Descobri que minha “mãe” se alimenta da minha dor 

Narcisismo 

Narcisismo ou transtorno da personalidade narcisista é o termo técnico para designar pessoas que possuem o transtorno psiquiátrico que de acordo com o Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-5) é caracterizado por um padrão difuso de grandiosidade (em fantasia ou comportamento), necessidade de admiração e falta de empatia. Um narcisista nutre psicologicamente um comportamento social disfuncional concentrado apenas no próprio ego e na desvalorização dos demais. 

Narcisismo “materno”: O que é? 

É quando uma mulher com esse transtorno psiquiátrico gera filhas e as utiliza como um suprimento egocêntrico. Ela é somente a progenitora, mas a maternidade não acontece, pois não há amor, não há vinculo afetivo ou qualquer outro sentimento maternal. Quem possui o transtorno narcisista tem um comportamento tóxico e abusivo, inclusive com as próprias filhas, onde o objetivo da mãe narcisista é alimentar o seu próprio ego através da energia vital de suas filhas e com isso o seu principal método é afetar o aspecto emocional e psicológico com um jogo de mentiras e manipulações que foca principalmente em destruir a autoestima, a autoconfiança e a autonomia das filhas, pois tornando-as inseguras ela as mantém presas sob o efeito de um ciclo de abusos. 

O livro ilustrado - A porta do meu mundo - Vencendo o narcisismo “materno” 

O livro ilustrado que aborda em sua temática o processo de cura para filhas de mães narcisistas é o mais novo projeto do casal de artistas Léo Shun e Lorena Crist, e também faz parte do trabalho de conclusão de curso do Léo Shun que estuda Belas Artes na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). O resultado de toda essa construção de trabalho e pesquisa será apresentado no dia 03/08/2023, quinta feira, às 15 horas no PAP (Pavilhão de aulas práticas) da UFRRJ, em Seropédica. 

O casal de artistas é desbravador quando o assunto é arte, seus projetos artísticos envolvem murais, palestras, oficinas de graffiti, exposições de arte, música, literatura e ilustração. No entanto, a inquietude do casal de artistas fez nascer recentemente o mais novo livro intitulado A porta do meu mundo - Vencendo o narcisismo “materno”, uma narrativa que aborda o narcisismo sob o olhar da vítima. Este já era um tema bastante conversado entre os dois, Lorena julga importantíssimo que informações sobre esse tema sejam difundidas entre as pessoas, pois “muitas vítimas do narcisismo ‘materno’ nem sabem que estão dentro desse drama por não terem acesso a esse tipo de informação. O mais interessante é que vemos no livro uma relevância social e uma forma de contribuir com as pessoas que ainda sofrem nas mãos de quem tem o transtorno, afinal para muitos o narcisismo ainda é um tabu, principalmente quando é associado à figura materna, e por isso acaba sendo interpretado ou transformado em um assunto bastante delicado e complexo. O que também alimenta essa desinformação é o fato de que pessoas com transtorno narcisista possuem uma habilidade de manipulação e persuasão, e utilizam essa habilidade para projetar na vitima uma culpa que não lhe pertence, transformando a vida das vítimas em uma subsistência tóxica, cheia de traumas”, diz Lorena Crist. 

Léo Shun que está na reta final da faculdade segue muito entusiasmado com o universo da ilustração e por isso escolheu um projeto prático como trabalho de pesquisa para a conclusão de curso, seu tema é: “A porta do meu mundo. Estudo e concepção de livro ilustrado sobre arte e introspecção para filhas de ‘mãe’ narcisista”. 

Nesse ultimo período Shun esteve totalmente dedicado à pesquisa cientifica relacionando a arte à psicologia, e dentro dessa pesquisa desenvolveu a produção do seu livro ilustrado. Em seu projeto de monografia ele descreve em mais de 100 páginas o que motivou a escolha do tema e detalha toda a sua prática tanto na parte científica quanto em seu processo prático e criativo, e tudo o que contribuiu para suas inspirações e referências na ilustração desse livro. 

O livro traz uma proposta de narrativa imersiva e interativa, destacando de forma leve, sucinta e acolhedora, o processo de cura que envolve crises e diálogos profundos da personagem com a própria interioridade. Em um trabalho de pesquisa minucioso Shun explorou técnicas diferentes e um tanto ousadas para compor as ilustrações, utilizando tinta spray, colagem, lápis de cor, aerografia, pastel oleoso e aquarela. Essa liberdade de experimentações de técnicas e materiais de trabalho proporcionou ao artista uma grande liberdade, deixando o próprio processo criativo fluir. 

Sinopse do livro A porta do meu mundo. Vencendo o narcisismo “materno”. 

O livro é um convite a um mergulho interno e profundo, a historia se passa no “Eu interior”, revelando a personagem e todo o movimento que ela faz para o despertar do autoconhecimento e dos enfrentamentos gerados pelas crises do impacto de ser uma sobrevivente do narcisismo “materno”. Olhar para dentro de si pode ser a princípio assustador, mas também é instigante. Com isso a personagem principal faz uso de uma narrativa reflexiva, sugerindo e convidando o leitor para se sentir submerso dentro da história ao longo da leitura. 

A sobrevivente do narcisismo “materno” como protagonista de livro ilustrado 

O livro A porta do meu mundo - Vencendo o narcisismo “materno” destaca e dá a devida importância à filha, sobrevivente do narcisismo “materno”, estimulando o seu protagonismo, validando e acolhendo os seus processos, bem como sua autoestima e competências. É importante destacar que a personagem principal e sobrevivente do narcisismo “materno” é também a protagonista da historia e é sob o seu ponto de vista e na sua interioridade que tudo acontece. Este é um livro que oferece bem mais do que ilustração e literatura, pois valoriza a vítima em uma perspectiva humana e psicológica evidenciando o seu lugar de fala que merece total atenção e acolhimento, o livro oferece um novo olhar ressignificante da dor (lágrima) e do protagonismo, para que assim as filhas sobreviventes do narcisismo se sintam representadas e possam se reconhecer enquanto vencedoras para que se enxerguem e percebam as suas possiblidades no processo de tratamento e cura. É preciso enaltecer alguém que tem coragem de admitir “eu não mereço isso”, alguém que tem coragem de furar a bolha do pré-julgamento social que culturalmente ensina a ver a figura materna de forma romantizada, sagrada e muitas vezes idealizada como uma pessoa perfeita e incapaz de fazer o mal, e com isso a visão cultural de maternidade acaba ajudando a narcisista a camuflar sua toxidade e servindo como escudo ou álibi perfeito.  

O livro faz essa crítica social ao mesmo tempo em que empodera e encoraja a filha sobrevivente, estimulando a introspecção como mediadora de um diálogo profundo, sensível e extremamente necessário, afinal não é fácil colocar em pratica o amor próprio quando sempre te empurraram para o lado contrário ao longo da vida. 

O narcisismo ‘materno’ é um tema que precisa ser mais debatido e de mais visibilidade, pois muitas vítimas do narcisismo ainda desconhecem esse assunto e tendo acesso à informação elas podem entrar num processo de recuperação emocional e também recuperar o senso de identidade, que é profundamente atacado nas filhas de mães narcisistas. Acredito no poder da arte, acredito que a arte, através do livro ilustrado, pode ser uma aliada e conduzir a leitora ao movimento de introspecção, gerando naturalmente a autorreflexão e o autoconhecimento, essa é a proposta desse livro”, diz Léo Shun.  

O próximo passo dos artistas é a publicação do livro, eles buscam por editoras que se interessem pelo tema e por projetos diferentes, criativos e ousados. Afinal, o livro A Porta do meu mundo – Vencendo o narcisismo materno é uma proposta nova sobre um tema que atinge um número gigantesco de mulheres e é muito pouco discutido. Os artistas contam que a narrativa é direcionada principalmente às filhas de “mãe” narcisista, mas pode dialogar facilmente com outros públicos porque o processo de cura pesquisado para a construção da história possui diversos pontos que se identificam com pessoas que vivem crises emocionais, introspectivas ou que estão em busca de autoconhecimento. 

“O livro foi inspirado e pensado primeiramente para as filhas de ‘mãe’ narcisista, porém acreditamos que o potencial de diálogo da história alcance diferentes tipos de pessoas. E o fato de ser um livro ilustrado não quer dizer que é um livro infantil, ele pode sim, e deve, ser utilizado para crianças, mas é uma história para pessoas de todas as idades, afinal a ilustração é algo que funciona e encanta desde a criança até o adulto” 

Para conhecer mais sobre os projetos do casal Léo Shun e Lorena Crist é só acompanhá-los através das redes sociais, Léo Shun no Facebook e @leoshun_rj e @lorenacristoficial no Instagram. 

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