Pré-candidato aproveita a força das redes sociais para divulgar o seu nome, tem histórico de falência empresarial e não poupa recursos financeiros para patrocinar eventos
(Fotos: Reprodução/Facebook e Divulgação)
Marini não se intimida, percorre bairros de Barra Mansa, divulgando seu nome
O empresário Bruno Marini em plena campanha eleitoral antecipada?
Ele, que já se declarou como pré-candidato à Prefeitura de Barra Mansa
pelo PP (Partido Progressista), aproveita a força das redes sociais para
divulgar o seu nome. Até aí, tudo bem. Em fotos na sua fanpage do
Facebook, no entanto, Marini e seus apoiadores fazem o sinal com os dois
dedos indicadores levantados, formando o número 11 - o mesmo de sua
legenda. E texto na rede social mostra que a página vai muito além dos
seus empreendimentos como dono do grupo Attiva, distribuidor de água
mineral.
“54% dos brasileiros estão dispostos a votar em um candidato sem
experiência política, segundo dados de pesquisa Ibope obtidos com
exclusividade pelo site de ‘Veja’. Além disso, pela primeira vez o
resultado da votação deve refletir um novo ponto de vista do eleitor
sobre o Estado”, divulga Marini, em sua página da rede social. Isso
configuraria propaganda eleitoral? Só o Tribunal Regional Eleitoral pode
dizer.
Marini aposta na história de Barra Mansa: eleger meros desconhecidos
como prefeito. Assim surgiram Inês Pandeló, Roosevelt Brasil e Jonas
Marins. Todos não tinham grande expressão política quando assumiram a
prefeitura. Foram eleitos pela rejeição dos adversários.
O que diz a legislação eleitoral
Marini e seus apoiadores fazem o sinal com os dois dedos, formando o número de sua legenda
Segunda a legislação eleitoral, a campanha neste ano começa
oficialmente no dia 16 de agosto. A propaganda eleitoral antecipada é
punida, com pena de multa de R$ 5 mil a R$ 25 mil ou equivalente ao
custo da propaganda, se esse for maior.
“A maior dificuldade consiste em identificar a propaganda eleitoral
antecipada. Os políticos buscam, a todo instante, manter-se em evidência
como forma de assegurar suas eleições futuras. Político que não é
lembrado não é votado”, divulga o Tribunal Regional Eleitoral, que faz
uma ressalva:
“Não é qualquer forma de divulgação do nome que configura propaganda
eleitoral, isso porque faz parte da atividade política o proselitismo. O
difícil, justamente, é saber quando o proselitismo político
transmuda-se na propaganda eleitoral”.
Marini ignora a força de Ruth Coutinho
Mesmo durante um tratamento para combater um câncer, Ruth Coutinho
foi sumariamente ignorada pelo Bruno Marini. Ela, por sua vez, não
perdeu tempo: anunciou apoio ao vereador Rodrigo Drable, que é
pré-candidato à prefeitura pelo PMDB.
Ruth Coutinho, que foi vice-prefeita de Barra Mansa no governo Zé
Renato, não teve sua popularidade abalada e, até então, comandava o PP
de Barra Mansa. Segundo fontes, em qualquer pesquisa eleitoral, Ruth
aparece com pelo menos 10% das intenções de votos para a eleição de
2016.
Tropas dos Nanicos
No lançamento de sua pré-candidatura, Bruno Marini divulgou as
legendas que o apoiarão na eleição de outubro: PSDC, DEM, PPS, PT do B,
além do próprio PP. Os partidos são considerados como nanicos no Estado
do Rio.
Só para se ter uma ideia, os cinco partidos somam apenas quatro
deputados estaduais. DEM, inclusive, não tem nenhum parlamentar
estadual. Os outros têm apenas um deputado e o PP possui quatro
representantes na Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio.
De móveis à água mineral
Bananal: Empresa de Bruno Marini é de São Paulo, não gerando impostos para o Estado do Rio
Bruno Marini, que se autointitula como empreendedor, é dono do grupo
Attiva - distribuidor de água mineral. A sede da empresa fica na cidade
paulista de Bananal, vizinha de Barra Mansa. Desta forma, Marini paga os
impostos para o governo paulista. Nos últimos meses, a empresa não está
poupando dinheiro para patrocinar eventos, que vão de equipe de
ciclismo até bloco carnavalesco, passando por eventos em igrejas e de
colunistas sociais.
Bruno Marini ganhou fama no mundo empresarial de Barra Mansa na
década de 90, quando inaugurou as lojas de móveis Brumar - uma divisão
da herança familiar. Porém, o Marini não obteve sucesso na empreitada:
faliu. Em 2005, ele lançou o Attiva, além da água mineral, trabalha com
energéticos e refrigerantes.http://www.olhovivoca.com.br/politica/4473/bruno-marini-o-nanico-que-quer-virar-gigante-em-barra-mansa/