O Programa Imagens em Movimento completou sua nona edição transformando
vidas a partir da linguagem audiovisual. Durante todos esses anos, ele vem
trazendo para a educação pública, novas possibilidades pedagógicas, por meio de
oficinas de cinema gratuitas oferecidas aos estudantes e de cursos para
educadores, além de mostras de filmes. Através de uma parceria pioneira
na América Latina, o projeto é responsável pela integração de escolas públicas
municipais brasileiras em uma rede mundial fundada pela Cinemateca Francesa.
Durante os anos de realização do Projeto, 1160 estudantes
participaram das oficinas de audiovisual e 50 professores foram alunos do curso
de formação em pedagogia do cinema, totalizando 1210 beneficiários atendidos
diretamente pelo projeto, que também envolve demais membros do corpo docente
das escolas, pais e familiares dos alunos, beneficiando-os indiretamente.
O Imagens proporcionou a viagem
de 23 estudantes a um encontro de Cinema Cem Anos de Juventude em Paris;
63 escolas foram beneficiadas desde então e 68 oficinas aconteceram em 6
municípios.
Nas oficinas de Cinema, os estudantes beneficiados participam
de aulas teóricas e práticas. O conteúdo destas oficinas envolve análise e
debate de filmes de contextos diversos, exercícios experimentais de fotografia
e a realização de filmes de curta-metragem concebidos e realizados inteiramente
pelos estudantes: do roteiro à edição. O objetivo geral do projeto é ampliar o
repertório sociocultural de jovens estudantes e professores de escolas públicas
por meio da experiência artística, estimulando a consciência crítica e cidadã.
Segundo Ana Dillon,
coordenadora do programa, "O Programa compartilha ou com escolas
públicas tecnologias, práticas e metodologias educativas inovadoras, capazes de
contribuir para a valorização do ambiente escolar e para a formação de cidadãos
- entre espectadores e potenciais realizadores - mais autônomos e conscientes
de seus direitos" diz.
O projeto Imagens em Movimento
foi concebido numa pesquisa de mestrado que Ana Dillon fez em 2010, na
Universidade Paris III, na França. “O meu orientador foi o Alain Bergala, que é
uma pessoa que teve um papel muito importante para a concepção do sistema
nacional francês de ensino de cinema nas escolas públicas, na França. Ele também
é responsável pela criação de um projeto pedagógico que se chama Cinema Cem
Anos de Juventude, que foi criado em 1995, e é coordenado até hoje pela
Cinemateca Francesa” diz Ana.
Quando Ana Dillon conheceu esse
projeto em 2010, cinco países europeus já participavam aplicando a mesma
metodologia e compartilhando os resultados dela, a cada ano. Ana então propôs
trazer esse método para o Brasil e adaptar para a realidade da educação pública
brasileira. Desde então, a equipe vem trabalhando em uma quantidade variada de
escolas. “O projeto é viabilizado pelas leis de incentivo a cultura, então
graças ao patrocínio de empresas privadas, conseguimos implementar essa ação em
escolas que se candidatam para em receber as nossas oficinas. Além das oficinas
de cinema, começamos, em 2019, uma etapa nova que inclui a realização de
oficinas de consciência corporal e sensibilização musical” explica a
coordenadora.
No final de novembro, o
Programa Imagens e Movimento realizou uma Mostra Itinerante em cinco salas de
cinema da cidade, um evento de culminância do ano, com as produções
feitas pelos alunos. Foram 25 filmes realizados por estudantes das 13 escolas
públicas atendidas em 2019, além de sessão retrospectiva de produções
anteriores e da exibição de curtas metragens internacionais de alunos de outras
organizações integrantes da rede Cinema, Cem anos de juventude. As projeções
foram seguidas de debates entre os jovens realizadores e convidados. Todas as
sessões foram gratuitas abertas ao público e contaram com a presença de mais de
550 alunos da rede pública de ensino do Rio de Janeiro.
Atualmente, organizações de 16 países fazem parte desta da
rede Cinema Cem Anos de Juventude, que promove experiências pedagógicas no
âmbito do ensino do audiovisual em escolas. O Programa Imagens em Movimento é
responsável pela adaptação desta metodologia mundialmente reconhecida para a
realidade da educação pública brasileira desde 2011.