No Brasil, a cada uma hora, quatro casos são registrados;
em Barra Mansa, de 2017 até os dias atuais, o Creas registrou 40 casos de abuso
sexual contra crianças e adolescentes, um caso de exploração sexual contra
crianças e adolescentes e dois casos de violação de direitos contra pessoa LGBT
A Prefeitura de Barra Mansa, por meio da
Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, promove nesta sexta-feira
(18), às 10 horas, uma caminhada alusiva ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e
à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A atividade terá concentração
na Avenida Domingos Mariano, em frente ao antigo Restaurante Cidadão, e seguirá
até a Praça Dante da Fonseca, no Centro. Com o intuito
de sensibilizar e alertar a população sobre o tema serão distribuídos
informativos durante todo o trajeto.
De acordo com a Secretária
de Assistência Social e Direitos Humanos, Ruth Coutinho, um debate amplo e
profundo com a sociedade é de extrema necessidade, face aos dados de que o Brasil
ocupa um dos primeiros lugares no ranking internacional no caso de exploração
sexual de crianças e adolescentes, com quatro casos registrados por hora. Entre
2012 e 2016, foram registrados no país pelo menos 175 mil casos de exploração
sexual, o que representa quatro casos por hora, de acordo com o balanço de
denúncias recebidas pelo Disque 100, canal para relatar casos de violação de
Direitos Humanos. Apenas entre 2015 e 2016, 37 mil casos de violência sexual na
faixa etária de 0 a 18 anos foram denunciados. “Em Barra Mansa, o Centro de
Referência Especializado de Assistência Social
registrou entre 2017 e os dias atuais, 40 casos de abuso sexual contra
crianças e adolescentes, um caso de exploração sexual contra crianças e
adolescentes e dois casos de violação de direitos contra pessoa LGBT”, enumerou
a secretária.
Ainda de acordo com os dados do Disque 100,
ao todo, 67,7% das crianças e jovens que sofrem abuso e exploração sexuais são
meninas, contra 16,52% dos meninos. Os casos em que o sexo da criança não foi
informado totalizaram 15,79%. A maioria dos casos (40%) ocorrem com crianças entre
0 a 11 anos, seguidas por 12 a 14 anos (30,3%) e de 15 a 17 (20,09%), levando
em conta as denúncias do Disque 100. A maioria dos agressores são homens (62,5%)
e adultos de 18 a 40 anos (42%).
A DATA
– O Dia
Nacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, celebrado
em 18 de maio, surgiu a partir do sequestro de uma menina de 8 anos de idade,
no Espírito Santo. Nesta data, em 1973, a menor foi violentada e cruelmente
assassinada. Seu corpo apareceu seis dias depois, carbonizado. Os agressores,
jovens de classe média alta, nunca foram punidos.
Abuso
sexual x Exploração sexual
Muita gente confunde o significado do abuso
sexual com a exploração sexual. São situações diferentes. A exploração sexual
se caracteriza pela utilização sexual da criança ou o adolescente como meio de
faturar dinheiro, oferecendo o menor como “ferramenta” de satisfação sexual.
São quatro formas em que ocorre a exploração sexual: prostituição, pornografia,
redes de tráfico e turismo sexual.
Já o abuso sexual infantil qualquer ato ou
relação sexual que estimule a sexualidade da criança ou adolescente para obter
estimulação própria ou de outra pessoa. Vale lembrar que para ser considerado
abuso sexual infantil não precisa existir contato físico. É considerado abuso:
carícias, chamadas telefônicas obscenas, interação digital com cunho sexual ou
qualquer outra conduta sexual prejudicial ao bem-estar emocional ou físico de
uma criança. O abuso sexual sempre causa danos à vítima e é crime.
DENÚNCIA
– O
Disque 100 é um canal de denúncia do Governo Federal, em nível nacional. Em
Barra Mansa, as denúncias também podem ser efetuadas através do CREAS – (24)
3322-6534/ 3322-6957 ou na sede do órgão, situada na Rua Santos Dumont, 126 – Centro. O Conselho Tutelar também
recebe denúncias através do telefone (24) 3322-1029.