Operação de desassoreamento já avançou
400 metros lineares do rio e proporcionou a abertura de cerca de 800 metros de
margem, o que aumenta a velocidade do curso d’água diminuindo risco de grandes
enchentes
A dragagem do Rio Barra Mansa iniciada no dia 15 de maio
já recolheu aproximadamente mil toneladas de resíduos entre lixo,
terra, entulho, móveis, eletrodomésticos, entre outros detritos. A dragagem
começou na altura do bairro Boa Sorte, e vai se estender por 3,6 km do rio até
o bairro Nova Esperança. A iniciativa faz parte do Programa Limpa Rio do INEA
(Instituto Estadual do Ambiente) com o apoio da Secretaria Municipal de Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. O Saae-BM (Serviço Autônomo de Água e
Esgoto) está encaminhado todo o material recolhido para o Centro de Tratamento
de Resíduo Sólido, no Km 4. Os pneus têm como destino o projeto Ecopneu.
Segundo
o coordenador de Resíduos Sólidos do Saae-BM, Jackson Rabelo, a operação de desassoreamento
já avançou 400 metros lineares do rio e proporcionou a abertura de cerca de 800
metros de margem. “A perspectiva é de avançar em torno de 50 a 60 metros
lineares por dia. Esse resultado beneficia os moradores que moram às margens do
rio, pois aumenta a velocidade do curso d’água prevenindo e diminuindo o risco
de grandes enchentes”.
Grande
parte do material recolhido é proveniente das residências como pneus, pedaços
de móveis quebrados como guarda-roupas, camas e sofás, eletrodomésticos,
sucatas e outros detritos. Jackson explicou que o acúmulo desses materiais forma
bancos de areia que causam o assoreamento e influencia no alagamento durante o
período chuvoso. “Esses objetos que param às margens do rio criam um grande
problema, pois formam bancos de areia que causam o assoreamento, provocando a
represa do rio e diminuindo o curso d’água”, completou.
De
acordo com ele, além dos prejuízos hídricos e físicos mais comuns como
alagamentos e enchentes, o assoreamento provoca o acúmulo de lixo junto à
vegetação que cresce às margens do rio, o que pode trazer malefícios para a
saúde da população. “O acúmulo de lixo nessas localidades faz com que sejam
atraídos vetores como ratos e baratas. Com as chuvas, a possibilidade de
contaminação e proliferação de doenças como leptospirose (causada pela urina de
animais infectados) aumenta. Isso representa um grande risco para a população
que vive próximo ao Rio Barra Mansa”, alertou.
Visando
conscientizar a população ribeirinha sobre a importância de cuidar da natureza
e de preservar esse patrimônio natural que dá nome ao município, o Saae tem
intensificado as ações de coleta de lixo na localidade. “Além da coleta de lixo
nas residências, os bairros cortados pelo Rio Barra Mansa também são atendidos
com a Coleta Seletiva que dá a destinação correta aos produtos que podem ser
reciclados”, afirmou Jackson.
A
dragagem está prevista para durar cerca de quatro meses. Finalizada, serão
feitas reuniões sobre educação ambiental com as associações de moradores e
população em geral visando a conscientização sobre a importância da dragagem do
Rio Barra Mansa e, sobretudo, a relevância da manutenção do serviço pela
comunidade. “Não podemos conceber que as pessoas continuem cometendo crime
ambiental, depositando no rio lixo e outros entulhos. O prejuízo causado com
esta prática afeta o ambiente como um todo”, finalizou o coordenador de
Resíduos Sólidos do Saae-BM, ressaltando que quem for flagrado nesta situação
será notificado e, casos de reincidência serão passíveis de detenção e multa.