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Ciro Gomes fala em requalificar professores e criar metas e prêmios para alavancar educação

Candidato foi o primeiro presidenciável a participar da sequência de encontros promovidos pela Fiesp e o Ciesp

 

A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e o Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) deram início ontem a série de encontros com candidatos à Presidência da República para as Eleições 2022. Ciro Gomes, do PDT, que teve a candidatura lançada oficialmente no dia anterior (20), foi o primeiro convidado e foi questionado sobre temas como educação e reforma tributária.

O evento teve comando do presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, e lotou com seus diretores de todo o estado o auditório da entidade, que tem capacidade para 250 pessoas. Na transmissão pela internet, mais de cinco mil usuários também acompanharam o encontro.

O presidente em exercício do Ciesp, Vandermir Francesconi, foi um dos primeiros participantes a fazer pergunta ao candidato e explorou o tema educação. Francesconi citou alguns dados alarmantes da educação brasileira como o fato de 36,5% dos jovens de 19 anos não terem concluído o Ensino Médio e de 31,2% dos jovens de 18 a 24 anos não trabalharem nem estudarem hoje.

“Esses números agravados pela pandemia destacam a urgência em termos de uma política pública para a nossa juventude.

Que diretrizes estratégicas, o senhor cogita para enfrentar os problemas apontados? A educação merece entrar na agenda econômica do país?”, questionou o presidente interino do Ciesp.

O presidenciável defendeu que o Brasil mude seu paradigma pedagógico, que segundo ele, está vinculado à cultura de “decorar”, o que resulta em um aprendizado raso. Gomes defendeu ainda a expansão de um modelo educacional já utilizado no Ceará, que tem se destacado no país pela qualidade do Ensino.

Segundo ele, os professores passaram voluntariamente por uma requalificação e foram estipuladas metas e premiações como o pagamento de salários extras para as escolas que se enquadrarem. As escolas cearenses teriam se tornado mais “encantadoras” para os alunos, conforme ocorreram investimentos em dispositivos tecnológicos e num modelo pedagógico mais digital.

O presidenciável alegou ainda que para não serem demagógicos, os projetos na área precisam de orçamento definido. “Nós precisamos tomar finalmente uma decisão de revolucionar a educação no Brasil. Não podemos deixar por menos”, disse Ciro.

Reforma Tributária
O candidato também falou de outro tema de grande interesse das indústrias, a reforma tributária, e apontou que a Previdência Social do país tem um modelo insustentável para os dias de hoje, o que estaria prejudicando a efetivação de uma reforma tributária, apesar das promessas serem recorrentes entre as lideranças políticas há muito tempo.

Segundo ele, a demografia jovem e o baixo número de brasileiros ocupados com carteira assinada não dão conta de sustentar o pagamento dos aposentados que hoje estão vivendo até uma média de 73 anos.
“Como ela [a Previdência Social] não quebrou ontem, ela vem quebrando, nós vivemos introduzindo tributações. É possível consertar, mas nós temos que estabelecer um modelo tributário de financiamento, compreensivo do grande problema previdenciário. E aqui a tarefa é dupla porque ao resolver a equação do equilíbrio, nós precisamos desenvolver o regime de capitalização”, disse Gomes.

Agenda
Os candidatos convidados para os encontros foram escolhidos conforme desempenho baseado em pesquisas eleitorais do país. Os próximos participantes serão Luiz Felipe D’Avila (27/07), Simone Tebet (01/08), Luiz Inácio Lula da Silva (09/08), Jair Bolsonaro (data a confirmar) e Andre Janones (data a confirmar). Ao final, dos encontros, a Fiesp e o Ciesp entregarão uma carta-compromisso para que os candidatos assinem em defesa de questões defendidas pelas entidades como a reforma tributária, o combate à desigualdade social e a sustentabilidade do País.