Teoria e prática
Desde o início do curso, os alunos da Ilum estarão envolvidos na resolução de problemas, por meio do desenvolvimento de projetos e experimentação nos laboratórios avançados da escola e com a imersão gradual no ambiente de pesquisa e inovação tecnológica do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), onde participarão de palestras, poderão usar equipamentos de ponta e acompanhar o trabalho dos pesquisadores.
Nos cinco primeiros semestres, haverá aulas teóricas e práticas na sede da Ilum e os estudantes terão acesso às instalações do CNPEM de duas a três vezes por semana no período da tarde. No último semestre, a imersão será total, com a execução integral do projeto final do curso no centro nacional de pesquisa, que conta com quatro laboratórios de referência nacional e o acelerador de partículas Sirius, fonte de luz síncrotron de última geração. Nesses ambientes, terão orientação de especialistas das mais diversas áreas que trabalham na maior e mais complexa infraestrutura de pesquisa do Brasil.
Currículo
A grade curricular envolve três grandes áreas do conhecimento científico: ciências da vida (biologia celular, biologia molecular, bioquímica, ecologia, genética e botânica), ciências da matéria (mecânica clássica, termodinâmica, teoria do eletromagnetismo, mecânica quântica, sistemas orgânicos e nanotecnologia) e linguagens matemáticas (álgebra linear, probabilidade estatística, ciência de dados, análise e modelagem). Haverá também disciplinas de humanidades e empreendedorismo (cultura clássica, ciência moderna, ética, inovação, gestão de projetos, cultura digital e cultura e sociedade).
"A escola se baseia em um modelo de ensino diferenciado e disruptivo para formar cientistas engajados e profissionais éticos, com formação humanista. Criamos na Ilum um ambiente de aprendizado significativo e integrado, e não apenas salas de aula, com ênfase no trabalho colaborativo, em que os alunos se reúnem para resolver problemas. Hoje em dia, nós sabemos que não adianta um cientista ser brilhante se não souber interagir com os seus pares", explica a historiadora Ivia Mineli, professora da Ilum.
Um exemplo dessa colaboração é a maneira como serão executados os projetos no último ano do curso. Cada projeto reunirá quatro alunos: dois serão pesquisadores principais e dois colaboradores, alternando essas posições a cada novo trabalho. O objetivo é desenvolver a capacidade de trabalhar em equipe, tanto em posições de liderança quanto de subordinação.
A arquitetura da escola reflete esse conceito colaborativo, com espaços para estudos, trabalhos em equipe e de convivência equipados com lousas móveis para que os estudantes possam interagir e trocar conhecimentos e experiências também fora da sala de aula e dos laboratórios.
A Ilum ocupa um prédio de 2,1 mil metros quadrados no bairro Santa Cândida, em Campinas (SP), onde nasceu o CNPEM, na década de 1980. Foi lá que foram projetados e construídos os equipamentos do primeiro acelerador de elétrons do Hemisfério Sul, o UVX.
O imóvel foi totalmente modernizado e adaptado para abrigar a escola, com um projeto especialmente pensado para criar um ambiente de inovação, em que pesquisa, ensino e experimentação estão integrados, garantindo também conforto ambiental e acessibilidade. Os alunos da Ilum contarão ainda com um centro de vivência fora da escola, que será construído no campus do CNPEM.