Rumo ao Centenário
Entres os dias 04 e 08 de dezembro,
os detalhes da catedral de Santana, em Barra do Piraí, poderão ser
conferidos numa exposição fotográfica de Graziela Gomes. Nascida na cidade, a
fotógrafa vem registrando a catedral há algum tempo e a pedido do
vigário paroquial, padre Paulo Almeida, reuniu os melhores registros dos
elementos artísticos. A exposição faz parte da programação de abertura do
triênio em preparação do Centenário da diocese de Barra do Piraí – Volta
Redonda, que será comemorado em 04/12/2022. Na quarta-feira, dia 04, além da
abertura da exposição, o bispo diocesano, dom Luiz Henrique, presidirá a missa na
Catedral, às 19h30.
Mais sobre a exposição
As fotografias foram feitas nos
espaços conhecidos para quem chega na catedral, porém pela riqueza de
elementos, alguns detalhes acabam passando despercebidos.
“O interessante da fotografia é a
memória do que a gente vive, do que as outras pessoas vivem e às vezes não
percebem os detalhes. Quando veem as fotos do evento falam que veem coisas que
não perceberam e não viveram. É o que acontece aqui. As pessoas vêm todo fim de
semana e não percebem os detalhes da construção e da igreja. Então a ideia é
buscar a percepção dos detalhes da vida mesmo, cotidiana, que às vezes passam
batidos”, explicou Graziela.
A artista explica ainda que
a catedral guarda a riqueza de trabalhos de dezenas de mãos,
nesse templo que teve sua construção concluída em 1881
pelo 3º Barão do Rio Bonito, José Pereira do Faro. “A beleza poética
da catedral não se manifesta somente nas artes em si, mas porque
essas artes, em seus pequenos detalhes, carregam histórias e memórias de
inúmeras pessoas que contribuíram com suas mãos, com seu tempo, com seu
sentimento. Artistas que nem têm seus nomes identificados. Mas suas memórias estão
ali, nos arabescos, nas pinturas dos santos, anjos e cenas, nos movimentos
repetitivos dos padrões, nos entalhes, nas escolhas dos vitrais. A memória de
cada um foi impressa e juntos formam agora uma memória coletiva. E é
memória que dá identidade ao ser humano, que cria laços entre gerações, que é o
maior tesouro do passado”, explicou a fotógrafa.
A exposição traz o olhar para o teto
da catedral que revela ao menos seis cenas diferentes, os entalhes
que parecem veludo, mas são elementos vazados calculados para resistir ao clima
por meio de sistema de ventilação, os estênceis que dão ar de papel de parede
às pinturas, além de escadas, quadros, imagens e outros elementos que compõem
a catedral e que em sua maioria foram doações de benfeitores de
diversas partes do mundo. “Assim como ela acolheu os traços de pessoas de
várias origens e vidas diferentes em suas paredes e cantos, ela ainda acolhe
carinhosamente a todos e todas sem distinção. E nos convida a cuidar dela, a
preservá-la, a participar da sua vida que ainda pulsa forte e quer continuar
acolhendo”, concluiu Graziela.
Todos juntos pela catedral
Em 2018, uma emenda parlamentar no
valor de R$300 mil foi liberada pelo então deputado federal Chico Alencar para
a realização das obras de restauro do telhado da igreja e da torre sineira, com
contrapartida da prefeitura no valor de R$6 mil. Desde então, a Comissão vem se
reunindo com o executivo municipal para a liberação da verba Federal que é
realizada por meio de licitação feita pelo município.
Atualmente a Comissão aguarda a
finalização do processo de edital e realização do mesmo para a licitação a
finalização do telhado, que uma vez restaurado, preserva o interior do templo
de infiltrações. A obra, com previsão execução de três meses, ficará em torno
de R$470 mil. O restante do valor será aportado pela catedral, por meio de
doações que foram realizadas pelos fiéis no ano de 2016, quando o templo
recebeu obras emergenciais no telhado e por uma nova campanha que se inicia em
dezembro.
As doações poderão ser realizadas por
meio de boleto bancário, carnês e depósitos em conta: Banco do Brasil – Agência
2922-X – Conta: 38727.4 (CNPJ:28572303/0001-06). Para mais informações, os
interessados podem ligar para (24)2442-3457 das 13h às 18 horas ou (24)3340-2801
das 8h às 17 horas.
Sobre a catedral
A pedra fundamental foi lançada na
presença do Imperador D. Pedro II do Brasil, quando visitou a freguesia da
atual Barra do Piraí, a convite do próprio Barão, a fim que fosse inaugurada a
capela provisória da mesma igreja, em 7 de agosto de 1864.
O Barão realizou seguidas viagens ao
Rio de Janeiro, selecionando arquitetos, pintores e pedreiros estrangeiros para
abrigá-los em suas propriedades em Barra do Piraí, sob a condição de
trabalharem na construção da, então, igreja de Sant'Ana.
Com feições neoclássicas, construída
no século XIX, a Catedral de Senhora Sant’Ana é um belo monumento
histórico ligado à personalidade do Terceiro Barão do Rio Bonito, que custeou
sua construção sendo homenageado renomado artista do século XIX, Victor
Meireles, com um quadro de corpo inteiro que hoje decora a sacristia da igreja.
Acima da porta principal
da catedral, lê-se uma inscrição em latim:
“1881 –
D. Petrus II, Brasiliae Imperator Hanc Eclesiant Sancte Annae Nomine Appelari
Voluit”, que traduzida, quer dizer: “1881 – D. Pedro II, Imperador do Brasil,
quer que esta igreja seja chamada Sant’Anna”.