Os usuários do SUS
passarão a contar com um novo tipo de diagnóstico para a aids. Trata-se
do teste oral, que está sendo distribuído aos estados pelo Ministério da Saúde. A previsão do governo federal é de que, no decorrer de 2015, o teste oral esteja disponível na rede pública de saúde.
No início deste ano, o ministério enviou aos estados cerca de 140 mil
testes. Estes testes estavam sendo utilizados dentro do projeto Viva
Melhor Sabendo, parceria da Pasta com 60 organizações da sociedade civil
de todo o País. As ONGs saem a campo para testar as populações-chave
(transexuais, homens que fazem sexo com homens, pessoas que usam drogas e
profissionais do sexo) em bares, parques e outros locais de
concentração LGBT.
Nesse período, foram realizados 14 mil testes de HIV via oral, sendo
381 positivos para a doença. Desse total, 43% nunca haviam feito teste
de HIV. O objetivo do projeto é reduzir as novas infecções pelo HIV
nessas populações. Atualmente, das cerca de 750 mil pessoas que vivem
com HIV/aids no Brasil, estima-se que 150 mil delas ainda não saibam
serem portadoras do vírus. O número de testes positivos nas ações
realizadas pelas ONGs mostra índice maior em relação aos dados da
população em geral. Enquanto a taxa de prevalência do HIV na população
geral do Brasil é de 0,4%, na de travestis é de 12%. Já nos grupos de
transexuais, de gays e de profissionais do sexo masculino a prevalência
é, em média, de 5%.
No teste oral não é necessário furar o dedo ou tirar sangue como nos
testes rápidos e tradicionais disponíveis nas unidades de saúde do
Brasil. O fluído para o teste é extraído da gengiva e o começo da mucosa
da bochecha, com o auxílio da haste coletora. O resultado sai em até 30
minutos. A grande vantagem é a segurança e a confiabilidade, além de
não necessitar de infraestrutura laboratorial. Quando o resultado dá
positivo para HIV, a pessoa é encaminhada à rede de serviço de
referência previamente organizada para diagnóstico e tratamento em cada
município-sede do projeto.