Comemorações de 26 anos acontecem na sexta-feira na Praça Juarez
Antunes, em Volta Redonda
O Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense estará realizando
na sexta-feira, 7/11, às 15 horas, na Praça Juarez Antunes,
na Vila Santa Cecília, em Volta Redonda, uma
manifestação cultural e religiosa em homenagem a Greve de 1988. Este ano
completa 26 anos da Greve, em que três metalúrgicos da CSN foram brutalmente
assassinados pelo Exército brasileiro. São eles: Carlos Augusto
Barroso, de 19 anos; Walmir Freitas Monteiro, 27 anos; e William Fernandes Leite, 22 anos.
A greve
que envolveu cerca de 22 mil metalúrgicos, e indiretamente centenas de
familiares, reivindicava, em especial, o turno de 6 horas e readmissão dos
demitidos políticos, além de aumento salarial e outros itens. Este
acontecimento ficou mundialmente conhecido pela brutalidade do Exército contra
a luta dos trabalhadores por seus direitos.
Todo anos são prestadas homenagens aos metalúrgicos mortos e
relembrada a importância da organização de classe dos trabalhadores.
Confira
a programação:
Data: 07 de novembro de 2014
Local: Praça Juarez Antunes
15hs – Exposição
16hs – Ato Religioso (Com a participação da
Igreja Católica, Igreja Presbiteriana Independente, Federação Espírita do Rio
de Janeiro, Igreja Ortodoxa Siriana, Matriz Africana)
16hs50 – Depósito flores no memorial em
homenagem a William, Valmir e Barroso
17hs – Apresentação de dança com o grupo
Nizinga
17hs30 - Sessão de homenagens com a entrega
2ª edição do troféu 9 de Novembro a
militantes políticos, pessoas que são símbolos da construção política da cidade
de Volta Redonda, que representam a história do movimento popular e sindical da
cidade.
Homenageados:
1-
Renato Soares Ramos - Ex-presidente do
sindicato dos metalúrgicos
2-
João Helvécio – Defensor público
3-
Marcelo Felício – Presidente do sindicato
dos metalúrgicos em 1988
4-
Isaque Fonseca – Diretor do sindicato dos
metalúrgicos em 1988
5-
Marino Clinger – Prefeito de Volta Redonda
em 1988
6-
Adel Carlos Olímpio – Anistiado político
7-
Padre Arlindo - Aco
8-
Padre Juarez – Ex-operário da FEM
9-
D. Júlia – Comunidades Eclesiais de base
10-
Lourdinha – Comissão de posseiros urbanos
11-
Dejair Martins – presidente do Sindicato da
Construção Civil
12-
Paulo Vilela (in memoriam)
13-
Padre Nilson
14-
Adelaide Afonso Máximo – Movimento Negro
Conheça
a história
Após
uma assembleia no dia 4 de novembro que decidiu pela greve, a diretoria do Sindicato de
Metalúrgicos da região invade a empresa procurando paralisar as atividades da
mesma.
No
dia 7 de novembro começa a paralisação e, após um incidente com a Polícia Militar, os
trabalhadores tomam a empresa, ao que a direção da CSN solicita na Justiça a
reintegração de posse e a intervenção do Exército procurando
solucionar rapidamente a questão.
O
Exército e a PM então, no dia 9 de novembro,
começam a dispersar a multidão que se concentra no bairro Vila Santa Cecília, e invade a empresa, procurando retomá-la aos
grevistas. Em meio à confusão, ocorre a morte, no interior da usina, de três
operários: Carlos Augusto Barroso, de 19 anos; Walmir Freitas Monteiro, 27 anos; e William Fernandes Leite, 22 anos. Além dos mortos, cerca de uma
centena de feridos completa o saldo final da greve naqueles dias.
Depois
do ocorrido, os grevistas radicalizam o movimento, decidindo por mantê-lo até o
dia 10. Nesse ínterim, várias vozes do Governo e grevistas ficam trocando
acusações, levando o ministro da Indústria e Comércio à
época ameaçar a empresa de fechamento.
No
dia 22 de novembro, a
população da cidade de Volta Redonda, atendendo aos apelos de sindicalistas e
de outros representantes da sociedade civil, dá um "abraço" simbólico
em torno dos 12 quilômetros da usina, procurando mostrar apoio ao movimento.
Dois
dias depois, após nova assembleia, os operários decidem pelo fim da greve, após
o esgotamento do movimento e da repercussão internacional que ele havia
atingido, devido a intervenção do Exército.
Após
a conquista de parte das reivindicações e da eleição do presidente do sindicato
e líder da greve na época, Juarez Antunes, para a prefeitura de Volta Redonda, morto dois
meses depois de sua posse, os trabalhadores ainda viriam a ter o monumento
erguido em homenagem aos mortos de 9 de novembro (Memorial 9 de Novembro), feito pelo arquiteto Oscar Niemeyer e que havia ocorrido no dia 1º de maio de 1989,
implodido no dia seguinte à sua inauguração, além da eclosão de outras greves,
não tão violentas, bem como a demissão de 70% dos funcionários da empresa e sua
a privatização, no governo de Itamar Franco, no
ano de 1993.