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"O Golpista do Tinder": especialistas dão dicas sobre como proteger seu dinheiro e evitar ser vítima de estelionato amoroso



“O golpista do Tinder”, filme da Netflix que se baseia em uma história real, aborda o chamado estelionato amoroso, tipo de crime onde uma pessoa utiliza a confiança do relacionamento afetivo para obter vantagens ilícitas, levando a outra pessoa a um prejuízo econômico-financeiro.

No filme, participam as vítimas e o próprio golpista, o suposto milionário russo Simon Leviev que surge como um príncipe encantado do Tinder na vida de Cecilie Fjellhøy, Pernilla Sjoholm e Ayleen Charlotte, três mulheres que foram seduzidas pelo homem. Após uma série de eventos e artimanhas do golpista, que era o cabeça de uma organização criminosa, elas enviaram para o homem todas as suas economias e, ainda, pediram empréstimos vultosos em bancos.

O israelense Shimon Yehuda Hayut era quem se passava na verdade pelo bilionário do ramo de diamantes Simon Leviev para aplicar os golpes nas mulheres. Após conquistar a confiança das vítimas, colocava em prática sempre o mesmo plano para extorquir dinheiro e usá-lo com outras, acumulando milhões, num esquema semelhante a uma pirâmide financeira. Quando as mulheres perceberam que se tratava de uma farsa habilmente arquitetada, já era tarde demais...

Mas como não cair na armadilha de estelionatários que utilizam as redes sociais para atrair suas vítimas?

Segundo Fernanda Herbella, delegada de polícia do Estado de São Paulo e graduada pelo famoso FBI (Federal  Bureau of Investigation, dos Estados Unidos), golpes do tipo são mais comum do que se imagina. “O estelionato amoroso ocorre quando o autor do delito se vale da confiança conquistada em de ocorrência do relacionamento afetivo, para obter uma vantagem econômica às custas da vítima”, diz Herbella.

Como saber se você é uma vítima em potencial?

“Em geral, os criminosos buscam pessoas na faixa entre os quarenta e setenta anos, ou seja, basicamente quem tem um emprego e uma vida mais estável, do ponto de vista financeiro”, alerta Fernanda Herbella, comentando, ainda, que é comum que os autores desse tipo de crime sejam estrangeiros e conheçam as vítimas por aplicativos de relacionamento ou plataformas de prática de idiomas.

Cuidados que devem ser tomados

Mas há como se prevenir. Herbella destaca a importância de não compartilhar documentos pessoais, diminuindo as chances de se cair nas artimanhas de malfeitores. “E muito menos pedir empréstimos para entregar os valores solicitados pelo estelionatário, como aconteceu com as vítimas do Golpista do Tinder.”

Aline Bak, especialista em comportamento e segurança na internet, concorda. E destaca algumas precauções para quem usa aplicativos de relacionamentos. “É preciso certificar-se de que a pessoa que está do outro lado realmente existe, pesquisando em outras redes sociais e no próprio Google”, diz ela. E continua: “Quanto mais informação conseguir reunir, melhor. ”

Outra boa tática de prevenção sugerida por Aline é procurar manter algumas conversas pelo máximo de tempo possível, seja por mensagens ou chamada de vídeo, especialmente na fase que antecede o encontro presencial. “E quando marcar pessoalmente, faça-o sempre em um local público, como shoppings e restaurantes, por exemplo, preferencialmente de dia”, completa.

Quando desconfiar e que providências tomar

Mas mesmo após conhecer a pessoa na “vida real”, conforme explica Aline Bak, é prudente não se descuidar e ficar em estado de atenção: “especialmente no início da relação, esteja sempre de antena ligada. “Quando surgir um cenário inesperado, de crise, e que exija uma ação imediata, principalmente envolvendo pedido de dinheiro, este é um forte indício de que pode ser golpe”, destaca Aline. 

Conforme a especialista, há indícios que evidenciam que algo está fora da normalidade. “Quando houver uma situação de emergência, onde a pessoa use a confiança para fazer pressão, é preciso ficar em alerta”, diz ela.  “Se houver qualquer suspeita, procurar ajuda e denunciar em órgãos competentes”, explica Bak.

Porém, Aline reforça que o uso do Tinder não deve ser banido da vida das pessoas que estão em busca de um romance ou amizades. “Tanto na web como na vida real, pessoas mal-intencionadas vão continuar existindo”, diz a especialista. “Os aplicativos de namoro chegaram com o objetivo de revolucionar a forma como a sociedade se relaciona e dar chances para os mais tímidos. É preciso ter cuidado e estar atento; as medidas preventivas bastam”, conclui.