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Wellington Pires promove audiência sobre possível retirada de empresas do SIMPLES Nacional




O vereador Wellington Pires presidiu, na noite de quinta-feira (23), uma audiência pública para tratar sobre a possível exclusão de 73 empresas de Barra Mansa do Simples Nacional – um sistema tributário diferenciado para micro e pequenas empresas. A medida pode levar empreendimentos tradicionais da cidade a fecharem as portas, gerando desemprego e impactando negativamente na economia local. A audiência visou um diálogo entre os empresários e o governo municipal, mas nenhum representante compareceu, embora as secretarias de Fazenda e de Governo tenham sido convidadas, assim como o prefeito Rodrigo Drable.

Ao iniciar a audiência, Wellington Pires relembrou que foi procurado por contadores e empresários, preocupados com a situação. “O Município identificou uma diferença no valor do tributo pago por essas empresas. Segundo a prefeitura, entre 2017 e 2019, o imposto pago foi abaixo do que deveria ter sido recolhido. Alguns foram notificados a fazer o pagamento da diferença e assim foi feito, mas outros nem foram comunicados e a prefeitura levou isso a uma esfera mais grave, submetendo a uma possível retirada do Simples Nacional, que faz toda diferença para os pequenos e médios empresários”, explicou o vereador.

Se retiradas desse regime especial, as empresas terão que arcar com tributos altos, a nível de grandes indústrias. “A medida ainda será retroativa a 2017, ou seja, terão que pagar os três anos passados. Isso gera um grande impacto e representa retrocesso para a cidade. Estamos falando também de empresas antigas com mais de 30 anos de atuação. E deixo claro que as pessoas que me procuraram não se queixaram de pagar a diferença, nem os juros e multas. O que os preocupa é a exclusão do Simples”, defendeu o parlamentar.

Wellington Pires explicou ainda que o erro aconteceu inclusive durante levantamento dos valores referentes às vendas com cartão de crédito. O valor apurado pelas empresas foi menor do que o verificado pela prefeitura. “Há caso da empresa ter apurado um total de venda no cartão no valor de R$ 13 mil, enquanto a prefeitura apurou R$ 17 mil, acarretando em uma diferença de R$ 4 mil. Mas também há casos dessa diferença ser ainda menor, de pouco mais de R$ 200. É um valor muito baixo para configurar sonegação, entendo que não houve qualquer intenção de cometer ilícito e não queremos que essas pessoas sejam injustamente penalizadas”, ressaltou.

O contador Telmo Alves, que compôs a mesa principal, relatou um pouco da preocupação geral, especialmente porque o prazo para inscrição das empresas no Simples Nacional termina no próximo dia 31. “Atravessamos uma crise e entendemos que essa é uma questão de diálogo e esclarecimento. Aguardamos do Governo Municipal essa oportunidade e uma solução de imediato, pois o prazo está se esgotando”, alertou.

Também fez parte da mesa, o presidente da CDL, Leonardo Santos, que opinou sobre qual seria o melhor solução. “O caminho talvez seja notificar as empresas que cometeram o erro pela primeira vez, estipulando prazo para regularizar a situação, e punir os reincidentes”, sugeriu. Leonardo ainda frisou a importância do diálogo e que a prefeitura deve ouvir a todos. Representando a ACIAP, Manoel Duarte, compartilhou a mesma opinião.



ENCAMINHAMENTOS

A audiência terminou antes do previsto, já que nenhum representante do Governo Municipal estava presente para responder aos questionamentos e esclarecer o ponto de vista do Executivo. Por isso, foram aprovados quatro encaminhamentos que serão direcionados à Secretaria de Fazenda por meio de ofício de informação e requerimento.

O primeiro encaminhamento sugere uma revisão no sistema de notificação tributária do Município; o segundo, questiona a falta de procedimento administrativo ou fiscal para dar prosseguimento a possível retirada das empresas do sistema, já que não foi aberto nenhum processo administrativo. O terceiro encaminhamento é uma indagação ao Executivo quanto a falta de prazo para que os empresários possam contestar a decisão ou apresentar defesa. Por fim, questiona se há previsão legal que trate do sistema parecido com o Regularize, pois, se não houver, o vereador disse que lutará para que seja implantado.

Wellington Pires ressaltou que a Câmara Municipal não tem poder de legislar sobre matérias tributárias – que são exclusivas do Poder Executivo. “Todas essas questões devem estar muito bem fundamentadas na legislação para que as pessoas não fiquem a mercê de interesses políticos”, concluiu.