A presidente Dilma Roussef reafirmou, durante entrevista concedida no último final de semana no Planalto, a possibilidade de reajuste da gasolina após o período eleitoral. De acordo com ela, o aumento no preço do combustível seria para amenizar as quedas no lucro da Petrobras. Após o pronunciamento, fontes do governo federal divulgaram que o ajuste deve ser entre 5,5% e 6%. A notícia reforça a previsão do ministro da Fazenda, Guido Mantega que, no início do mês, afirmou que a gasolina subiria este ano. O valor do produto não é reajustado desde novembro de 2013 quando, na ocasião, a Petrobras anunciou um aumento médio de 4% nas bombas e de 8% nas refinarias, o que resultou em um repasse final para o consumidor de cerca de 3 %. Dilma ressaltou, entretanto, que a determinação não é de sua competência e que a decisão cabe ao Conselho de Administração da Petrobras.
A decisão pelo aumento leva em conta o arrefecimento que a inflação deve dar no segundo semestre, a necessidade de fortalecer o caixa da estatal e a regra de elevação anual do preço dos combustíveis. Durante apresentação dos resultados financeiros e operacionais da companhia, o diretor de Finanças e Relações com Investidores da Petrobras, Almir Barbassa, disse que o aumento dos combustíveis é “imprescindível” para que a empresa reduza seu endividamento.
De acordo com portal americano especializado em economia, o Brasil tem a 16ª gasolina mais cara do mundo, embora seja o 13° maior produtor de petróleo. No estudo, que compara o preço da gasolina em 61 países, o Paquistão aparece em primeiro lugar no ranking, com a gasolina menos acessível para a população, enquanto a Venezuela aparece em último, como o país com o valor do combustível mais acessível (por ser altamente subsidiado pelo governo).
Motoristas reclamam
Apesar de o aumento ainda ser mera especulação, consumidores de Barra Mansa já reclamam do gasto que terão com o reajuste previsto para depois de outubro. Na região, o preço da gasolina está custando cerca de R$3,34.
O coordenador comercial Fábio da Silva disse ter aderido ao uso de gás natural. “Tudo aumenta. O preço da gasolina está sempre subindo, enquanto nossos salários continuam o mesmo”, reclamou. Para Fábio, o gás natural se consolidou como alternativa viável e econômica.
No ponto de ônibus, o motorista Gilberto Alves contou ter aderido ao uso do transporte coletivo devido ao alto custo da gasolina. “Estou utilizando meu carro apenas nos finais de semana. Com esse preço não dá pra usar o veículo diariamente. Sai mais em conta viajar de ônibus que, apesar de ter menos conforto e gastar mais tempo no trajeto, acaba rendendo certa vantagem para o bolso”, ponderou Alves, que estima gastar cerca de R$ 112 mensais utilizando o transporte coletivo, enquanto que de veículo próprio, gastaria R$ 250 só em combustível.
Já a artesã Zilma Vieira admitiu preferir o uso da gasolina, apesar do alto custo. “Melhor desempenho do motor, maior potência”, citou.https://www.facebook.com/jornalavozdacidade?fref=ts