Caminhada contra a violência sexual infantil agita o Centro de Barra Mansa
O dia 18 de maio é
lembrado como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual
de Crianças e Adolescentes. A data foi escolhida em memória a uma menina
de oito anos, Araceli Cabrera Sanches, de Vitória (ES), que em 1973,
foi sequestrada, violentada e cruelmente assassinada. Seu corpo apareceu
seis dias depois, carbonizado, e os seus agressores nunca foram
punidos. O caso teve uma grande repercussão e forte mobilização do
movimento em defesa dos direitos das crianças e adolescentes na época.
Para lembrar a data, a
Prefeitura de Barra Mansa, a Ordem dos Advogados do Brasil – 4ª Subseção
Barra Mansa, o Conselho Tutelar e o Sest Senat, promoveram uma
caminhada nesta quinta-feira, dia 18, visando um apelo à sociedade para a
prevenção ao abuso e à violência sexual contra a criança e o
adolescente.
Segundo a secretária de
Assistência Social e Direitos Humanos, Ruth Coutinho, a atividade foi
muito importante. “Nossa intenção foi fazer um chamamento à população
para assumirmos a responsabilidade de prevenir e enfrentar o problema da
violência sexual contra a criança e o adolescente. É imprescindível à
integração de entidades nesta causa, para assim, unirmos forças para
diminuir este tipo de violência, que é muito grande, e afeta toda a
sociedade”, disse a secretária.
A presidente da Comissão
de Direito da Criança e do Adolescente da OAB, Maria Cristina da Silva,
explicou a diferença entre abuso e exploração sexual. “O abuso sexual
tem uma origem afetiva e a exploração sexual tem um caráter financeiro,
que nem sempre é só em dinheiro, mas também, favores”, revelou Maria
Cristina, acrescentando que existem relatos de casos de exploração
sexual no Centro da cidade e às margens da via Dutra, de homossexuais
homens contra adolescentes meninos de idade entre 12 e 17 anos.
A conselheira tutelar Ana
Duque destacou a relevância das denúncias. “É muito importante que as
crianças e os familiares denunciem os casos de violência sexual, mesmo
quando ainda é só suspeita. As pessoas podem fazer as denúncias pelo
Disque 100 ou pelo telefone do Conselho Tutelar (24) 3322-1029”,
concluiu.
DISQUE 100 –
Desde que o serviço foi criado, os números de atendimentos e denúncias
crescem a cada ano. De acordo com a Ouvidoria Nacional de Direitos
Humanos, em 2016, foram 145.428 mil denúncias, uma média diária de 398
violações por dia.
Além de violência sexual,
o Disque 100 recebe ainda denúncias de maus-tratos, negligência,
pornografia, entre outros crimes. A maior parte das ocorrências
recebidas pela central são contra meninas, 53%. Esse número sobe para
81% quando as denúncias são de violência sexual. Quase metade das
vítimas tem entre 0 e 7 anos (43%) e são pretas ou pardas (58%).
A ligação é gratuita e o
usuário não precisa se identificar. O Disque 100 funciona todos os dias,
das 8h às 22h. Após serem examinadas, as denúncias recebidas são
encaminhadas para as autoridades competentes e o anonimato é garantido.