Biografia de Brigitte Bardot revela que atriz era um dom-juan de saia
Livro aponta a francesa como a primeira estrela moderna
Brigitte Bardot no set do filme ‘Vida Privada’, de Louis Malle (1962)
Foto: Divulgação
Rio - Numa época de estrelas
hollywoodianas glamourosas e inatingíveis, uma menina-mulher de cabelos
soltos, maquiagem leve e roupas despojadas, de repente conquistou o
mundo. O ano era 1958 e o símbolo sexual em questão era a francesa
Brigitte Bardot, revelada no filme ‘E Deus Criou a Mulher’, de seu então
marido, Roger Vadim. A história do mito volta a ser visitada em
‘Brigitte Bardot’ (Ed. Record, 322 págs., R$ 35), biografia da
jornalista Marie-Dominique Lelièvre, recém-lançada no Brasil.
Com depoimentos de pessoas com quem
BB conviveu e pesquisa em publicações da época, o livro não poupa
detalhes negativos da história da atriz, como o filho que ela
negligenciou ou sua relação dúbia com a imprensa: ela reclamava que era
‘vampirizada’, mas contava detalhes de sua intimidade quando era
interessante para ela. Apesar disso, a autora é fã da loura e tenta
contemporizar os aspectos negativos de sua personalidade e
comportamento.
“Ela era uma heroína da minha
infância. Quando eu tinha 8 ou 9 anos, achava que ela era a mulher mais
bonita do mundo. Ela foi a primeira star no sentido moderno do termo:
sua vida privada conta tanto quanto seus papéis no cinema. A pin up
loura estilizada por seu marido (Vadim) rapidamente virou algo maior.
Ela não somente agradava aos homens porque era sexy, mas também às
mulheres, que desejavam viver que nem ela, como um dom-juan”, analisa
Marie-Dominique.
“Bardot se comportava como um homem: escolhia
seus amantes e os largava. Na época, era chocante. As leitoras se
regalavam com a leitura do folhetim da sua vida amorosa”, conta a
autora.
Mas nem sempre foi assim: durante muito tempo, a
‘bombshell’ se achou feia. “Ao longo da vida, Brigitte Bardot foi
maltratada. Seus pais desejavam um filho homem: ‘Você é feia, burra e
má’, disse a mãe dela, resumindo, diante dessa criança desgraçada pelo
uso de um aparelho dentário e óculos de lentes grossas. BB é amblíope:
ela não enxerga de um olho”, revela.
Mas o sofrimento da musa não parou com o status
de símbolo sexual mundial. “Depois, foi a mídia que assumiu esse papel
(de maltratar a artista). Perseguida por fotógrafos, Bardot viveu um
inferno. Em uma tentativa de suicídio muito grave, os fotógrafos
chegaram à clínica... antes da ambulância. Além do público, capaz de
cuspir nela ou jogar pedras, conforme relatado pelas testemunhas que
entrevistei. Hoje, a imprensa não poupa também”, critica.
Com 80 anos completados no último 28 de
setembro, Bardot vive reclusa e é ativista dos direitos dos animais.
Casou-se quatro vezes, a última delas, em 1992, com Bernard D’Ormale, um
conselheiro político de Jean-Marie Le Pen, ex-presidente do principal
partido de extrema-direita da França — o que, mais uma vez, rendeu
diversas críticas à eterna musa.http://odia.ig.com.br/diversao/2014-10-18/biografia-de-brigitte-bardot-revela-que-atriz-era-um-dom-juan-de-saia.html