“Qual Moda para qual Mundo?” esse foi o
desafio proposto aos estilistas Fernanda Lima, Francceska Jovito, Gabrielle
Silva, Geremias Marins e Hector Luquini, vencedores do 1º Desafio do Instituto
Casa dos Criadores, no ano passado, e abraçado pela marca
Moda com propósito é o que une a gigante do varejo Riachuelo a cinco jovens
estilistas de distintas regiões do Brasil: para além da expressão individual,
estilo também é representatividade, comunidade e pertencimento. Foi assim que
nasceu a CRIA, coleção assinada pelos vencedores do desafio “Qual Moda para
qual Mundo?”, idealizado pelo 1º Desafio do Instituto Casa dos Criadores - com
apoio do Instituto Riachuelo.
Fernanda
Lima, Francceska Jovito, Gabrielle Silva, Geremias Marins e Hector Luquini, são
a nova geração de criativos que trazem as suas vivências nas favelas
brasileiras como inspiração para cada peça da coleção que, por meio do mood
streetwear, esbanjam atitude e contam histórias da cultura dos subúrbios por
meio da moda.
Partindo
do viés da consciência e expressão social, camisetas oversized, moletons,
calças cargo e wide leg, croppeds, coletes, macacões, parkas, jaquetas e
vestidos dão vida a essa narrativa que preza pela versatilidade e conforto,
propondo também a ruptura de gênero e a valorização de um estilo urbano com
estética visual periférica, muitas vezes, incompreendida, com orgulho.
As
tendências e o estilo das ruas são traduzidos em looks com uma cartela que
privilegia o P&B, terracota e bege, remetendo às estruturas da arquitetura
dos subúrbios, que se desdobram em estampas inspiradas no grafite e molduras
urbanas. Entre os destaques, a estampa origens apresenta em um vestido e blusa
de tule inúmeras gírias e frase como: Oxi, Né, Massa, Bicho, Fita, “Pega a
visão”, “Mó Cota” e tantas outras verbalizadas nas ruas de periferias e cidades
do país.
Confeccionada na Guararapes, fábrica da
Riachuelo em Natal, no Rio Grande do Norte, com 100% de energia renovável, a
coleção preza pelo reaproveitamento de tecidos e aviamentos que estavam no
estoque da operação fabril da marca - usados nas cores originais para evitar o
tingimento e estampas digitais, com a premissa de reduzir o impacto ambiental.
Campanha
A
campanha traz os cinco estilistas como estrelas dos filmetes e fotos para
retratar a collab através de um cenário industrial e street, que transmite a
complementaridade da coleção com o cenário urbano. Não há distinção de
periferias e cidades, trata-se de uma fusão do que é o país, convidando a todos
a vivenciarem a essência da cultura nacional.
O
lançamento oficial da coleção CRIA e a pré-venda online, acontece no dia 16 de
julho, encerrando a última semana da 52ª edição da semana de moda Casa dos
Criadores. A partir do dia 17 de julho, a coleção estará disponível em lojas
selecionadas e no e-commerce da marca.
Sobre os jovens estilistas
Vindos
da Bahia, Mina Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, unidos pelo dom nato para a
moda e a busca por aperfeiçoamento, os participantes do grupo de estudo Bôboàpi
no 1º Desafio do Instituto da Casa dos Criadores, programa que tem como foco a educação,
pesquisa e capacitação gratuita de artistas, estilistas e diferentes
profissionais ligados aos universos da moda e da arte, Fernanda, Francceska,
Gabrielle, Geremias e Hector se uniram na idealização do CRIA. Nome que faz um
paradoxo com o dialeto das ruas e vivência nas periferias.
“Não
é a cor da pele que nos une, é a vivência”, diz Gabrielle, de apenas 25 anos,
moradora de São Gabriel, periferia de Belo Horizonte, Minas Gerais. A jovem
designer sintetiza bem os laços que fizeram da coleção Cria um sucesso:
“construímos looks em cima da viabilidade de sobras de produtos, sem rótulos e
que prezam pelo conforto, todo mundo pode usar. E mais que isso, focamos na
falta de visibilidade da estética periférica na moda, vista ainda como uma
forma muito estigmatizada. Periferia não é só pobreza ou violência, ela
borbulha cultura, moda, arte, música e dança”.
Foi
com esse denominador em comum que os cinco optaram por, como eles mesmos falam:
“mostrar que não é sobre pessoas pretas, é sobre pessoas pretas fazendo coisas.
Desta forma, definimos que a equipe por trás de toda a criação teria que ser
diversa e ter familiaridade com a nossa história”.
Hector,
o mais novo deles, complementa dizendo que “a escolha fala por si só. A maioria
da população preta está na periferia, não faço parte de uma favela, mas está
muito próxima da minha realidade. Acredito na moda como uma forma de transmitir
conflitos internos e ideais”.
“De
que forma a moda está me alcançando?”. Esse foi um dos questionamentos que
Francceska, modelo mineira, de Teófilo Otoni, e dona da marca Cafundó teve ao
se desafiar junto ao grupo na temática. “Modelei desde os meus 15 anos, tive que
alisar o cabelo, me portar de uma maneira que não era a minha, que era
nitidamente influenciada pela branquitude da indústria na época. Olho e vejo
que estou vivendo a transição do segmento, chegando neste momento que, por meio
do Instituto Casa dos Criadores e da Riachuelo, num mundo pós-pandêmico,
podemos nos expressar”, celebra.
Geremias,
cientista econômico e criativo da marca EUSOU, vê na decisão um ato de
representatividade. “Sou uma das pessoas na favela que eu moro, que se veste
com um estilo diferente, acho bacana quando as crianças me veem e comentam:
você parece um jogador de futebol. Me torno uma referência, por meio da moda,
que fala mais sobre possibilidade”. A moda que sai da periferia é muito
criticada no país, fora daqui acompanhamos um movimento inverso. A moda é arte,
ela se renova. Hoje vejo mais homens com croppeds e saias, e isso não tem a ver
com sexualidade, tem a ver com se comunicar e resistir em certos locais”,
conclui o designer.
No
fim, mais um elo entre eles foi criado, a experiência imersiva que a Riachuelo
os proporcionou ao levá-los para o parque fabril da Companhia no Nordeste. “A
partir do momento que pisei na fábrica, deixei de comprar somente uma peça nas
araras de uma loja, passei a comprar também uma história por trás daquela peça,
vi o impacto real na vida de todas aquelas pessoas. Visitamos toda a fábrica,
almoçamos com eles, eles tiravam fotos conosco”, relembra Fernanda, baiana,
dona da marca Nitàh, neta de costureira e hoje tem o apoio da mãe, Cristina,
tendo a sorte também de ser apadrinhada por uma 'maínha' da costura, a Meire. “Minha
avó me criou, ela nunca quis ensinar para os filhos a arte da costura, dizia
que não queria um filho costurando sem ter condição de utilizar aquela peça
algum dia. Mas, hoje ela vê que estou trabalhando com isso e que estou colhendo
frutos”.
Sobre
o Instituto Riachuelo:
Criado com o propósito de transformar
vidas por meio da geração de trabalho e renda, o Instituto Riachuelo promove o
desenvolvimento econômico e social, impactando cerca de 250 pequenos e médios
empreendedores e beneficiando indiretamente 50 mil pessoas no Sertão do Rio
Grande do Norte, berço da companhia homônima que possui 75 anos de história.
Inicialmente a organização está estruturada para atender cinco principais pilares:
empreendedorismo e desenvolvimento da comunidade, que inclui projetos na cadeia
têxtil, como oficinas de costura, o artesanato e bordado potiguar e o cultivo
de algodão agroecológico; educação e capacitação profissional, por meio do
programa “Jovem Empreendedor” em parceria com a Junior Achievement e pela
viabilização de bolsas de estudo para filhos de colaboradores, em parceria com
o SESI e Sistema FIERN; economia de reciclagem têxtil em circuito fechado,
apoiando o Grupo Guararapes em sua parceria com o IPT (Instituto de Pesquisas
Tecnológicas) para trabalhar a circularidade das peças na cadeia produtiva e
dar nova vida a resíduos têxteis; doações, buscando organizações que
desenvolvem um trabalho sério para promover impacto positivo na vida de crianças
e jovens pelo país; e saúde e bem-estar, que promove programas de saúde no
sertão.
Sobre
a Riachuelo
Com 75 anos de história, a Riachuelo
trabalha com o propósito de conectar desejos a realizações. Unindo inovação,
dinamismo e agilidade para entregar coleções e produtos para todos os estilos,
a rede é uma das principais referências do setor e é reconhecida como uma das
maiores empresas de moda do Brasil. São mais de 30 milhões de clientes no
cartão Riachuelo e mais de 390 lojas próprias espalhadas pelo país.