"E como não viram, é como se banalisassem a questão da Aids", completou
Sandra. "Pode também estar muito ligado ao uso abusivo de álcool e
outras drogas. Como o jovem, às vezes, vai para a balada, naquela
empolgação, naquele momento ele não pensa no uso do preservativo, aí
acaba tendo a relação sem. A gente ouve isso nas entrevistas".
Usar preservativo é a melhor forma de evitar
contaminação pelo vírus HIV durante relações
sexuais (Foto: Paola Fajonni/G1)
contaminação pelo vírus HIV durante relações
sexuais (Foto: Paola Fajonni/G1)
A relação sexual é apenas uma das formas de transmissão do vírus HIV,
encontrado no sangue, sêmen, secreção vaginal e leite materno. O
contágio pode acontecer também através da transfusão de sangue
contaminado; uso compartilhado de seringa, agulha ou objeto cortante
contaminado; e pela transmissão vertical — da mãe infectada para o filho
durante gestação, parto ou amamentação.
Em Volta Redonda, segundo dados do CDI, quatro mulheres com Aids
ficaram grávidas entre janeiro e outubro de 2015 e nenhuma passou o
vírus da doença para o filho. Uma gravidez sem transmissão vertival é
possível desde que a gestante tome as medidas necessárias.
"Vai depender dela, se ela levar o pré-natal adiante e se ela tratar
durante o pré-natal. Existe um protocolo a ser seguido na sala de parto.
O médico com certeza vai saber, sendo ela já positiva, qual
procedimento usar durante o nascimento da criança. Ele vai seguir o
protocolo", disse Sandra.
Ela ressalta a importância da gestante fazer o teste de HIV durante o
pré-natal e também de seu parceiro passar pelo exame, já que pode haver
contaminação entre um e outro durante a gravidez. Após o nascimento do
bebê, a mulher não pode amamentar, e a criança recebe acompanhamento
médico por um período.
Além da doença, pacientes soropositivos têm que
lidar com o preconceito
(Foto: Divulgação/Reprodução/CDI-VR)
lidar com o preconceito
(Foto: Divulgação/Reprodução/CDI-VR)
Preconceito atrapalha
A pessoa infectada, independente da forma de contaminação, pode levar uma vida normal e com qualidade desde que faça o tratamento. Ele é à base de medicamentos antirretrovirais, que combatem o vírus e fortalecem o sistema imune, além de acompanhamento com uma equipe multidisciplinar, que inclui profissionais como médico, psicólogo e assistente social.
A pessoa infectada, independente da forma de contaminação, pode levar uma vida normal e com qualidade desde que faça o tratamento. Ele é à base de medicamentos antirretrovirais, que combatem o vírus e fortalecem o sistema imune, além de acompanhamento com uma equipe multidisciplinar, que inclui profissionais como médico, psicólogo e assistente social.
"Muitos pacientes tomam antirretroviral e seguem uma vida normal,
porque respondem bem ao antirretroviral. A gente tem paciente com 20
anos de tratamento", contou Sandra.
Segundo ela, algo que atrapalha muito a identificação e o tratamento da
doença é o preconceito. Não apenas o portador do vírus tem medo de se
revelar, mas pessoas temem até passar pelo teste, serem diagnosticadas e
caírem em um "estigma".
"A gente ainda ouve, às vezes, de um acompanhante ou familiar 'Eu tenho
que separar o copo?', 'Tem que separar a tolha de banho?'. Você vê
ainda a falta de informação das pessoas", comentou Sandra. "Às vezes [os
pacientes] precisam de alguma ajuda e não conseguem por conta do
estigma ruim que é o preconceito. Isso aí ainda atrapalha muito na
adesão deles [ao tratamento] e acredito que também interfira até em
pessoas que não querem fazer o teste justamente por preconceito".
Teste e tratamento
O exame para diagnóstico e o tratamento da Aids é oferecido de graça na rede pública de saúde. O teste é de demanda espontânea, ou seja, não precisa de pedido médico. No CDI, ele pode ser feito através do exame rápido, em que o resultado sai na hora, ou o Elisa, que analisa o soro sanguíneo e tem um resultado mais demorado — aproximadamente 20 dias. Segundo a coordenação, a escolha de qual teste o paciente fará depende de uma análise, que vai levar em consideração aspectos como condições de saúde e urgência do resultado. Independente do exame, se o resultado for positivo, o paciente passa por um teste confirmatório e é encaminhado ao médico para dar início ao tratamento.
O exame para diagnóstico e o tratamento da Aids é oferecido de graça na rede pública de saúde. O teste é de demanda espontânea, ou seja, não precisa de pedido médico. No CDI, ele pode ser feito através do exame rápido, em que o resultado sai na hora, ou o Elisa, que analisa o soro sanguíneo e tem um resultado mais demorado — aproximadamente 20 dias. Segundo a coordenação, a escolha de qual teste o paciente fará depende de uma análise, que vai levar em consideração aspectos como condições de saúde e urgência do resultado. Independente do exame, se o resultado for positivo, o paciente passa por um teste confirmatório e é encaminhado ao médico para dar início ao tratamento.
"O tratamento para o HIV, ele se baseia em dois pilares. Se o paciente
entra com a doença, está em HIV, entra logo com a medicação. O outro
pilar são os exames laboratoriais, que nos permitem entrar ou não com a
medicação. Então são esses dois pilares: o paciente entra doente ou se
descobre e vê nos exames laboratoriais a necessidade", explicou o médico
infectologista Bernardo Calvano.
"A qualidade de vida é total, igual, como se ele não tivesse o vírus.
Só que ele tem que ter mais de responsabilidade, ele não pode contaminar
ninguém porque ele é sabedor do vírus. Mudar um pouco o hábito de
alimentação, bebida alcoólica também não, o resto é vida normal".
Quem quiser fazer o teste de HIV pode procurar o CDI, que funciona na
Rua Dionéia Faria, nº 329, no Aterrado. Os exames são feitos das 7h às
9h, às segundas, quartas, quintas e sextas-feiras. Na próxima semana, em
campanha pelo Dia Mundial de Luta Contra a Aids (1º de dezembro), os
testes serão feitos diariamente, das 7h às 17h. Além da Aids, o núcleo
oferece tratamento para tuberculose, hanseníase e hepatites virais.