Após ter sua certidão de candidata negada pela Justiça Eleitoral, a deputada estadual Inês Pandeló (PT) anunciou hoje (03) que não concorrerá à reeleição. De acordo com uma nota postada por ela em seu Facebook, o motivo de sua desistência teria sido um processo judicial, que acabou colocando-a na lista de políticos ‘ficha suja". O processo a que ela se refere foi movido por um ex-assessor que denunciou a prática do ‘rachidi' (quando o político recolhe parte do salário de seus assessores). Por causa da condenação, ela ficou inelegível por oito anos. Inês recorreu à Brasília, mas ainda não obteve resposta.
- Temos assistido uma crescente criminalização da atividade política em nosso país. Nosso mandato é comprometido com os movimentos sociais, lutas das mulheres e superação das desigualdades. No entanto, uma acusação injusta deu origem um processo judicial e estamos fazendo todos os esforços, juntamente com nossos advogados, para corrigir essa agressão - justificou Inês, que precisaria de uma liminar concedida pela Justiça para poder concorrer até que o processo seja analisado pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Mas o tempo do judiciário é lento e não acompanha os prazos das eleições", lamentou.
Ainda de acordo com Inês, o fato lhe possibilitou pensar em se dedicar totalmente à candidatura do senador Lindbergh Farias (PT) ao governo do estado.
- Tal situação me fez considerar com carinho o convite feito pelo senador Lindberg Farias para coordenar a sua campanha ao Governo do Estado na região e a organização e mobilização das mulheres em todo o estado, o que muito me honrou - disse.
Antes de anunciar sua desistência, que pegou boa parte do meio político de surpresa, a parlamentar, de forma discreta, chegou a postar em sua página no Facebook, assim que fez o anúncio aos seus correligionários - a portas fechadas e com direito a celulares desligados - o tal convite que teria sido enviado por Lindbergh convidando-a para coordenar sua campanha junto às mulheres do Sul Fluminense. A postagem dizia o seguinte:
- Querida Inês, gostaria de convidá-la para coordenar minha campanha de governador junto às mulheres, contando com a sua colaboração futura nesse tema. E gostaria de tê-la na coordenação da campanha no Sul Fluminense. Seu engajamento é muito importante para a vitória da Frente de Esquerda em outubro próximo.
Preferindo evitar a imprensa, a deputada se manifestou apenas pela internet dizendo que aceitou "com alegria o convite para a coordenação de campanha"
- E conclamo a todas cidadãos e cidadãs, a ingressarem firmes nas campanhas de Dilma Presidenta e Lindberg Governador, por um estado e um país muito melhor - comentou.
Segundo petistas ligados a Inês Pandeló, sua saída da disputa foi um nocaute para a própria parlamentar, que passou os últimos meses brigando com o vereador Pissula (PT) pela prioridade de candidatura.
Vale lembrar que, com a desistência de Inês, o vereador barramansense agora é único candidato do partido à Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) representando Barra Mansa e, conforme ele próprio confirma, com reais condições de vencer o pleito.
Do Rio de Janeiro, onde Pissula terminava de oficializar sua candidatura, o vereador conversou rapidamente com o jornal.
- Sinto muito por isso, de verdade, porque Barra Mansa perde muito sem Inês, que tem histórico de luta pela cidade - garantiu, de forma diplomática.
Com relação às expectativas para as eleições deste ano, Pissula disse que está tranquilo, pois poderá representar o partido com responsabilidade.
- Essa eleição será especial. O pleito vai ser marcado pela pauta de luta e obrigará transparência dos candidatos - comentou.http://diariodovale.com.br/noticias/2,91817,Ines-Pandelo-desiste-de-ser-candidata-a-deputada-estadual.html#ixzz36Uls5DvA