A Fundação Parsemus, dos Estados Unidos, deve lançar um método
contraceptivo para ser utilizado por homens até 2017. O produto está em
fase de testes. Segundo os cientistas, o remédio não tem
contra-indicações e não modifica a produção de hormônios masculinos.
O mecanismo desenvolvido pela empresa consiste na aplicação de um gel,
chamado Vasalgel nos vasos deferentes, que ficam nos testículos. O gel
bloqueia a passagem dos espermatozóides, da mesma forma como aconteceria
se o homem fizesse uma vasectomia. A diferença é que a situação pode
ser revertida com a aplicação de uma injeção de bicarbonato de sódio no
local. O medicamento, que pode funcionar por até por dez anos, tem custo
estimado para a comercialização inferior a US$ 400 (cerca de R$ 1,5
mil).
Até o momento, os testes mostraram que o produto é eficaz
em animais, mas as experiências em seres humanos ainda não foram
realizadas. A Fundação Parsemus é uma organização norte-americana sem
fins lucrativos voltada ao desenvolvimento de medicamentos com baixo
custo.
"Vasalgel é uma ação prolongada, contraceptivo não hormonal semelhante à vasectomia , mas com uma vantagem significativa : é provável que seja mais reversível", afirma a Parsemus, em nota.
Segundo Elaine Lissner, diretora da ONG, a expectativa do produto, é reduzir substancialmente o número de gestações não programadas. "Homens possuem, hoje, basicamente as mesmas opções anticoncepcionais que tinham há cem anos. Ou usam camisinha, ou fazem vasectomia, que é permanente. O Vasalgel trata-se de uma nova opção, reversível e acessível", afirmou.
Pesquisa
"Vasalgel é uma ação prolongada, contraceptivo não hormonal semelhante à vasectomia , mas com uma vantagem significativa : é provável que seja mais reversível", afirma a Parsemus, em nota.
Segundo Elaine Lissner, diretora da ONG, a expectativa do produto, é reduzir substancialmente o número de gestações não programadas. "Homens possuem, hoje, basicamente as mesmas opções anticoncepcionais que tinham há cem anos. Ou usam camisinha, ou fazem vasectomia, que é permanente. O Vasalgel trata-se de uma nova opção, reversível e acessível", afirmou.
Pesquisa
A pesquisa começou em 2010, depois que a Fundação Parsemus adquiriu os
direitos sobre um medicamento chamado RISUG, desenvolvido e
comercializado na Índia, há cerca de três décadas. Após pequenas
modificações no contraceptivo, a empresa realizou teste bem sucedidos
realizados em coelhos por 12 meses.
No ano passado, a Parsemus
aplicou o produto em babuínos, que tiveram acesso irrestrito a 15 fêmeas
para copular. Seis meses depois, nenhuma ficou grávida. Os experimentos
em macacos continuam a ocorrer e, depois de finalizados, a intenção é
testar o produto em humanos.
A Parsemus ressalta, no entanto,
que, como a produção do contraceptivo não interessa às grandes
indústrias farmacêuticas, as pesquisas dependem da doação de apoiadores.
Perto de mil pessoas já doaram e mais de 23 mil assinaram uma lista de
apoio à pesquisa, segundo a instituição.
Mudança
Mudança
Segundo a socióloga Denusa Alcades da Unesp (Universidade Estadual
Paulista), a chegada de um contraceptivo masculino ao mercado é
importante para que haja uma divisão maior da responsabilidade entre
homens e mulheres para evitar a concepção indesejada. "Ainda é comum
dizerem que a mulher foi a responsável pela gravidez, que o homem não
sabia. A responsabilidade cai toda sobre a mulher. Um método masculino
ajuda a equilibrar essa situação, tira o peso que está só nas costas
femininas", conta.
Já o psicólogo e sexólogo Daniel Denardi, a
medida é importante também para os homens, já que, com isso, eles passam
a depender apenas de si para evitar a concepção. "Muitos homens já
crescem com a preocupação e responsabilidade em só conceber um filho
quando preparados e gostariam de também ter o poder de controlar esta
situação. Com essa tecnologia, isso se torna possível, sem depender da
mulher", disse.
Para Denardi, o medicamento poderá ajudar,
também, homens que não se adaptam ao sexo com preservativo. "Além disso,
há casos onde a mulher não pode utilizar contraceptivos hormonais. Em
todos os casos, é uma excelente notícia", conclui.http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2015/04/22/anticoncepcional-masculino-deve-chegar-ao-mercado-em-2017.htm