Ex-presidente nega fazer pressão para substituir Joaquim Levy por Henrique Meirelles
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu concorrer
à Presidência da República nas eleições de 2018. Em entrevista ao
jornalista Roberto D’Ávila, da GloboNews, Lula disse que poderá entrar
na corrida pela sucessão da presidenta Dilma Rousseff, caso o projeto de
governo construído ao longo dos últimos 12 anos corra risco de acabar.
“A única condição que tenho para voltar é que tentem destruir tudo o que
nós construímos”, afirmou.
Em entrevista à GloboNews, Lula disse que diálogo entre governo e oposição depende da presidenta Dilma
Foto: Roberto Stuckert Filho
Na entrevista,
Lula negou defender a troca do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pelo
ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles. “O Levy e o ministro
da Fazenda são um problema da presidenta Dilma. Você sabe por que eu
fiquei cinco anos sem dar entrevista? É porque um ex-presidente precisa
tomar muito cuidado para não dar palpite. É como se um ex-marido fosse
aconselhar o atual marido a como cuidar da mulher. O ex-presidente não
pode agir assim”, afirmou Lula.
O ex-presidente defendeu as
medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo federal. Para ele, a
presidenta Dilma “está certa” ao propor o ajuste. Mas criticou o fato de
o Congresso
ainda não ter aprovado o pacote.“A Dilma está certa em fazer o ajuste. O
que está errado é que está demorando demais. E não é culpa dela”, disse
Lula.
Em sua avaliação, o país passa por “uma crise política
muito séria”. “Há uma confrontação de um ano entre Legislativo com o
Executivo”, afirmou. Para Lula, “os líderes partidários não têm a força
que parecem ter” e, por isso, o ajuste não é aprovado. “Os presidentes
não mandam mais nos partidos, os líderes também não”, observou.
Na
entrevista, Lula disse ainda que o diálogo do governo com a oposição
depende da presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, cabe ao governo liderar
essa iniciativa. “A gente pode se encontrar e conversar”, afirmou. “Se
tiver assunto para conversar e a presidente da República disser assim:
‘vou convidar os ex-presidentes para discutir’”, acrescentou.
Lula
também defendeu a necessidade levar uma “proposta concreta” e de “certo
respaldo” para a negociação. “Se você conversar uma vez e não tiver uma
proposta concreta, você desmoraliza a proposta política”, observou.
Para
que ex-presidentes, como o tucano Fernando Henrique Cardoso, sejam
chamados para conversar, Lula diz que é preciso saber se eles têm
procuração dos partidos para falar.O petista disse que é importante que
“nós pactuássemos uma saída para esse país’ e apontou como problema “uma
confrontação de um ano entre o Legislativo e o Executivo”.
http://odia.ig.com.br/noticia/brasil/2015-11-19/lula-admite-ser-candidato-a-sucessao-de-dilma-rousseff.html