SÃO
PAULO, 2 Fev (Reuters) - O Itaú Unibanco teve lucro recorrente pouco
acima das previsões de analistas no quarto trimestre de 2015, apoiado em
maior margem com clientes, receita com serviços e recuperação de
créditos, o que foi parcialmente compensado por maiores despesas com
provisões para calotes.
O maior banco privado do país anunciou
nesta terça-feira (2) que seu lucro recorrente do período somou R$ 5,773
bilhões, alta de 2% sobre um ano antes. A previsão média de analistas
consultados pela agência de notícias Reuters era de lucro recorrente de
R$ 5,51 bilhões.
Após efeitos extraordinários, o lucro líquido foi de R$ 5,698 bilhões no trimestre, alta de 3,2% no comparativo anual.
Apesar do crescimento de apenas 4,3% da carteira de crédito, que fechou
o ano em R$ 548,073 bilhões, o Itaú Unibanco viu a margem financeira
com clientes crescer 1,1% na base sequencial.
A capacidade de
repassar taxas maiores nas operações de crédito e de obter bons
resultados com a tesouraria levaram o banco a ter alta de 20,7% da
margem financeira gerencial no ano, acima da estimativa de 14,5% a
17,5%.
O índice de inadimplência, medido pelo saldo de atrasos
com mais de 90 dias, foi a 3,5%, 0,2 ponto percentual maior que no
trimestre imediatamente anterior e 0,4 ponto acima de um ano antes.
Ainda assim, as despesas com provisões para calotes, líquidas de
recuperação de crédito, caíram 0,4% na base sequencial a R$ 4,634
bilhões.
"Essa redução é proveniente do crescimento de 35,4% de
nossas receitas com recuperação de créditos baixados para prejuízo",
afirmou o Itaú Unibanco no relatório.
As chamadas despesas não
decorrentes de juros, que incluem administrativas e salários, subiram
1,95% sobre o trimestre anterior e 9,95 por cento sobre o quarto
trimestre de 2014. No consolidado de 2015, o aumento foi de 8,8%, dentro
da meta do banco de fazê-la ficar abaixo da inflação, que foi de 10,7%
no ano, pelo IPCA.
Em outra frente, as receitas do trimestre com serviços e tarifas avançaram 10,6% ano a ano, para R$ 7,645 bilhões.
A rentabilidade sobre o patrimônio líquido, que mede como o Itaú
Unibanco remunera seus acionistas, foi de 22%, queda de 1,3 ponto
percentual na medição sequencial e de 2 pontos sobre um ano antes.
Para 2016, o Itaú Unibanco previu um intervalo que vai de contração de
0,5% para alta de 4,5% em sua carteira de crédito e um aumento médio
superior a 40% das provisões para perdas com inadimplência, além de
desaceleração das despesas administrativas.
(Por Aluísio Alves; Edição de Priscila Jordão) http://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2016/02/02/lucro-do-itau-unibanco-no-4-tri-fica-pouco-acima-de-previsoes.htm