Em
04 de dezembro deste ano a diocese de Barra do Piraí – Volta Redonda iniciará a
contagem regressiva para o seu centenário em 2022. O triênio será marcado por
ações e atividades de valorização da Igreja Diocesana e de gratidão a todos que
ajudaram a construí-la. Para celebrar a data, o bispo diocesano, dom Luiz
Henrique, presidirá a Santa Missa na Catedral de Sant’Ana, em Barra do Piraí,
às 19h30, no dia em que a diocese completa 97 anos (04/12).
Nos
próximos anos, uma série de ações diocesanas e paroquiais vai conduzir a vida
pastoral dessa Igreja Particular, sempre alinhada com as Novas Diretrizes
Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE), como explicou dom
Luiz Henrique.
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Nosso triênio coincide com a aplicação das novas Diretrizes Gerais da Ação
Evangelizadora da Igreja no Brasil, que apresenta para nós uma reflexão muito
bonita da casa, ambiente de aconchego e proximidade. Por isso sejamos uma
Igreja próxima, unida, de comunhão, que caminha junto e sobre os pilares da
caridade, pão, palavra e vida missionária. Que assim a gente caminhe junto, ao
longo desses três anos, rumo ao centenário, refletindo a nossa missão. Cada um
pelo batismo, realmente assumindo seu papel evangelizador e missionário para a
construção do Reino de Deus”, disse dom Luiz Henrique, que tomou posse como
bispo diocesano em 11 de maio de 2019.
A
diocese de Barra do Piraí – Volta Redonda se destaca no cenário nacional pela
atuação frente às dificuldades de suas épocas, sempre a fé dialogando com a
vida do povo. São doze cidades que fazem parte dessa diocese (Barra do Piraí,
Barra Mansa, Itatiaia, Mendes, Paulo de Frontin, Pinheiral, Piraí, Porto Real,
Quatis, Resende, Rio Claro e Volta Redonda). Esse território abrange cerca de 1
milhão de pessoas nas mais diversas realidades sociais, com cidades
industrializadas e rurais.
História
A diocese de Barra do Piraí foi criada no
contexto da Restauração Católica nas décadas de 1920 e 1930, onde a Igreja do
Brasil buscou uma maior presença na sociedade. Após três décadas de afastamento
por consequência da proclamação da República, os bispos do Brasil promoveram
uma reaproximação com o Estado e medidas para ir mais efetivamente ao encontro
dos fiéis.
Neste cenário, fiéis de Barra do Piraí com
o apoio do pároco da Matriz de Sant’Ana, pe José Joaquim de Albuquerque
conseguiram uma audiência com o bispo de Niterói, dom Agostinho Benassi e
expuseram o desejo de que fosse instalado um bispado em Barra do Piraí, tendo
apoio do bispo no empreendimento, já que já havia a predisposição da Igreja em
ampliar a presença no meio dos fiéis, como explicou o historiador Igor Couto.
“Para tanto, a cidade de Barra do Piraí
era estratégica, sendo o maior entroncamento ferroviário do país e um
entroncamento rodoviário que ligava diferentes regiões do estado e do Sudeste,
fato que atenderia a comunicação entre a sede e os fiéis. A Comissão
Pró-Bispado realizou festivais beneficentes a fim de arrecadar fundos para a
constituição do patrimônio do bispado. Leigos e leigas se engajaram na causa
que rendeu frutos para a diocese que seria criada”, lembrou.
Em 4
de dezembro de 1922 foi criada pelo Papa Pio XI, através da Bula Ad Supremum Apostolicae Sedis,. as dioceses de Barra do Piraí
e Campos dos Goytacases, desmenbradas da diocese de Niterói. “É uma alegria
para mim participar desse momento porque estou ligado às duas dioceses que
comemorarão seu centenário, como bispo diocesano de Barra do Piraí - Volta
Redonda e por sido ordenado sacerdote na diocese de Campos”, disse dom Luiz
Henrique.
Com um vasto território, a diocese de
Barra do Piraí em sua criação abrangia todo o Sul Fluminense, o Médio Paraíba,
parte da Região Serrana e a Baixada Fluminense. Já em 1925, de seu território,
foi desmembrada a diocese de Valença, abrangendo o Médio Paraíba e parte da
Região Serrana.
A diocese só foi instalada em 23 de julho
de 1923, sendo nomeado Administrador Apostólico Monsenhor José Maria Pereira
Lara, que foi sucedido em maio de 1925 por Monsenhor Alfredo da Silva Bastos. “Os
dois administradores lançaram as bases da nova diocese. A nova diocese abrangia
realidades distintas, a do Vale do Paraíba Fluminense vivendo a crise cafeeira,
a realidade dos portuários de Angra dos Reis e Paraty e a realidade da Baixada
Fluminense, que já nessa época se tornava moradia de muitos trabalhadores da
capital, principalmente os lugares cortados pela via-férrea”, explicou Couto.
O primeiro bispo da diocese de Barra do
Piraí foi dom Guilherme Müler, que tomou posse em 1926. Dom Guilherme
aprofundou os alicerces da Igreja Diocesana e coordenou junto a seu irmão pe
Carlos Müller a construção do Palácio Episcopal São José ao lado da Catedral de
Sant’Ana. Para cuidar da educação na diocese, convidou as irmãs Franciscanas de Bolanden, fundando a Escola
Normal Nossa Senhora Medianeira em Barra do Piraí e o Instituto Educacional
Santo Antônio, em Nova Iguaçu. Dom Guilherme faleceu na Comunidade
dos Irmãos Maristas em Mendes em 1935, causando grande comoção. Mais tarde, por Decreto
Consistorial, do dia 26 de janeiro de 1965, essa Igreja particular passou a
denominar-se diocese de Barra do Piraí - Volta Redonda, passando a sede episcopal
para a cidade de Volta Redonda, onde atualmente encontra-se a Cúria Diocesana e
onde reside o oitavo bispo diocesano, dom Luiz Henrique da Silva Brito.