Reajuste de servidor também pode ser afetado. Corte do orçamento será R$ 23,4 bi
Brasília
- A proposta de ajuste fiscal anunciada nesta sexta-feira pelo ministro
da Fazenda, Nelson Barbosa, prevê a suspensão da política de aumento
real para o salário mínimo. A medida seria adotada em caso de o governo
não conseguir
cumprir o limite de gastos que o Planalto quer adotar. O corte na
correção acima da inflação é o último item de três estágios que serão
acionados quando as metas de gastos não sejam ultrapassadas. Atualmente,
o piso nacional é corrigido levando em conta a inflação do ano anterior
mais o PIB de dois períodos antes. As medidas também vão atingir o
funcionalismo público. Além do piso nacional, os salários dos servidores
públicos deixarão de ter aumento real, se os gastos ficaram além do
limite.
O governo vai implementar três estágios automáticos,
no ano seguinte, para obrigar que as despesas cumpram os limites
estabelecidos. A ideia
é definir um teto para o aumento das despesas a cada ano.“Você adota
esses três estágios para trazer o gasto para o limite e, se não for
suficiente, eles valerão por mais de um ano”, afirmou o ministro.
Segundo Nelson Barbosa, a reforma da Previdência,
mesmo sendo implantada a médio e longo prazos, terá efeito imediato
porque sinaliza estabilidade das contas públicas
Foto: Divulgação
O governo reconheceu o peso e as implicações
fiscais do reajuste do mínimo. O aumento deste ano, que elevou o piso
para R$ 880, por exemplo, custará R$ 30,2 bilhões, pressionando ainda
mais o caixa da União. Desse valor, R$ 2,9 bilhões não estão previstos no Orçamento, rombo que precisará ser coberto com medidas adicionais.
O governo também divulgou o corte
no Orçamento deste ano, que terá redução R$23,4 bilhões. O número
representa o valor definitivo para o contingenciamento. Antes, a União
havia limitado os gastos, provisoriamente, a R$15,4 bilhões até março.
O
teto será proposto em uma lei complementar a ser enviada ao Congresso
até o final de março. Ele faz parte das medidas que o ministro quer
implementar para dar um horizonte de médio e longo prazos para as contas
públicas.
Barbosa voltou a mencionar a necessidade de fazer a reforma da Previdência. O ministro disse que embora seja proposta a ser implementada a médio e longo prazos, dará resultados imediatos para a economia. “O efeito é imediato porque sinaliza uma maior estabilidade das contas públicas”, afirmou.
Barbosa voltou a mencionar a necessidade de fazer a reforma da Previdência. O ministro disse que embora seja proposta a ser implementada a médio e longo prazos, dará resultados imediatos para a economia. “O efeito é imediato porque sinaliza uma maior estabilidade das contas públicas”, afirmou.
Um eventual atraso da CPMF não
dispararia os gatilho para limitar o gasto público. Segundo Barbosa, o
volume de recursos que o governo pretende obter com o tributo não
afetaria as iniciativas para o teto de gastos. “O que aciona o gatilho é
o crescimento das despesas, não a queda das receitas”, explicou.
Os
estágios para controlar os gastos precisam da aprovação do Congresso
Nacional. E, por ameaçar o aumento real do salário mínimo, uma bandeira
histórica do PT, a ideia pode encontrar resistência entre os
parlamentares da própria base aliada.
CONTROLE DE GASTOS TERÁ TRÊS ESTÁGIOS
CONTENÇÃO DE GASTOS
O
governo adotará estágios com medidas para evitar conter gastos
públicos. Caso não cumpra, a primeira ação será um contingenciamento
adicional no ano corrente. Se a ação não for suficiente, três estágios
automáticos serão acionados, no ano seguinte, para obrigar que se cumpra
os limites.
PRIMEIRO ESTÁGIO
O
primeiro estágio do projeto de lei que será enviado ao Congresso
Nacional até o fim do mês que vem será acionado quando houver previsão
do descumprimento de gasto público no ano. Prevê a suspensão de
concessão de novas desonerações, aumento real de despesas de custeio,
aumento real das demais despesas discricionárias, congelamento de
concursos, contratação e criação de cargos e o reajuste acima da
inflação dos salários dos servidores públicos federais.
SEGUNDO ESTÁGIO
No
segundo estágio programado pelo governo, que só será acionado caso o
primeiro não seja suficiente, a União suspenderá a ampliação de
subsídios, o aumento nominal das despesas de custeio, a correção nominal
de despesas discricionárias e o reajuste nominal de salários dos
servidores, mas obedecendo a Constituição.
TERCEIRO ESTÁGIO
Já o terceiro e último estágio da proposta, que assim como os outros dois, só será adotado caso as ações anteriores não sejam suficientes. A iniciativa contempla, além da suspensão do aumento real do salário mínimo, a redução de despesas de benefícios aos servidores como, por exemplo, auxílio-moradia e a redução de despesas com servidores não estáveis.
Já o terceiro e último estágio da proposta, que assim como os outros dois, só será adotado caso as ações anteriores não sejam suficientes. A iniciativa contempla, além da suspensão do aumento real do salário mínimo, a redução de despesas de benefícios aos servidores como, por exemplo, auxílio-moradia e a redução de despesas com servidores não estáveis.
ÁREAS DE CORTE
Os maiores
cortes serão no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), de R$ 4,2
bilhões, e nos ministérios das Minas e Energia (R$ 3,1 bi), Saúde (R$
2,5 bi) e Educação (R$1,3 bi). As reduções preservaram o Minha Casa
Minha Vida, a transposição do rio São Francisco, obras para os Jogos
Olímpicos do Rio, o Mais Médicos, o Bolsa Família, o Sistema Único de
Saúde (SUS) e ações relacionadas no combate ao zika vírus.http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2016-02-20/ajuste-fiscal-preve-salario-minimo-sem-aumento-real.html