utilizado esses dispositivos até seis meses antes da participação no experimento.
 

De acordo com os resultados da pesquisa, as pessoas do grupo que receberam cigarro eletrônico foram mais propensas a relatar abstinência completa de cigarros convencionais. Eles também foram mais propensos a relatar que reduziram o número de cigarros que fumavam por dia e o número de “tentativas de parar” com outros métodos. As tentativas de parar de fumar são uma métrica importante porque as pessoas geralmente precisam de várias tentativas antes de conseguirem parar de fumar.
 

Países como o Reino Unido já adotaram o cigarro eletrônico como um método de redução de danos à saúde para adultos que fumam. Em abril, o país anunciou o programa “Swap to Stop” (Trocar para parar) que distribuirá kits iniciais de vaporização a 1 milhão de pessoas que fumam. Para o médico Renato Veras, a pesquisa é relevante no que diz respeito à aplicação de métodos eficazes para auxiliar adultos fumantes que desejam parar de fumar. “O estudo comprova a eficácia dos dispositivos como medida de redução de danos e como ferramenta na luta contra o tabagismo”.
 

No Brasil, a venda, a importação e a publicidade dos cigarros eletrônicos são proibidas desde 2009 pela Anvisa. Mas, isso não impede o consumo: dados do Ipec 2022 mostram que existem 2,2 milhões de consumidores adultos regulares no país. O processo de regulamentação está em discussão na Anvisa, que prevê iniciar a consulta pública neste segundo semestre.