Senadores dos Estados Unidos votaram ontem uma proposta de lei que
ampliaria os poderes de vigilância do FBI, permitindo que o escritório
tivesse acesso a históricos de busca sem necessidade de mandato
judicial. Embora a proposta tenha sido rejeitada, a diferença foi de
apenas dois votos, e pode vir a ser votada novamente em breve.
A legislação em questão permitiria ao FBI solicitar a quebra de
sigilo dos históricos de busca na internet por meio de "national
security letters" (cartas de segurança nacional). De acordo com o The Next Web,
esses documentos, emitidos pelo próprio órgão, não necessita de
aprovação de um tribunal. Com isso, o escritório de segurança dos EUA
teria muito mais facilidade para acessar dados privados de internautas.
Ela foi proposta pelo senador John McCain, do Partido Republicano do
Arizona, que já chegou até mesmo a concorrer à presidência do país em
2008 (quando perdeu para Barack Obama). A ideia de McCain com a lei era
permitir o "rastreamento de lobos solitários" após o massacre homofóbico
da boate Pulse em Orlando, na Flórida, que matou 49 pessoas e feriu
outras 53.
Seriam necessários 60 votos a favor da proposta para que ela
passasse, mas ela obteve apenas 58. No entanto, o senador Mitch
McConnell do Partido Republicano de Kentucky mudou seu voto de
"favorável à medida" para "contrário à medida" de última hora. Por esse
motivo, segundo o Cnet, ela pode vir a ser votada novamente a partir da semana que vem.
Embora trate-se de uma legislação dos Estados Unidos, é bastante
provável que ela tivesse efeitos globais. Isso porque muitas empresas
mundiais de tecnologia, como Google, Apple, Facebook e Microsoft, estão
sujeitas às leis (e à vigilância) do país. Além disso, segundo as denúncias feitas por Snowden em 2013, o Brasil foi o segundo país do mundo mais espionado pela NSA antes da divulgação do esquema.. http://olhardigital.uol.com.br/noticia/fbi-quase-ganha-poderes-para-ver-historico-de-busca-dos-cidadaos/59615?cmpid=fb-uolnot