Na discussão sobre impor ou não limites ao consumo de dados de banda
larga fixa, Igor de Freitas, membro do Conselho Diretor da Agência
Nacional de Telecomunicações (Anatel), sugere encontrar um meio termo.
"A resposta preliminar que parece coerente não é tudo com franquia nem
tudo sem franquia. É possível olhar os perfis de consumo e diferenciar
as ofertas", afirmou ao participar de painel promovido em encontro da
Associação Brasileira de Televisão por Assinatura.
Freitas disse
que a Anatel está se dedicando a coletar e processar informações dos
prestadores de serviços, para construir uma base de dados que será
disponibilizada à sociedade para promover um debate sobre os efeitos das
franquias em banda larga sobre a oferta. A agência espera chegar ao fim
do ano com um cenário mais claro dos efeitos de cada escolha.
Ele ressaltou a importância do equilíbrio dos modelos de negócio. "Para
que os serviços de internet sejam prestados adequadamente é preciso
equilíbrio entre investimento e competição", afirmou. "Quem não faz
investimentos em dois, três anos, começa a sair do jogo."No
mesmo painel, Gilberto Sotto Mayor, diretor de estratégia regulatória da
América Móvil no Brasil, disse que a franquia não se coloca hoje como
um problema, mas pode se tornar uma questão relevante, uma vez que o
tráfego de dados tem aumentado consideravelmente. "Antigamente a fatia
de consumidores que ultrapassam a franquia da Net era minúscula, hoje é
maior. Mas é preciso avaliar se os consumidores de perfil altíssimo não
estão envolvidos em 'gatos', em pirataria de conteúdo."Sotto
Mayor considera um erro dizer que a internet fixa é ilimitada, uma vez
que tem elevados custos de investimento por parte das operadoras, que
miram retornos no longo prazo. "Se o excesso de tráfego daqui a três
anos virar um problema, vamos engessar a solução, obrigar as empresas a
seguir uma nova lei? O resultado disso será o fim da internet." Ele
defendeu a necessidade de análise do uso de dados e da porcentagem de
usuários que ultrapassam a franquia, para que se promova um debate
público.http://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/2016/06/30/anatel-monta-banco-de-dados-para-discussao-dos-limites-da-banda-larga.htm