Poupador perdeu dinheiro com caderneta
Investimento têm rendimento inferior ao acumulado da inflação no primeiro semestre do ano
Rio - Quem apostou na caderneta de poupança
perdeu dinheiro nos últimos seis meses. Pesquisa da Economatica mostra
que o retorno nominal do poupador no primeiro semestre deste ano foi de
3,47%, enquanto a inflação acumulada no mesmo período chegou a 3,75%, de
acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do
IBGE. Isso significa que os investidores dinheiro aplicado desvalorizou
0,26%.
A queda foi maior que a do primeiro semestre de 2013, quando a poupança rendeu 0,11% abaixo da inflação. Também houve perda de poder aquisitivo nesse mesmo período dos anos de 2003, 2008 e 2011, de acordo com o estudo.
Professor de Finanças da PUC-Rio, Alexandre Canalini explica que não apenas a poupança não rendeu juros reais, como nem sequer se igualou à inflação. Ele prevê que essa aplicação deve continuar rendendo pouco, pois, com os reajustes de combustível e da energia elétrica que estão por vir, a inflação deve aumentar.
Ele diz que quem ganhar as eleições para a Presidência da República terá um problemão para resolver. “A poupança só vai se tornar competitiva se as taxas de juros caírem muito no futuro”.
Por isso, mesmo investidores mais conservadores devem começar a procurar outros tipos de aplicação para fazer seu dinheiro render. “Quem tem pouco deve se cadastrar no Tesouro Direto e comprar títulos Letra Financeira do Tesouro (LFT), que têm praticamente a rentabilidade da Selic, já descontando todos os custos”, afirma Alexandre Canalini. Hoje, a taxa básica de juros (Selic) está em 11% ao ano.
Para investir no Tesouro Direto, é preciso procurar uma corretora de valores. “Todo banco tem, mas quem quiser preços mais em conta pode procurar uma independente, que cobra taxas mais baixas”, ensina o professor.
No site do Tesouro Nacional é possível conferir a tabela com as taxas cobradas por cada instituição. Basta acessar http://goo.gl/k7Ytj2.
Fundos de renda fixa são boa opção
Outra opção para quem quer aplicar o dinheiro são os fundos de investimento em renda fixa, que ficaram entre as melhores aplicações do primeiro semestre. Tiveram rendimento de 4,32% após desconto de Imposto de Renda (alíquota de 22,5%, para resgate em até 180 dias). Vale lembrar que esse tipo de investimento exige um pagamento em intervalos e condições preestabelecidas.
O dólar, por sua vez, teve queda acumulada de 6,4% e aparece como pior investimento em 12 meses, com desvalorização de 0,5%. Já os fundos de ações livre — opção para o pequeno investidor que quer aplicar em Bolsa — lideraram o ranking nesse mesmo período, com alta de 10,01% após desconto de IR (com incidência de alíquota de 15%), em parte graças à alta de 12,03% da Bolsa brasileira no intervalo.
Além de liderarem o ranking semestral, os fundos de renda fixa apresentam desempenho de 8,31% em 12 meses (após desconto de IR). Já os fundos DI registraram ganho de 3,81% nos últimos seis meses (também descontando impostos), e de 8,09% em 12 meses.
A alta foi em função principalmente das sucessivas elevações da Selic, ao longo de um ano — entre abril do ano passado e abril deste ano.
Saques indevidos
O banco Santander foi condenado a pagar R$ 17 mil de indenização a um cliente por saques indevidos na poupança. A conta foi aberta em 1993 pelo avô do cliente, para que este sacasse o dinheiro após a maioridade, mas tinha apenas R$5,14 quando ele tentou fazer a primeira retirada, aos 18 anos, em 2011. A decisão é do juiz da 29ª Vara Cível de Belo Horizonte, José Maurício Cantarino Villela.
Seu avô usava a conta apenas para depósitos e o valor que deveria ter sido acumulado era de aproximadamente R$ 7 mil. A defesa do banco alegou prescrição, pois a data do último saque foi fevereiro de 2008. Além disso, afirmou que não pode ser responsabilizado por saques ou movimentação de terceiros que se utilizam do cartão e senha pessoal do cliente.
O juiz rejeitou o argumento, considerando que o cliente só tomou conhecimento dos saques em 2011. O processo foi iniciado em 2012, e o juiz destacou que o prazo de prescrição para esse caso é de cinco anos, conforme o Código de Defesa do Consumidor (CDC).
O magistrado afirmou que houve defeito na prestação do serviço, pois o banco registrou diversos saques na conta do cliente sem seu conhecimento e não prestou esclarecimento. A decisão está sujeita a recurso.http://odia.ig.com.br/noticia/economia/2014-07-12/poupador-perdeu-dinheiro-com-caderneta.html
A queda foi maior que a do primeiro semestre de 2013, quando a poupança rendeu 0,11% abaixo da inflação. Também houve perda de poder aquisitivo nesse mesmo período dos anos de 2003, 2008 e 2011, de acordo com o estudo.
Professor de Finanças da PUC-Rio, Alexandre Canalini explica que não apenas a poupança não rendeu juros reais, como nem sequer se igualou à inflação. Ele prevê que essa aplicação deve continuar rendendo pouco, pois, com os reajustes de combustível e da energia elétrica que estão por vir, a inflação deve aumentar.
Ele diz que quem ganhar as eleições para a Presidência da República terá um problemão para resolver. “A poupança só vai se tornar competitiva se as taxas de juros caírem muito no futuro”.
Por isso, mesmo investidores mais conservadores devem começar a procurar outros tipos de aplicação para fazer seu dinheiro render. “Quem tem pouco deve se cadastrar no Tesouro Direto e comprar títulos Letra Financeira do Tesouro (LFT), que têm praticamente a rentabilidade da Selic, já descontando todos os custos”, afirma Alexandre Canalini. Hoje, a taxa básica de juros (Selic) está em 11% ao ano.
Para investir no Tesouro Direto, é preciso procurar uma corretora de valores. “Todo banco tem, mas quem quiser preços mais em conta pode procurar uma independente, que cobra taxas mais baixas”, ensina o professor.
No site do Tesouro Nacional é possível conferir a tabela com as taxas cobradas por cada instituição. Basta acessar http://goo.gl/k7Ytj2.
Fundos de renda fixa são boa opção
Outra opção para quem quer aplicar o dinheiro são os fundos de investimento em renda fixa, que ficaram entre as melhores aplicações do primeiro semestre. Tiveram rendimento de 4,32% após desconto de Imposto de Renda (alíquota de 22,5%, para resgate em até 180 dias). Vale lembrar que esse tipo de investimento exige um pagamento em intervalos e condições preestabelecidas.
O dólar, por sua vez, teve queda acumulada de 6,4% e aparece como pior investimento em 12 meses, com desvalorização de 0,5%. Já os fundos de ações livre — opção para o pequeno investidor que quer aplicar em Bolsa — lideraram o ranking nesse mesmo período, com alta de 10,01% após desconto de IR (com incidência de alíquota de 15%), em parte graças à alta de 12,03% da Bolsa brasileira no intervalo.
Além de liderarem o ranking semestral, os fundos de renda fixa apresentam desempenho de 8,31% em 12 meses (após desconto de IR). Já os fundos DI registraram ganho de 3,81% nos últimos seis meses (também descontando impostos), e de 8,09% em 12 meses.
A alta foi em função principalmente das sucessivas elevações da Selic, ao longo de um ano — entre abril do ano passado e abril deste ano.
Saques indevidos
O banco Santander foi condenado a pagar R$ 17 mil de indenização a um cliente por saques indevidos na poupança. A conta foi aberta em 1993 pelo avô do cliente, para que este sacasse o dinheiro após a maioridade, mas tinha apenas R$5,14 quando ele tentou fazer a primeira retirada, aos 18 anos, em 2011. A decisão é do juiz da 29ª Vara Cível de Belo Horizonte, José Maurício Cantarino Villela.
Seu avô usava a conta apenas para depósitos e o valor que deveria ter sido acumulado era de aproximadamente R$ 7 mil. A defesa do banco alegou prescrição, pois a data do último saque foi fevereiro de 2008. Além disso, afirmou que não pode ser responsabilizado por saques ou movimentação de terceiros que se utilizam do cartão e senha pessoal do cliente.
O juiz rejeitou o argumento, considerando que o cliente só tomou conhecimento dos saques em 2011. O processo foi iniciado em 2012, e o juiz destacou que o prazo de prescrição para esse caso é de cinco anos, conforme o Código de Defesa do Consumidor (CDC).
O magistrado afirmou que houve defeito na prestação do serviço, pois o banco registrou diversos saques na conta do cliente sem seu conhecimento e não prestou esclarecimento. A decisão está sujeita a recurso.http://odia.ig.com.br/noticia/economia/2014-07-12/poupador-perdeu-dinheiro-com-caderneta.html