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MPF – Ministério Público defende reparação a moradores em área de risco de desabamento em Barra Mansa

O Ministério Público Federal em Volta Redonda (MPF/RJ) sustentou, em audiência realizada na data de ontem (14), a adoção de medidas compensatórias que garantam uma existência digna às famílias atingidas pelo risco de desmoronamento de oito casas construídas no bairro Roselândia, em Barra Mansa, pela Espírito Santo construtora, em empreendimento financiado pela Caixa Econômica Federal.
Há uma forte erosão no terreno, que decorre da falta de rede pluvial. As construções foram feitas em terreno sem a firmeza necessária, o que vinha causando rachaduras desde o ano passado. No fim do ano, o muro de uma das casas cedeu e gerou a necessidade de interditar a área.
Em janeiro deste ano, acolhendo manifestação do MPF, a Justiça Federal de Volta Redonda determinou a responsabilidade solidária da instituição financeira, do Município de Barra Mansa e da construtora na adoção de medidas urgentes para sanar os problemas constatados.
Em audiência, foram acordadas medidas a serem adotadas por todos os entes. A Caixa suspenderá a cobrança dos contratos de financiamento pelo prazo de 6 meses, prazo que poderá ser renovado, e realizará uma avaliação dos imóveis em 30 dias. O Município de Barra Mansa depositará, de uma vez, a quantia correspondente a 6 meses de aluguel social, este no valor de R$ 550,00 mensais.
A Superintendência de Obras e Serviços Públicos e o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Barra Mansa se comprometeram a efetuar o estudo e projeto de recuperação da servidão e construção de redes de águas pluviais e contenção da rede, com início de obras previsto para maio de 2016. Por fim, a construtora Espírito Santo irá efetuar o depósito do valor de caução de 3 meses de aluguel dos moradores, no valor de R$ 1.500,00 por família.
Em caso de descumprimento das medidas, foi fixada a multa diária de três mil reais pela juíza Lilian Mara de Souza Ferreira.
Para o procurador da República Julio José Araujo Junior, essas medidas compensatórias são apenas o mínimo que se deve garantir para que essas pessoas possam, nessa situação de risco, conduzir suas vidas com dignidade. “Vamos continuar discutindo todas as possibilidades de reparação e de resolução deste caso, tendo em vista a gravidade da situação e a violação dos direitos dos moradores”, afirmou.