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Importância do Turismo na economia do Brasil entra no debate nacional

 

Em entrevista à Rádio CBN, presidente da Embratur, Marcelo Freixo, destaca a importância do setor

que movimenta 571 atividades econômicas no país e está em pauta no Senado

por meio da Medida Provisória 1147/2022 (MP do Perse)

 

Atualmente, o Turismo é uma atividade econômica importante nas cidades de todo o país (Foto: Embratur / Sebrae)

 

15/05/2023 -- O papel do Turismo no modelo econômico de desenvolvimento do país passou a ser tema de debates no Congresso Nacional desde a aprovação da Medida Provisória 1147/2022 (MP do Perse) na Câmara dos Deputados, em 25 de abril. Prestes a ser votada no Senado Federal, a medida emergencial de retomada do setor de eventos traz, entre outros destaques, a destinação de 5% do orçamento do Sesc/Senac para a promoção do Brasil no exterior -- realizada pela Embratur --, incentivando a entrada de turistas estrangeiros no país.
 

Em entrevista à Rádio CBN na manhã desta segunda-feira (15), o presidente da Agência, Marcelo Freixo, frisou a importância do debate sobre o papel do Turismo no modelo de desenvolvimento econômico do país. “O Turismo é uma atividade econômica das mais importantes do mundo no século XXI. O Brasil tem um grande potencial e o debate amplo é sobre como a gente pode oferecer com o turismo alternativa às madeireiras ilegais na Amazônia, pode combater o garimpo ilegal criando alternativas turísticas em regiões de preservação ambiental”, defendeu Freixo.
 

“O mundo olha para o turismo como grande gerador de empregos e renda. Olha o que está acontecendo com Portugal, que dobrou o número de turistas estrangeiros em cinco anos. O orçamento de Portugal para o turismo é de 250 milhões de euros. O debate não é contra o Sesc, sou admirador e tenho profundo respeito. É um debate sobre projeto de desenvolvimento sustentável”, acrescentou. Em abril, a Embratur firmou parceria com a Turismo de Portugal, agência de promoção do turismo daquele país, para compartilhamento de dados e estratégias.

 

Atualmente, o Turismo é uma atividade econômica importante nas cidades de todo o país. De acordo com estudo da Gerência de Informação e Inteligência de Dados da Embratur, o consumo do turista no Brasil movimenta 571 atividades econômicas: 21 serviços ligados diretamente ao turismo, como agências de turismo, hotéis, companhias aéreas; 191 atividades dedicadas aos moradores locais, como bares, restaurantes, táxis e serviços médicos, mas que também atendem turistas; 142 ligadas aos setores de fornecimento de bens e serviços que atendem as empresas de turismo, como agricultura familiar, terceirização de serviços de limpeza e contabilidade e 217 não são ligadas ao turismo, mas se aquecem quando há mais turistas no país. É o caso de oficinas mecânicas e construção civil. Um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que, a cada R$ 1 investido na promoção do turismo, R$ 20 são injetados na economia do Brasil por meio do consumo dos visitantes estrangeiros, um retorno de até 2.000% para a economia.

 

Desenvolvimento socioeconômico
Ainda durante a entrevista à CBN, Marcelo Freixo destacou que, somente no primeiro trimestre de 2023, o Brasil recebeu 2,3 milhões de turistas internacionais. Juntos, eles injetaram na economia do país o equivalente a R$ 8,6 bilhões, que aqueceram o comércio e, consequentemente, movimentaram emprego e renda nas cidades.

 

Vale ressaltar que a movimentação das atividades turísticas envolvem, obrigatoriamente, os setores de serviço e comércio. “Não há possibilidade de um turista vir para o Brasil e não consumir num restaurante, não se hospedar num hotel, não pegar um táxi ou Uber, não comprar um artesanato. O comércio e o serviço são atividades que ganham com o Turismo, há um retorno. Esses 5% do Sesc e Senac devem ser entendidos como investimento. O valor investido volta, mas, no caminho, gera mais empregos para milhões de brasileiros”, destaca o presidente da Embratur, Marcelo Freixo.

 

O orçamento de Sesc e Senac tem origem na contribuição compulsória das empresas, que é recolhida pela Receita Federal da folha de pagamento dos trabalhadores e repassado para as entidades. Com mais estrangeiros visitando o país, aumenta a demanda desses setores, que fatura mais e contrata mais trabalhadores. Cresce também a contribuição social sobre a folha, que é a principal fonte de receita do Sesc/Senac.