diretor-executivo do Unicef, Anthony Lake, afirmou nesta
segunda-feira que é preciso romper as barreiras entre a ajuda
humanitária a países em crise e o desenvolvimento econômico para que os
novos objetivos da ONU sejam alcançados.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que determinarão a agenda
da ONU até 2030, substituirão os Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio, que as Nações Unidas impulsionaram há 15 anos.
Lake espera que as crianças de países em crise sejam o foco central destas 17 novas metas.
"Há dois milhões de crianças fora da escola na Síria, imagine o futuro
desse país", disse Lake em entrevista coletiva concedida em Nova York.
Para poder erradicar a pobreza e a fome a longo prazo é necessário
chegar aos milhões de crianças que vivem em meio às crises humanitárias.
Segundo Lake, a comunidade internacional tende a separar as crises
humanitárias e o desenvolvimento, o que cria uma distinção "artificial".
Para o Unicef, isso significa uma distribuição diferente de recursos,
diferentes campanhas de apoio e diferentes conferências.
Para a entidade, uma crise como a dos refugiados que buscam escapar da
África e do Oriente Médio está diretamente vinculada ao desenvolvimento
dos países que aceitam os que fogem.
"Há um enorme potencial em aceitar refugiados de países como Síria,
Afeganistão e Nigéria. O incentivo não é só moral, mas também econômico.
Aumenta o número de trabalhadores, o consumo e o faturamento por
impostos", disse Lake.
Para poder se aproximar do desenvolvimento visado pelas novas metas da
ONU, os países que abrem fronteiras aos refugiados devem acesso à
educação e a bons sistemas de saúde para as crianças.http://noticias.terra.com.br/mundo/unicef-pede-fim-das-barreiras-entre-ajuda-humanitaria-e-desenvolvimento,016cda17aa965cc52129146cbd416c5aogy6vcct.html