Brasília - Comissão Especial da Câmara dos Deputados deve votar hoje
relatório do deputado Laerte Bessa (PR-DF), que propõe a redução da
maioridade penal de 18 anos para 16 para todos os crimes. Apresentado
ontem, o relatório prevê ainda um referendo popular — neste caso,
somente se a população aprovar a mudança é que valerá. Pelo texto, os
jovens de 16 e 17 anos cumprirão pena separados dos mais velhos.
Clarissa Garotinho participou de reunião com o governador Alckmin sobre redução da maioridade penal
Foto: Divulgação
O relatório deverá ser aprovado sem
dificuldades na Comissão Especial que analisa a emenda constitucional
(PEC), reduzindo de 18 para 16 anos a maioridade. Dos 27 deputados da
Comissão, 21 são favoráveis. Mas a maioria quer algumas restrições, como
a de reduzir a maioridade apenas para os crimes mais graves e
encarcerar os adolescentes em unidades ou alas separadas dos adultos. O
referendo é defendido por vários parlamentares e ganhou força depois que
o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apoiou
publicamente a medida.
Ontem, o PSDB fechou questão em torno da
proposta de redução da maioridade penal de 18 para 16 anos apenas para
crimes hediondos. Essa proposta será apresentada como alternativa ao
relatório de Bessa.
O PSDB também decidiu apoiar a ideia do
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, de aumentar a internação de
três para oito anos em casos de crimes hediondos. PT e PSDB tentam
fechar uma posição conjunta sobre o assunto. Os petistas são contra
qualquer proposta que preveja o aumento das penas para os menores.
A reunião em que os tucanos fecharam proposta
favorável à redução da maioridade apenas para crimes hediondos contou
com a presença da deputada federal Clarissa Garotinho (PR-RJ). Ela era a
única presente ao encontro em Brasília — que contou com as presenças do
senador mineiro Aécio Neves e do governador paulista Geraldo Alckmin —
que não é filiada ao PSDB.
No mês passado, O DIA adiantou que os caciques
tucanos não escondem o interesse em ter Clarissa no partido. Com capital
político e cacifada por mais de 335 mil votos, Clarissa é vista pelo
PSDB como o nome necessário para transformar o sentimento antipetista em
ganho eleitoral no Rio.
No estado, o partido elegeu um deputado federal
e dois estaduais. Apesar da simpatia a Clarissa, provada mais uma vez
na reunião de ontem, ainda não se debateu se ela será candidata à
prefeitura do Rio em 2016.http://odia.ig.com.br/noticia/brasil/2015-06-10/maioridade-penal-vai-a-votacao-na-camara.html