Famílias criticam a lentidão das investigações no país.

ONG Mães da Sé conseguiu encontrar 4.152 mil pessoas desaparecidas.

Todos os anos 40 mil crianças e adolescentes desaparecem no Brasil. Para as famílias, a investigação é lenta e muitas vezes cai no esquecimento.

Stephany Souza Lopes tinha seis anos quando desapareceu em 2002 na zona leste de São Paulo. A menina foi brincar na casa da vizinha e nunca mais foi vista pela família.  A mãe nunca deixou de procurar pela menina.
“Eu não deixei minha filha largada. Eu tenho dois filhos, muito bem criados, formados, e eu sempre fui uma boa mãe”, conta Zeni, mãe de Stefhany Souza Lopes.
Por ano 40 mil  crianças e adolescentes desaparecem no Brasil. Mães e entidades ligadas aos direitos humanos criticam a lentidão das investigações e a desistência na procura pelos desaparecidos depois de alguns anos.
Em 19 anos, a ONG Mães da Sé conseguiu encontrar 4.152 mil pessoas desaparecidas. A ONG foi criada por Ivanise Esperidião da Silva quando a filha dela, Fabiana desapareceu aos 13 anos de idade. Hoje ela estaria com 33 anos.
“Minha filha está desaparecida há 19 anos. Se eu for na delegacia hoje tenho certeza de que caso da minha filha está arquivado. O problema é tratado com descaso, com abandono muito grande”, conta.
Para o advogado Ariel de Castro há muitas falhas. A lentidão para registrar o desaparecimento, a falta de integração entre os estados e até a própria lei quando permite que adolescentes depois dos 12 anos possam viajar sozinhos sem a permissão dos pais.
“Nós entendemos que o princípio do Estatuto da Criança e Adolescente é a proteção integral na medida que esse adolescente pode viajar para qualquer lugar do país, eles estão desprotegidos. E isso acaba facilitando os casos de desaparecimento de adolescentes no Brasil”.

 Assista aqui