Nova área no Instituto SENAI de Química Verde reforça o Complexo Industrial da Saúde do Rio, gerando novos serviços, produtos e pesquisas. Para Fiocruz, estrutura pode fomentar no Rio de Janeiro a indústria de fármacos e medicamentos
Rio, 14 de outubro de 2021
Avançar na questão das variantes do SARS-CoV-2, sequenciando cepas que estão surgindo e circulando, por meio de análise genética do vírus, é um dos potenciais serviços do novo Laboratório de Biologia Molecular (Lab Biomol), que a Firjan inaugurou nesta quinta-feira, 14. A nova área do Instituto SENAI de Química Verde (ISI QV) apresenta tecnologia de ponta para desenvolver projetos na área de biologia molecular e biotecnologia, apoiar pesquisas de novos medicamentos, vacinas e outros insumos, reforçando, assim, o Complexo Industrial da Saúde do Rio de Janeiro. A cerimônia contou com a participação de autoridades, como a do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
"A pandemia do Covid-19 colocou o setor da saúde no centro das preocupações de todos os países e expôs as vulnerabilidades de cada país em suas estratégias para lidar com cenários críticos em matéria de saúde. Mesmo países desenvolvidos como os Estados Unidos, Alemanha e França, por efeito da Covid-19, trataram de refazer suas políticas nacionais, visando encurtar as longas cadeias de fornecimento de insumos e produtos médicos", afirmou Luiz Césio Caetano, presidente em exercício da Firjan.E complementou: "Cresce a importância do complexo industrial de saúde brasileiro, onde o Rio se destaca, pela força e qualidade de sua produção científica, através de uma vasta rede de instituições de ensino e pesquisa de elevado reconhecimento. Essa estrutura também se distingue por uma importante atuação industrial, no campo das vacinas, fármacos, além de inúmeros produtos na cadeia de valor da saúde".
A estrutura do Lab Biomol conta com um novo laboratório de Nível de Biossegurança 3 (NB3), segmento que abre novas perspectivas para as indústrias da área da saúde. No espaço com equipamentos de última geração, serão realizadas pesquisas para o desenvolvimento de novos diagnósticos e fármacos, trabalhando com micro-organismos mais perigosos.
O vice-presidente de Desenvolvimento Institucional e Gestão da Fiocruz, Mário Moreira, afirmou que o laboratório e o Complexo são oportunidades únicas para fomentar a indústria de medicamentos, vacina e diagnósticos.
"A pandemia mostrou o risco que é o Brasil ser dependente de uma indústria internacional. Tivemos dificuldade de importar, máscaras, respiradores. Fico feliz quando vejo a Firjan investir em uma estrutura como essa. A ausência de laboratórios desse nível de segurança fez muita falta na pandemia. Temos poucos como esse no Brasil", disse Moreira, que lembrou o projeto de construção da maior fábrica das vacinas da Fiocruz, em Santa Cruz. "Esse projeto vai demandar indústrias especializadas na produção de insumos, de equipamentos, de mão de obra. A Firjan pode entrar no esforço de organização dessa cadeia de suprimentos, de fornecedores, em torno desse projeto que pode catalisar a indústria do Rio de Janeiro", concluiu o vice-presidente da Fiocruz.
Somente neste século, a população mundial já se deparou com 4 diferentes coronavírus, sendo 3 deles relacionados a seres humanos: SARS-CoV, MERS-CoV e o SARS-CoV-2, o vírus da Covid-19. Já o SADS-CoV trouxe grandes prejuízos na indústria pecuária.
Ministro destacou fortalecimento do Complexo Industrial da Saúde
No evento de inauguração, o ministro da saúde, Marcelo Queiroga, também falou sobre a importância de parcerias público-privadas. "Esse laboratório é fundamental não só para o fortalecimento do Complexo Industrial da Saúde do Rio de Janeiro, mas para o fortalecimento das pesquisas. Tenho certeza que já veremos resultados expressivos no curto prazo", afirmou.
Para se ter uma ideia, os pesquisadores terão ao seu alcance, por exemplo, ferramentas necessárias para sequenciamento genético que permitirão a descoberta da circulação de agentes emergentes. Nesse caso, há pelo menos 3 agentes re-emergentes: os vírus da Zica, Chikungunya e Febre Amarela, além da Dengue e novos coronavírus.
Trata-se, portanto, de um laboratório altamente preparado para atender ao segmento farmacêutico e à área de saúde, desenvolvendo novos produtos e promovendo novas pesquisas. Além de integrar o complexo industrial de saúde fluminense, que reúne instituições como a Fiocruz, INCA, UFRJ, centros de pesquisas, entre outras, pela expertise desenvolvida o Lab Biomol também apoiará projetos nos segmentos de alimentos e bebidas; em petróleo, entre outras áreas da indústria do Rio. O secretário municipal da saúde, Daniel Soranz também participou da inauguração.
Modelo preditivo de doenças infectocontagiosas
Um dos primeiros e principais projetos do Lab Biomol é o "Modelo Preditivo de Doenças Infectocontagiosas com Impacto Ocupacional", desenvolvido em parceria com a Fiocruz. O objetivo é criar um modelo para predizer novas variantes do SARS-CoV-2, assim como entender doenças emergentes com grande potencial para antecipação de decisões sob o ponto de vista da saúde do trabalhador.
Vice-coordenador de Inovação do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Thiago Moreno explica que essas informações, verificadas a partir de testagens periódicas em funcionários de empresas parceiras, visam melhorar a saúde de trabalhadores da indústria fluminense. Mais adiante, o projeto poderá ser expandido para áreas de grande circulação de pessoas, como terminais aeroportuários e rodoviárias. "O laboratório será usado, por exemplo, para propagar em até 10 mil vezes mais as amostras de vírus que estavam em pacientes. Isso permite fazer estudos mais aprofundados sobre a biologia do vírus", acrescenta Moreno.
Numa área de 1.000 m², a instalação do Lab Biomol contou com recursos do BNDES para a adequação da infraestrutura e aquisição de avançados equipamentos. Ele faz parte do Complexo Tecnológico da Firjan na Tijuca, composto pelo Instituto SENAI de Tecnologia Química e Meio Ambiente (IST QMA), Instituto SENAI de Inovação em Química Verde (ISI QV), credenciados à Rede Embrapii, e o Centro de Inovação SESI em Saúde Ocupacional (CIS SO). O novo laboratório também integra a Rede SENAI de Biologia Molecular.
Indústria aguarda novos serviços
Presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos do estado do Rio de Janeiro (Sinfar-RJ), Carlos Fernando Gross destaca que o novo laboratório está preparado para oferecer novos serviços e produtos para empresas tanto da área de fármacos quanto de química. "O novo laboratório apresenta um alto nível de prestação de serviço, colaborando na prevenção das doenças emergentes", diz o vice-presidente da Firjan CIRJ.
Já o presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Químicas para fins Industriais do Rio de Janeiro (Siquirj), Isaac Plachta, lembra que os produtos biológicos são dominantes na indústria atual. "No passado, a síntese era o processo dominantes na indústria farmacêutica e na área química. Agora, são os processos biológicos que mostram sua importância e penetração em toda a indústria. Esse laboratório apresenta o que há de mais moderno para a nossa indústria e para os cuidados com a saúde do trabalhador", ressalta Plachta.
Rio, 14 de outubro de 2021
Avançar na questão das variantes do SARS-CoV-2, sequenciando cepas que estão surgindo e circulando, por meio de análise genética do vírus, é um dos potenciais serviços do novo Laboratório de Biologia Molecular (Lab Biomol), que a Firjan inaugurou nesta quinta-feira, 14. A nova área do Instituto SENAI de Química Verde (ISI QV) apresenta tecnologia de ponta para desenvolver projetos na área de biologia molecular e biotecnologia, apoiar pesquisas de novos medicamentos, vacinas e outros insumos, reforçando, assim, o Complexo Industrial da Saúde do Rio de Janeiro. A cerimônia contou com a participação de autoridades, como a do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
"A pandemia do Covid-19 colocou o setor da saúde no centro das preocupações de todos os países e expôs as vulnerabilidades de cada país em suas estratégias para lidar com cenários críticos em matéria de saúde. Mesmo países desenvolvidos como os Estados Unidos, Alemanha e França, por efeito da Covid-19, trataram de refazer suas políticas nacionais, visando encurtar as longas cadeias de fornecimento de insumos e produtos médicos", afirmou Luiz Césio Caetano, presidente em exercício da Firjan.E complementou: "Cresce a importância do complexo industrial de saúde brasileiro, onde o Rio se destaca, pela força e qualidade de sua produção científica, através de uma vasta rede de instituições de ensino e pesquisa de elevado reconhecimento. Essa estrutura também se distingue por uma importante atuação industrial, no campo das vacinas, fármacos, além de inúmeros produtos na cadeia de valor da saúde".
A estrutura do Lab Biomol conta com um novo laboratório de Nível de Biossegurança 3 (NB3), segmento que abre novas perspectivas para as indústrias da área da saúde. No espaço com equipamentos de última geração, serão realizadas pesquisas para o desenvolvimento de novos diagnósticos e fármacos, trabalhando com micro-organismos mais perigosos.
O vice-presidente de Desenvolvimento Institucional e Gestão da Fiocruz, Mário Moreira, afirmou que o laboratório e o Complexo são oportunidades únicas para fomentar a indústria de medicamentos, vacina e diagnósticos.
"A pandemia mostrou o risco que é o Brasil ser dependente de uma indústria internacional. Tivemos dificuldade de importar, máscaras, respiradores. Fico feliz quando vejo a Firjan investir em uma estrutura como essa. A ausência de laboratórios desse nível de segurança fez muita falta na pandemia. Temos poucos como esse no Brasil", disse Moreira, que lembrou o projeto de construção da maior fábrica das vacinas da Fiocruz, em Santa Cruz. "Esse projeto vai demandar indústrias especializadas na produção de insumos, de equipamentos, de mão de obra. A Firjan pode entrar no esforço de organização dessa cadeia de suprimentos, de fornecedores, em torno desse projeto que pode catalisar a indústria do Rio de Janeiro", concluiu o vice-presidente da Fiocruz.
Somente neste século, a população mundial já se deparou com 4 diferentes coronavírus, sendo 3 deles relacionados a seres humanos: SARS-CoV, MERS-CoV e o SARS-CoV-2, o vírus da Covid-19. Já o SADS-CoV trouxe grandes prejuízos na indústria pecuária.
Ministro destacou fortalecimento do Complexo Industrial da Saúde
No evento de inauguração, o ministro da saúde, Marcelo Queiroga, também falou sobre a importância de parcerias público-privadas. "Esse laboratório é fundamental não só para o fortalecimento do Complexo Industrial da Saúde do Rio de Janeiro, mas para o fortalecimento das pesquisas. Tenho certeza que já veremos resultados expressivos no curto prazo", afirmou.
Para se ter uma ideia, os pesquisadores terão ao seu alcance, por exemplo, ferramentas necessárias para sequenciamento genético que permitirão a descoberta da circulação de agentes emergentes. Nesse caso, há pelo menos 3 agentes re-emergentes: os vírus da Zica, Chikungunya e Febre Amarela, além da Dengue e novos coronavírus.
Trata-se, portanto, de um laboratório altamente preparado para atender ao segmento farmacêutico e à área de saúde, desenvolvendo novos produtos e promovendo novas pesquisas. Além de integrar o complexo industrial de saúde fluminense, que reúne instituições como a Fiocruz, INCA, UFRJ, centros de pesquisas, entre outras, pela expertise desenvolvida o Lab Biomol também apoiará projetos nos segmentos de alimentos e bebidas; em petróleo, entre outras áreas da indústria do Rio. O secretário municipal da saúde, Daniel Soranz também participou da inauguração.
Modelo preditivo de doenças infectocontagiosas
Um dos primeiros e principais projetos do Lab Biomol é o "Modelo Preditivo de Doenças Infectocontagiosas com Impacto Ocupacional", desenvolvido em parceria com a Fiocruz. O objetivo é criar um modelo para predizer novas variantes do SARS-CoV-2, assim como entender doenças emergentes com grande potencial para antecipação de decisões sob o ponto de vista da saúde do trabalhador.
Vice-coordenador de Inovação do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Thiago Moreno explica que essas informações, verificadas a partir de testagens periódicas em funcionários de empresas parceiras, visam melhorar a saúde de trabalhadores da indústria fluminense. Mais adiante, o projeto poderá ser expandido para áreas de grande circulação de pessoas, como terminais aeroportuários e rodoviárias. "O laboratório será usado, por exemplo, para propagar em até 10 mil vezes mais as amostras de vírus que estavam em pacientes. Isso permite fazer estudos mais aprofundados sobre a biologia do vírus", acrescenta Moreno.
Numa área de 1.000 m², a instalação do Lab Biomol contou com recursos do BNDES para a adequação da infraestrutura e aquisição de avançados equipamentos. Ele faz parte do Complexo Tecnológico da Firjan na Tijuca, composto pelo Instituto SENAI de Tecnologia Química e Meio Ambiente (IST QMA), Instituto SENAI de Inovação em Química Verde (ISI QV), credenciados à Rede Embrapii, e o Centro de Inovação SESI em Saúde Ocupacional (CIS SO). O novo laboratório também integra a Rede SENAI de Biologia Molecular.
Indústria aguarda novos serviços
Presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos do estado do Rio de Janeiro (Sinfar-RJ), Carlos Fernando Gross destaca que o novo laboratório está preparado para oferecer novos serviços e produtos para empresas tanto da área de fármacos quanto de química. "O novo laboratório apresenta um alto nível de prestação de serviço, colaborando na prevenção das doenças emergentes", diz o vice-presidente da Firjan CIRJ.
Já o presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Químicas para fins Industriais do Rio de Janeiro (Siquirj), Isaac Plachta, lembra que os produtos biológicos são dominantes na indústria atual. "No passado, a síntese era o processo dominantes na indústria farmacêutica e na área química. Agora, são os processos biológicos que mostram sua importância e penetração em toda a indústria. Esse laboratório apresenta o que há de mais moderno para a nossa indústria e para os cuidados com a saúde do trabalhador", ressalta Plachta.