Governo lança campanha para coibir o racismo no atendimento público de saúde
Por CATARINA ALENCASTRO no O Globo
BRASÍLIA
– O Ministério da Saúde lança nesta terça-feira uma campanha para
coibir o racismo no atendimento público de saúde. O governo apresentou
dados que mostram que negros estão mais expostos a doenças e mortes que
brancos. Além disso, os negros têm acesso a um serviço inferior. Segundo
o ministério, 60% da mortalidade materna ocorre entre mulheres negras,
contra 34% da mortalidade entre mães brancas. Entre as atendidas pelo
SUS, 56% das gestantes negras e 55% das pardas afirmaram que realizaram
menos consultas pré-natal do que as brancas. A orientação sobre
amamentação só chegou a 62% das negras atendidas pelo SUS, enquanto que
78% das brancas tiveram acesso a esse mesmo serviço.
—
Ser diferente é uma coisa. Agora, isso transbordar para manifestações
de preconceito, de racismo, que faça com que uma mulher negra se submeta
à dor, a um tempo de espera ou que receba um grau de orientação sobre
aleitamento materno diferente do que uma mulher branca é absolutamente
inaceitável — afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro em entrevista
coletiva após a cerimônia de lançamento da campanha.
Sob o slogan “Não fique em silêncio. Racismo faz mal à saúde”, o governo criou o Disque 136 para receber denúncias. Dependendo do ato praticado contra o paciente, o profissional de saúde acusado pode ter contra ele aberto um procedimento administrativo e até ser punido legalmente, já que racismo é crime.
Outro objetivo da iniciativa é alertar que os negros são mais suscetíveis a doenças como anemia falciforme. Casos de diabetes e hipertensão também são mais severos entre os negros. O Disque 136 também contará, segundo Chioro, com profissionais treinados a dar informações como essas aos pacientes.
A cerimônia contou com a participação de um grupo de pais e mães de santo que fez saudação aos orixás. Uma representante da comunidade candomblecista disse que já ouviu relatos de mulheres negras que, durante o parto na rede pública, foram censuradas pelo profissional que realizava o procedimento com afirmações como: “na hora de fazer, você não reclamou, né?”
A campanha estará no ar de hoje até o dia 30 com spots no rádio e da TV. Os clubes Atlético Mineiro e Corinthians vão colocar banners na campanha em seus estádios.
Sob o slogan “Não fique em silêncio. Racismo faz mal à saúde”, o governo criou o Disque 136 para receber denúncias. Dependendo do ato praticado contra o paciente, o profissional de saúde acusado pode ter contra ele aberto um procedimento administrativo e até ser punido legalmente, já que racismo é crime.
Outro objetivo da iniciativa é alertar que os negros são mais suscetíveis a doenças como anemia falciforme. Casos de diabetes e hipertensão também são mais severos entre os negros. O Disque 136 também contará, segundo Chioro, com profissionais treinados a dar informações como essas aos pacientes.
A cerimônia contou com a participação de um grupo de pais e mães de santo que fez saudação aos orixás. Uma representante da comunidade candomblecista disse que já ouviu relatos de mulheres negras que, durante o parto na rede pública, foram censuradas pelo profissional que realizava o procedimento com afirmações como: “na hora de fazer, você não reclamou, né?”
A campanha estará no ar de hoje até o dia 30 com spots no rádio e da TV. Os clubes Atlético Mineiro e Corinthians vão colocar banners na campanha em seus estádios.
http://www.geledes.org.br/mulheres-negras-sao-60-das-maes-mortas-durante-partos-no-sus-diz-ministerio/#axzz3KAuanqwU