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Em Outubro, pacientes com Niemann-Pick (ASMD) celebram nova perspectiva com primeiro e único tratamento para a patologia


Doença rara pode acometer 1 a cada 200 mil pessoas no mundo1 e até agora os cuidados disponíveis eram limitados a acompanhamento e contenção dos sintomas

 

São Paulo, outubro de 2022 -- O mês de outubro é dedicado à conscientização sobre a Deficiência de Esfingomielinase Ácida (ASMD), também conhecida como Doença de Niemann-Pick A, A/B e B, uma doença rara que causa sintomas crônicos, potencialmente graves e diminui a expectativa de vida dos pacientes2,3. Estima-se que 1 a cada 200 mil pessoas no mundo tenha o gene causador da doença2. No Brasil, não há números oficiais a respeito da patologia, sendo que a falta de informação e o desconhecimento sobre a doença dificultam o diagnóstico, que pode demorar mais de uma década para ser realizado4. Esse ano, entretanto, a celebração da data será um marco para a comunidade que convive com a condição, já que em setembro a Anvisa aprovou a alfaolipudase, primeira e, atualmente, única terapia aprovada para o tratamento específico de ASMD, mudando a perspectiva da doença para os pacientes e suas famílias.

 

O medicamento contribui para a reposição enzimática de manifestações não relacionadas ao sistema nervoso central em pacientes pediátricos e adultos com ASMD tipo A/B ou tipo B. Nos Estado Unidos, recebeu a designação de Terapia Inovadora, que acelera o desenvolvimento e a revisão de medicamentos destinados a tratar doenças e condições graves ou com risco de morte. O medicamento também foi aprovado pela Autoridade Regulatória Europeia (EMA). Dessa forma, os pacientes agora podem contar com um tratamento específico que atua na causa da doença, que se soma às medidas gerais de controle de sintomas praticadas até então.

 

Os estudos clínicos mostraram que o tratamento  melhorou a função pulmonar e reduziu os volumes do baço e do fígado em adultos e crianças5,6. A aprovação é baseada em dados positivos, nos quais houve melhora clínica relevante na função pulmonar, na contagem de plaquetas e a redução de volumes do baço e do fígado.

 

Características da doença

A ASMD é uma doença genética progressiva com morbidade e mortalidade significativas, especialmente entre lactentes e crianças2,3. A ASMD se divide entre três tipos: A, B e A/B. Como é rara e pouco conhecida, pode não ser detectada em estágios iniciais, o que implica na progressão da doença, causando sintomas sérios e que podem levar a óbito, principalmente no tipo A, considerado o mais grave. Nesses casos, muitos pacientes pediátricos não sobrevivem até a idade adulta2,3. O tipo A acomete o cérebro e o sistema nervoso central, com início na infância e rápida progressão. No tipo B, os sintomas podem aparecer em qualquer idade e envolver o sistema nervoso central, mas a progressão é lenta. Por fim, o tipo A/B é uma junção das características anteriores, podendo iniciar em qualquer idade e afetar diversos órgãos2,3.

 

O paciente com ASMD não produz as enzimas necessárias para decompor a esfingomielina, um tipo de lipídio. Os lipídios, também conhecidos como gorduras, possuem estrutura molecular variada e podem funcionar como reserva energética, isolante térmico ou até auxiliar na composição da membrana plasmática das células. Quando se acumulam nas células, causam danos por todo o corpo. Os principais são aumento do baço ou fígado, dificuldade para respirar, infecções pulmonares e hematomas ou sangramentos incomuns, entre outras manifestações que podem variar conforme o espectro2,5,6.

 

O Tipo A costuma ser diagnosticado na primeira infância, em bebês com média de 3 meses de idade que apresentam sintomas neurológicos, respiratórios, gastrointestinais e déficit de crescimento. Em geral, a mortalidade se dá aos 3 anos de idade por infecção respiratória2,7,8.

 

Já o Tipo B apresenta manifestações sistêmicas crônicas, lentamente progressivas, com degeneração neurológica e se manifesta em pacientes pediátricos por meio de sintomas como atrasos motores e dificuldades de aprendizagem. Geralmente, a sobrevivência é mais prolongada em comparação com a ASMD tipo A.

 

Diagnóstico

As doenças raras caracterizam-se sua ampla diversidade de sinais e sintomas que podem ser relacionadas à outras enfermidades e patologias7. Isso impacta diretamente na busca do diagnóstico assertivo, que pode levar de 5 a 15 anos8.

 

No caso da ASMD, muitos sintomas são semelhantes aos de câncer de sangue e doenças cardíacas e pulmonares. Certos sintomas da doença também se sobrepõem à doença de Gaucher, outra condição genética rara que pode piorar com o tempo. O diagnóstico é feito por um teste enzimático, conhecido como teste em gota de sangue seco, DBS (dried blood spot), que pode apresentar a baixa atividade da enzima ASM. A confirmação pode ser feita com teste molecular.

 

 

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Referências

1. McGovern MM, Wasserstein MP, Bembi B, Giugliani R, Mengel KE, Vanier MT, et al. Prospective study of the natural history of chronic acid sphingomyelinase deficiency in children and adults: eleven years of observation. Orphanet J Rare Dis. 2021;16(1):212.
 

2. McGovern MM, Avetisyan, R., Sanson, B. et al. Disease manifestations and burden of illness in patients with acid sphingomyelinase deficiency (ASMD). Orphanet J Rare Dis 12, 41 (2017). Disponível em: Link.


3. Wasserstein MP, Schuchman EH. Acid sphingomyelinase deficiency. In: Pagon RA, Adam MP, Bird TD, et al, eds. GeneReviews™ [Internet]. Seattle (WA): University of Washington, Seattle; 1993-2013. 2006 Dec 07 [updated February 25, 2021]. Disponível em: Link. 

4. Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial. Disponível em: Link. Acesso em 28/09/2022.


5. McGovern MM, Aron A, Brodie SE, Desnick RJ, Wasserstein MP. Natural history of Type A Niemann-Pick disease: possible endpoints for therapeutic trials. Neurology. 2006;66:228--32.


6. McGovern MM, et al. Genet Med 2017:19(9):967-974

7. Ministério da Saúde. Doenças Raras. Disponível em: Link. Acesso em 04 out 2022.


8. Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial. Disponível em: Link. Acesso em 28/09/2022.
 

9. Kaplan P, Baris H, de Meirleir L, et al. Eur J Pediatr. 2013;172:447-458.