Professores promovem ‘peladaço’ para protestar contra governo
Profissionais fizeram ato para que escolas públicas e profissionais contratem para aulas de Educação Física
Rio - Em época de Copa, bater uma pelada em
frente ao prédio do Ministério da Educação e Cultura (MEC), no Centro do
Rio, foi a maneira criativa que professores de Educação Física
escolheram para protestar contra o governo federal, que não aprova o
Projeto de Lei 116/13.
O projeto prevê que escolas públicas e
particulares contratem profissionais da área para dar aulas de Educação
Física a crianças do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental. Segundo Jorge
Steinhilber, presidente do Conselho Federal de Educação Física, o
governo federal argumenta que os gastos públicos aumentarão com a
contratação de professores formados e com licenciatura.
“A Educação Física é obrigatória para
estudantes dos ensinos Fundamental e Médio. Mas a lei só obriga que a
aula seja dada por profissionais a partir do 6º ano. Do 1º ao 5º, a
professora de turma é quem orienta as atividades físicas dos alunos”,
explica Steinhilber. Para o presidente do conselho, a criança tem o
direito às aulas com um profissional. “Muitas delas têm dificuldade de
aprender a ler e a escrever por falta de coordenação motora. As aulas de
Educação Física, ministradas por professor especializado, oferecem esse
embasamento”, afirma.
Profissionais de Educação Física fazem ‘peladaço’: protesto criativo a favor do Projeto de Lei 116/13
Foto: Divulgação
O projeto de lei, de autoria do
deputado federal Otávio Leite (PSDB), começou a tramitar em 2009 na
Câmara dos Deputados, onde foi aprovado. No Senado, já recebeu o aval da
Comissão de Educação, Cultura e Esporte — o senador Lindberg Farias
(PT) foi o relator. “Como o governo não quer que o projeto vire lei,
pode perfeitamente manobrar para que um senador da base governista
apresente um requerimento. Se o requerimento for aprovado, o projeto
retorna à Câmara e serão mais cinco anos de discussão”, prevê
Steinhilber.
Professores de Educação Física em outros
estados também protestaram contra o posicionamento do governo
federal. “Se tem dinheiro para fazer Copa, como não tem verba para
atender às necessidades das crianças?”, questiona o presidente do
Conselho. Para o médico esportivo Marcos Britto da Silva, o professor
especializado tem mais chance de ser eficiente. “Atividades meramente
recreativas é que podem ficar a cargo de um leigo”, ensina.http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2014-05-30/professores-promovem-peladaco-para-protestar-contra-governo.html