Fotografada por Felipe Rodrigues
Uma oposição foi anunciada ontem pelos vereadores Rodrigo Drable (PMDB) e Luiz Furlani (PSDC); oposição aos erros do governo municipal - fizeram questão de frisar. O anúncio foi feito em forma de coletiva no gabinete de Drable. E já avisaram: depois da audiência pública marcada para o dia 15 deste mês para discutir sobre os aumentos nas contas de água, pretendem colocar em votação o pedido para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra a prefeitura.
Segundo o vereador Rodrigo Drable, essa união visa fortalecer os mandatos porque existe de ambas as partes um compromisso com o bem estar da população. “Juntos seremos mais produtivos em busca de soluções contra esses desmandos que acontecem em Barra Mansa”, disse.
O vereador Furlani citou que a intenção é fazer uma oposição verdadeira ao governo municipal. “A partir do momento que aglutinamos forças, outros vereadores, vendo os absurdos que acontecem, vão caminhar juntos conosco. Quem está a favor da população se unirá a nós, que estivem contra ficará de fora”, frisou Furlani, que com o anúncio de ontem oficializou sua posição contrária ao prefeito Jonas Marins (PCdoB). Até então ele fazia parte da base do governo. “Diante do que chamo de ‘desgoverno’, que veio à tona com os aumentos das contas de água, sou declaradamente oposição”, completou.
O vereador Furlani afirmou que a partir de agora todas as suas denúncias contra os erros da administração pública serão protocoladas no Ministério Público, como fez com o problema das contas de água da cidade, noticiados pelo A VOZ DA CIDADE na edição do dia 30 de setembro. Para ambos, o erro de emissão das contas do mês de setembro garantido pela prefeitura, foi uma mentira.
“No dia 24 (setembro) o Horário (diretor executivo do Saae), esteve na câmara com uma planilha, apresentou números que demonstravam o motivo do aumento, depois esteve na rádio com o prefeito também falando sobre a necessidade do reajuste. Aí depois do nosso movimento o prefeito colocou a culpa no sistema”, explicou Rodrigo.
Aumentos precisam ser explicados
Furlani lembrou que mesmo que tenham voltado atrás, existem outros aumentos que precisam ser explicados. “Se não admitissem o erro iriam para o quarto aumento em menos de 12 meses, sendo que a Lei de Saneamento Básico diz que os reajustes de tarifas de serviços públicos só podem acontecer a cada um ano”, disse. Drable foi além e disse que uma faixa muito considerável e que necessita foi muito prejudicada desde então. De acordo com ele, foram 373% de aumento de dezembro a setembro para entidades filantrópicas e igrejas. “As que consomem de dez a 15 metros cúbicos de água. Prejudicando a Apae, por exemplo. Já para a população de maneira geral, o aumento foi de 110%. Se ele (prefeito) admitiu erro do sistema em setembro deveria admitir nas contas de dezembro também. O que quero dizer é que esse argumento é ofensivo e tudo o que está acontecendo incita para uma CPI”, ataca.
O vereador Furlani admitiu que a criação dessa comissão é de extrema necessidade. Drable completou dizendo que a audiência pública, a ser realizada no dia 15, às 19 horas, no Palácio Barão de Guapi, servirá para subsidiar o pedido da CPI. Segundo o vereador Rodrigo, o aumento do Saae é apenas um dos motivos. “A CPI tem que ser ampla e irrestrita. E sobre a situação da coleta de lixo, cabide de estagiários na prefeitura, aluguel de carros e depois a compra de outros, terceirização dos serviços?”, questiona. Para criar uma Comissão Parlamentar é necessário que 13 vereadores assinem favoráveis.
“Já posso adiantar que quatro vereadores disseram que podem vir conosco. Por isso precisamos da pressão popular para que outros também venham. Precisamos que muitas pessoas participem da audiência pública e das nossas sessões”, ponderou. A intenção da audiência, de acordo com Rodrigo Drable, é criar subsídios para aprovar a CPI. “Na verdade nós já temos. Por exemplo, no último dia 30, o secretário de Fazenda, Everton Rezende, esteve na câmara para apresentar o balanço do último quadrimestre da prefeitura. Questionei se seria possível a dívida da prefeitura superar os R$ 180 milhões até o final do ano. E ele disse que sim. Está tudo gravado no site do Legislativo. E para fechar 2017 pode ser R$ 400 milhões em dívidas. Supera a arrecadação do ano primeiro ano inteiro. Isso é muito sério”, argumenta.
Drable disse que Susesp, Saae e Saúde são caixas pretas que o Legislativo não possui nenhuma informação efetiva. “O que estão fazendo com Barra Mansa é um estupro. Mandamos pedidos de informações e a prefeitura não nos responde de maneira clara”, afirmou.
ELEIÇÕES 2016?
Os dois vereadores foram questionados pela imprensa presente se essa parceria seria já o início de um projeto político para 2016, já que ambos, atualmente, são pré-candidatos a prefeito de Barra Mansa. Os dois disseram que isso não tem nada a ver, até porque foram eleitos vereadores da cidade e é uma obrigação deles trabalhar pela população. “Nosso propósito não é eleitoral. Antes de pré-candidatos somos vereadores, responsáveis por cada voto recebido”, destacou Drable. Furlani completou: “Seremos oposição aos erros do governo municipal até 31 de dezembro de 2016. Nada a ver com a eleição. Virão conosco os que estão contra isso”. http://avozdacidade.com/site/noticias/politica/47476/