Só o Exército, através do 1º Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear, já conta com pelo menos 400 homens treinados para a localização e varreduras de agentes químicos e descontaminação de ambiente e pessoas, além de resgates de vítimas. Laboratórios e equipamentos, únicos na América Latina, orçados em mais de R$ 60 milhões, são testados diariamente, há oito meses, nas unidades militares.
De acordo com a assessoria de imprensa do Comando Militar do Leste, a tarefa de proteger contra atentados não convencionais — hipóteses consideradas altas, uma vez que o País receberá visitantes de mais de 200 nações - obedecerá a protocolos de padrões internacionais rigorosos, como os que vêm sendo empregados no exterior em relação às organizações mais temidas do planeta, entre elas a Al-Qaeda e o Estado Islâmico. O efetivo recebe instruções de especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica e da Organização para Proibição de Armas Químicas.
Militares
do Exército usam tecnologia avançada para detectar e combater ataques
com armas químicas. O Comando Militar do Leste tem três laboratórios de
última geração
Foto: Divulgação / CML
A tecnologia será a principal aliada
de cabos e soldados contra os chamados “ataques de bombas sujas”. A
atenção maior será voltada para aeroportos e para as 158 principais
instalações de competição e hospedagens de delegações. O DIA teve acesso
aos principais planejamentos do Exército.
Três laboratórios móveis de análises químicas e
biológicas — um deles em testes desde a Copa do Mundo de 2014 —, serão
instrumentos destacados contra o terrorismo. Capazes de suportar
condições climáticas extremas, como temperaturas que variam entre -40°C e
+55º C e reter até 99,995% de partículas no ar, os laboratórios
fornecerão resultados confiáveis em até quatro horas.Outro “xodó” do Exército é o Scanning Infrared Gas Imaging, equipamento de monitoração e identificação de substâncias perigosas. Operado por controle remoto, o dispositivo identifica qualquer elemento químico ameaçador a uma distância de até cinco quilômetros.
Enquanto o Exército supervisionará a utilização dos laboratórios móveis, a Força Aérea está se preparando para o transporte de vítimas de ataques em locais do evento.
Ciência e terrorismo: As bactérias do medo
Entre os agentes biológicos, a
atenção das tropas está voltada para as seguintes substâncias: Antraz
(bactéria que mata em 100% dos infectados), Botulismo (forma de
intoxicação alimentar altamente fatal), Ricina (substância que se
ingerida ou inalada, leva a vítima à morte entre 24h e 72h), Varíola,
Tularemia (que causa úlceras severas na pele), Brucelose (Febre de
Malta), CoxiellaBrunetii (conhecida como Febre Q, desenvolve pneumonia,
hepatite ou febre prolongada, com morte em 70% dos casos), E. Coli O157
H7 (colite hemorrágica), Salmonella (febre tifoide) e Peste Bubônica.
Treinamento inclui especialização em varredura de grandes áreas
Foto: Divulgação / CML
Os exercícios de treinamento envolvem
toda a cadeia de capacidade de defesa e ação. Todos os esforços e
aparatos, segundo o comandante do 1º Batalhão de Defesa Química, coronel
Mário Luis Abreu, são focados para qualquer tipo de ataque ou
incidentes.
O Batalhão de Defesa Química foi criado,
inicialmente como companhia, na década de 1950. Em 1987 teve sua
primeira participação marcante, por ocasião do acidente radiológico com o
Césio-137, na cidade de Goiânia.Mais recentemente, em outubro de 2014, integrantes do batalhão descontaminaram uma aeronave que transportou um suspeito de infecção pelo vírus Ebola. No início de abril deste ano, os agentes monitoraram gases oriundos do incêndio em tanques de combustíveis em Santos.
http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2015-06-14/exercito-ja-se-prepara-contra-guerra-quimica-na-olimpiada.html