Começou
como bairro operário abrigando o Acampamento Central e depois com a venda dos
imóveis construídos pela estatal aos funcionários
Com cerca de 3 mil
moradores, residencial, oficializado pelo decreto municipal 1088 de fevereiro
de 1978, o bairro Nossa Senhora das Graças teve a sua superfície e população
alterados por duas leis municipais para a criação do bairro Jardim Paraíba. O
bairro Nossa Senhora das Graças, localizado à margem direita do Rio Paraíba do
Sul, foi chamado a princípio de ‘bairro operário’, porque originou se de áreas
de expansão da Companhia Siderúrgica Nacional.
O local de onde surgiu
funcionava o acampamento central destinado a receber os funcionários da CSN e o
hospital que atendida a todo o município. Em torno surgiram as unidades
residenciais provisórias construídas em madeira. Esses dados históricos são
confirmados pelo senhor, Antonio Anastácio Ferreira, 84 anos, aposentado há 31
anos pela CSN, residente na Rua 570, onde comprou o seu imóvel: “A
CSN fez as casas e depois vendeu para os funcionários. Devido a expansão da
empresa, ela acabou com o Acampamento Central”, recordou.
Outro morador do bairro,
Cosme Alves Abrantes, 71 anos, sugeriu que uma grande área existente no bairro,
que afirma ser do governo federal, seja transformada num grande parque público
de lazer. Já a moradora Joana D’arc Alves de Figueiredo, mais de 40 anos no
bairro, sugere outra atividade no terreno: “Um terreno grande desses
poderia ter um
estacionamento rotativo, porque seria bom para todos que vem no bairro”,
aponta.
O bairro residencial foi
levantado pela empresa para atender a demanda de futuros empregados e suas
famílias que vinham de fora, de outros estados, para trabalhar em Volta
Redonda, na Companhia Siderúrgica. As casas não podiam ser modificadas,
mantendo a cor e formato iniciais por vários anos. Elas eram disponibilizadas
aos funcionários da CSN que pagavam um valor simbólico de aluguel.
O levantamento feito
pelo
Caderno de Bairros do IPPU (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano), cita
que na década de 60 a empresa iniciou o estudo da possibilidade de vender os
imóveis, o que se concretizou nos anos 70 com a decisão da empresa em se
desfazer de quase 4 mil imóveis residenciais. As suas ruas são identificadas
por números, 539 A, 535, 536, 562, 564, 566, 568,574, 576, 12 de
Outubro, Antonio
Barreiros, Praça Pastor Elias Portes Filho e Praça de Esportes Mário Ferreira.
São 16 ruas e 2 praças.
Os órgãos e serviços
públicos oferecidos aos moradores são o Centro de Atendimento ao Idoso(Centro
Dia), a Secretaria Municipal de Saúde, o Conselho Municipal de Defesa da Pessoa
Idosa e Centro de Prevenção a Saúde do Idoso, Albergue Municipal Seu Nandim com
capacidade para 50 pessoas. Na área de lazer tem o Clube Náutico Recreativo
Santa Cecília, que era um barracão de madeira para o lazer dos empregados da
CSN, fundado em 25 de abril de 1948. Atualmente, com ginásio poliesportivo
coberto, área de lazer, piscinas, tem capacidade para atender 5 mil pessoas.
A Associação dos
Aposentados
e Pensionistas de Volta Redonda inaugurou há 9 anos no bairro o Centro de
Prevenção à Saúde do Idoso Roque Garcia Duarte( Rua 535, número 835) que
oferece aos seus associados, exames
médicos, cursos, atividades de artes, alfabetização, programa de assistência
familiar, campanhas de vacinação, compreendendo cerca de 40 serviços e
atividades diversas.
“Era um terreno
baldio,
largado, que a nossa entidade comprou e transformou num grande centro de
serviços. Essa iniciativa da direção da
Associação dos Aposentados foi boa para todo mundo, porque valorizou
ainda mais o bairro que já é muito bom. Além de todos os serviços
de saúde para os
associados, temos aqui um belo auditório que pode ser usado para palestras a
noite”, comentou o supervisor Ricardo Fontes.
Carolina Sampaio,
sentada na
Praça Mário Ferreira à espera do filho que sairia da escola, Caetano Sampaio, 7
anos, elogia o bairro: “Muito tranqüilo, gosto de vir aqui e sentir
este ambiente de segurança”, frisou. Moradores e prestadores de
serviços, os cabeleireiros Bruno Teixeira e a sua prima Thamires Teixeira, 26
anos, destacam os benefícios para quem vive no bairro no dia a
dia. “Estamos pertos do centro, fácil
acesso para os nossos clientes. o que somente vem aumentando a procura pelo
salão”, enfatiza Bruno.
Dona Maria Augusta e a
filha
Silvia Silva, naturais de São Vicente de Minas, há mais de 60 anos no bairro,
enumeram as vantagens de “ter supermercados, farmácias e padarias
perto facilitam a vida de todos nós”, compara Silvia.
A oferta de novas
moradias
no bairro está sendo feita por empresas imobiliárias que investiram na
construção de apartamentos grandes e confortáveis, elevando o crescimento
populacional do Nossa Senhora das Graças. E quem já fez esta opção há 5 anos,
foi André Pires, gerente de uma empresa, que trocou Rio Claro por Volta
Redonda: “A casa que comprei caiu do Céu. Eu consegui na ocasião um bom
financiamento com prestações mais suaves e mudei. Estou muito satisfeito pela
localização e posso garantir que é o melhor bairro que tem na
cidade”.