Na segunda análise da defasagem na precificação dos combustíveis, o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) avalia que a gasolina e o diesel no mercado nacional estão, respectivamente, 7,34% e 17,18% abaixo dos valores praticados pelo mercado internacional. Isso mostra uma tendência de alta para preços dos derivados. O GLP está 34,90% mais caro em território nacional e o cálculo leva em conta os baixos volumes de importação, que pressionam as taxas de frete com limites nos tamanhos de navios e dos postos. O documento reforça que a gasolina completa 45 dias sem qualquer reajuste no Brasil.
 

O CBIE ainda considera que esta conjuntura -- especialmente os contratos futuros de petróleo e derivados - tem sido impactada pela manutenção da política do programa “COVID Zero” do governo chinês. O recente discurso do presidente Xi Jinping, realizado em 16 de outubro, pode ser um indicativo de novos choques de demanda no curto prazo, além de geração de impacto nos custos de logística e entrega de matéria-prima para o segmento de infraestrutura. “O ressurgimento de casos de coronavírus, ainda que de forma pontual, podem desencadear novas medidas restritivas”, analisa Pedro Rodrigues, diretor executivo da consultoria.
 

A queda na cotação destes combustíveis foi contrabalanceada pelo desempenho negativo do dólar, que iniciou esta semana revertendo parte dos ganhos dos dias anteriores e aliviou a pressão sobre os sistemas financeiros internacionais, o que deve seguir como tendência no curto prazo. “Cabe ressaltar que existe uma variação nos preços do petróleo e do dólar diariamente e precisamos estar atentos para possíveis volatilidades para compreender e revisar este cenário. As análises diárias de defasagem mostram uma tendência e não uma certeza de reajuste nos preços”, conclui Pedro.