A diretoria do Sicomércio (Sindicato do Comércio Varejista) de Barra Mansa recebeu na noite da última terça, dia 05, na reunião semanal do sindicato, o presidente da APAE BM (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), Guilherme Ribeiro Fonseca. Acompanhado do tesoureiro da entidade, Luiz Fernando Chaves; e o segundo tesoureiro, Jacques Diamant; Guilherme expôs a dificuldade econômica que a associação está passando.
Fundada em maio de 1971, a APAE BM atende hoje 206 pessoas com deficiência mental e múltipla, entre alunos e assistidos, desde bebês até idosos. Além da parte educacional, a entidade oferece atendimento médico (psicólogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, assistente social e clínico geral) e aulas de capoeira, dança e artes. “Hoje não temos recursos para manter as despesas fixas. Estamos passando por uma insegurança muito grande porque a despesa fixa é muito maior do que nossa receita”, desabafou Guilherme. Segundo o presidente, a folha de pagamento mensal da entidade é de aproximadamente R$ 35 mil e, hoje, a receita não passa de R$ 22 mil. “Esse mês ainda não temos dinheiro pra pagar a folha”, frisou.
O presidente da APAE BM lembrou que a situação se desencadeou depois que a prefeitura de Barra Mansa encerrou, em agosto de 2013, o contrato que tinha com a entidade desde 2001. A associação era responsável pela contratação e pagamento dos funcionários dos postos de saúde. “Recebíamos um repasse mensal de R$ 45 mil por esse serviço, que ajudava na manutenção da entidade. Depois que o contrato foi rescindido ainda conseguimos nos manter por um ano e pouco, pois tínhamos uma reserva, mas no final do ano passado essa reserva acabou, pois tivemos ainda que assumir os compromissos trabalhistas que surgiram por conta da rescisão do convênio”, informou, acrescentando que, hoje, essa a dívida trabalhista chega a R$ 800 mil.
De acordo com Guilherme, quando a reserva acabou, uma das medidas tomadas pela direção foi enxugar a folha de pagamento. “Tivemos que demitir 13 funcionários no final do ano passado”, ressaltou. Outra ação tomada foi criar um serviço de telemarketing para receber doações eventuais ou mensais. O telefone de atendimento é o (24) 3323-1376. “No entanto, isso ainda não foi suficiente para chegarmos ao valor que precisamos por mês. Agora, não temos mais o que fazer. Qualquer interrupção no atendimento pode atrapalhar no desenvolvimento de nossos alunos e assistidos”, disse, informando que, além das doações decorrentes do telemarketing, a entidade é mantida com aluguéis de imóveis, eventos beneficentes e uma pequena verba federal: “A prefeitura ajuda com o fornecimento da merenda e pagamento da diretora e professores”.
Outra medida encontrada pela entidade foi procurar a prefeitura, no final do ano passado, para que a APAE BM passe a receber do SUS pelos atendimentos prestados. Segundo Guilherme, o teto é de R$ 17 mil por mês pelos serviços. “Estivemos com o prefeito Jonas Marins algumas vezes e ele nos disse que em janeiro esse dinheiro seria liberado, que faltava só o empenho, mas até agora não saiu o dinheiro”, disse o presidente.
Ele informou ainda que a entidade também está buscando receber recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), de que teria direito. “Pelo que tomamos conhecimento, temos direito a uma média de R$ 3,9 mil por ano, por aluno. Nos reunimos com o subsecretário de Educação de Barra Mansa, Deyvison Silvestre, que ficou de verificar essa situação. Vamos buscar esse repasse, já que temos direito a ele”, frisou.
De acordo com Guilherme, a sociedade, instituições e entidades do município têm se mobilizado para ajudar a entidade, promovendo alguns eventos. No dia 31 de maio, os grupos Carinho Brasileiro e Acolher vão promover um almoço mineiro beneficente, no Sindicato dos Bancários, a partir de meio dia. Os convites já estão à venda na Igreja Matriz de São Sebastião, Modarte, Gless, Baby Pinguim e na APAE. Crianças até 12 anos não pagam. E, no dia 13 de junho, será realizado um churrasco beneficente na Fazenda Santa Helena, o Batata Pró-APAE, a partir das 13h. Os convites estão sendo vendidos pelos organizadores (ACIAP BM e Maçonaria) e na APAE. Os valores são: R$ 50,00 (a partir de 15 anos), R$ 25,00 (11 a 14 anos), crianças até 10 anos não pagam e as bebidas são a parte.
O presidente do Sicomércio, Alberto dos Santos Pinto, informou que a diretoria do sindicato irá estudar uma forma de ajudar a entidade. “Reconhecemos a importância da APAE BM e vamos verificar o que podemos fazer para contribuir com a entidade”, ressaltou Alberto.