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Campanha da Fraternidade 2016 é apresentada em VR

A Diocese Barra do Piraí-Volta Redonda apresentou, na tarde desta quarta-feira, a Campanha da Fraternidade deste ano, cujo tema é “Casa Comum, Nossa Responsabilidade”. Com foco em saneamento básico e saúde, a campanha tem como lema “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a Justiça qual riacho que não seca”.
 O lançamento foi na sede da Cúria Diocesana, na Vila Santa Cecília, e contou com a presença do bispo Francisco Biasin, dos padres Juarez Sampaio e José Vidal de Amorim, da vice-presidente do Comitê de Bacia do Médio Paraíba, Vera Lúcia Teixeira, e da representante do Conselho Municipal de Saúde, Luzia Quintino, que também é integrante da Pastoral da Saúde.
É a quarta campanha ecumênica realizada pelo Conic (Conselho Nacional das Igrejas Cristãs). As anteriores foram em 2000, 2005 e 2010. “O ecumenismo visa a dar mais visibilidade à unidade: ser mais e fazer mais”, disse dom Biasin. “Saneamento básico não se restringe somente a esgoto, mas também a abastecimento com água potável para todos, manejo das águas pluviais e manejo dos resíduos sólidos, que degradam o ambiente”, acrescentou.
De acordo com dados apurados pelo Conic, 100 milhões de brasileiros ainda vivem sem saneamento básico, o que, atribuiu o religioso, se deve “a grandes interesse por lucros enormes que violentam permanentemente a mãe Terra”. Ele ressaltou, no entanto, que para melhorar os índices no país não basta apenas cobrar das autoridades, mas também mudar os hábitos da população.
- Volta Redonda, considerada uma cidade evoluída, somente agora trata 40% do esgoto que produz. Nas demais cidades o esgoto vai in natura para o Rio Paraíba do Sul – criticou o padre Juarez. Natural de Barra Mansa, o padre Vidal fez coro, lembrando que na cidade a imensa maioria do esgoto é despejada no rio sem tratamento.
Saneamento não acompanha crescimento
Apesar de todo o destaque que dão a obras como a construção de estações de tratamento de esgoto (ETEs), por exemplo, as prefeituras da região não estão conseguindo realizar obras de saneamento básico na mesma medida em que cresce a população das cidades. A afirmação é da vice-presidente do Comitê de Bacia do Rio Paraíba do Sul, Vera Lúcia Teixeira, no lançamento da Campanha da Fraternidade deste ano, na Cúria Diocesana. Ela chegou a classificar de crítica a situação.
- A população está aumentando e, com isso, o consumo. A geração de carga orgânica está aumentando também. Com a diminuição da água, isso dá um resultado negativo – afirmou.
Campanha da Fraternidade 2016 é apresentada em VR
Vera Lúcia ressalta que, no Sul Fluminense, as cidades com maior volume de tratamento de esgoto não atingem 40% do total produzido: “Nenhuma cidade da nossa região trata 70% do esgoto, o que estaria perto do bom. Ótimo seria se tratasse 100%´”.
A vice-presidente do comitê lembra que, antes da crise hídrica do ano passado, a maior dificuldade do Brasil no setor havia ocorrido em 1955, quando o país era bem diferente do que é hoje. “Compare a população de agora com aquele ano, o que era produzido e consumido. A carga orgânica hoje é muito maior. As prefeituras não estão conseguindo acompanhar, não têm planejamento para acompanhar este aumento de população e consumo, com o aumento de carga orgânica nos rios, que são os mesmos. A quantidade de água que temos é a mesma de 1955”, criticou.
De acordo com Vera Lúcia, em março, mês das águas, serão divulgados projetos de saneamento liberados para 19 municípios da região e também Programas de Serviços Ambientais para empresas que desejem participar. Dois destes programas serão lançados no dia 25 de março, em Quatis.http://focoregional.com.br/Noticia/campanha-da-fraternidade-2016-e-apresentada-e