Advertisement

Caso de AVC causado por anticoncepcional chama atenção aos riscos da pílula

Assim que mulheres entram na adolescência e passam a ter ideias sobre sexo, são levadas ao ginecologista para tomar um contraceptivo. O mais utilizado é a pílula anticoncepcional, que também é indicada para resolver cólicas, espinhas e mais uma infinidade de questões. Porém a entrevista que o médico faz não vai muito além de se você quer mesmo tomar aquilo, sem explicar exatamente que remédio é aquele, e a explicação de como faze-lo.

Talvez os médicos tenham se esquecido de que mulheres não são todas iguais e os medicamentos não são indicados para um gênero inteiro. Mulher que consomem álcool ou fumam cigarros, por exemplo, têm um aumento do risco de trombose, que pode acabar em um AVC, como explica a médica hematologista Dra. Jussara Medeiros na revista do laboratório Delboni: “As alterações na circulação sanguínea causadas pelos hormônios dos anticoncepcionais, combinadas aos efeitos do tabagismo, aumentam em até 10 vezes o risco de coagulação do sangue no interior das veias”. Já o álcool é nocivo às células do fígado, órgão onde a pílula é metabolizada. Obesidade e diabetes também são motivos para passar longe da pílula.

A Anvisa diz que, entre 2009 e 2014, recebeu apenas três registros de problemas causados pelo medicamento. Porém, médicos não são obrigados notificar os casos, então raramente o fazem. Seria praticamente impossível que o órgão tivesse os números reais.

O uso de bombas hormonais para prevenir uma gravidez indesejada vem sendo cada vez mais discutido, já que os malefícios da prática passaram a ganhar espaço na mídia – lembra o caso das mulheres francesas? -, mas seus benefícios também são levados em conta, é claro. A questão, na verdade, é a necessidade de que a mulher seja informada dos riscos e que médicos não receitem o medicamento como se não houvessem problemas relatados.

Há dois meses um caso grave aconteceu em Goiânia. A professora universitária Carla Simone Castro, de 41 anos, passou a tomar a pílula Yasmin, da Bayer, em janeiro, para controlar cólicas provocadas por miomas uterinos. Em um mês de uso, ela passou a sentir dores de cabeça, procurou outros médicos – que disseram que podia ser sinusite, crise alérgica, enxaqueca e até ansiedade -, mas a verdade, Carla descobriu da pior maneira possível: sofrendo uma trombose cerebral, que provocou um AVC. Carla não tem nenhum fator de risco que pudesse tê-la levado ao AVC. Os médicos o atribuem ao uso de pílula. O caso alertou outras mulheres, que criaram um grupo para discutir o assunto, com base em casos pessoais: é a “Vítimas de anticoncepcionais Unidas a favor da vida”. O tema também é discutido em diversos grupos feministas, de saúde da mulher e de soluções naturais para a saúde.

Enquanto a pílula anticoncepcional masculina não está no mercado – o que esperamos que mude rápido -, a maior parte da responsabilidade por evitar uma gestação não planejada é da mulher – outra coisa que você precisa discutir com seu parceiro: a responsabilidade tem que ser dos dois! -, então é realmente difícil abrir mão dessa proteção, que sempre deve ser utilizada em paralelo com a camisinha.

Infelizmente, os métodos contraceptivos disponíveis no mercado não são oferecidos pelos médicos para que você faça a escolha. Em uma pesquisa publicada pela Sociedade Internacional de Ginecologia e Endocrinologia, depois de informadas sobre o funcionamento de outros métodos, 22% das mulheres que optavam pela pílula mudaram de opinião.

Você pode, ou não, mudar seu método, mas o mais importante, em qualquer caso, é se informar sobre o que você está colocando no seu corpo. Faça perguntas ao médico mesmo que ele a olhe com cara feia, tire suas dúvidas, faça buscas na internet antes de tomar um decisão e troque experiências com outras mulheres. Isso pode salvar a sua vida.Fonte:Yahoo