Das nove passarelas
anunciadas pelo governo anterior, apenas quatro constam hoje no projeto do DNIT
As obras de remoção do Pátio
de Manobras, tão aguardadas e sonhadas pela população de Barra Mansa, não serão
entregues pelo DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) –
contratante da obra – da maneira como foi divulgado pelo governo anterior. Isso
porque a maioria das inserções anunciadas pelo ex-prefeito não constam no
contrato do DNIT, entre elas as nove passarelas que seriam construídas. Na
verdade, serão apenas quatro: uma próxima ao Campo do Ferroviário, uma no
viaduto Alexandre Fischer (já concluída), outra perto da entrada do Parque da
Cidade (que já está pronta) e a última na entrada do bairro Saudade.
Essas e outras informações
sobre o projeto foram apresentadas pelo prefeito Jonas Marins e o secretário
municipal de Planejamento Urbano, Ronaldo Alves, durante reunião na noite desta
quinta-feira, dia 11, no auditório da Aciap (Associação Comercial de Barra
Mansa). “Gostaríamos de deixar claro que somos a favor desta obra, mas que a
execução não é nossa e sim do DNIT. Por isso, desde que assumimos temos nos
reunido não só com representantes do DNIT, mas também da ANTT, MRS e FCA para
tomarmos conhecimento de tudo antes de apresentar à população a verdade sobre
esta obra”, disse Jonas, ressaltando que a prefeitura entrou apenas apoiando à
obra.
O prefeito informou que,
durante a última reunião com representantes do Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes, ouviu do próprio DNIT que eles não tinham
conhecimento da maquete eletrônica apresentada pelo governo anterior.
Inclusive, usada pelo ex-prefeito durante a campanha eleitoral no ano passado. “Mostraram
uma ilha de fantasia, mas vamos receber minimamente quatro passarelas e dois
viadutos”, frisou, se referindo aos viadutos de Saudade, que já está pronto,
mas que depende de melhorias na Rua Prefeito João Luiz para ser inaugurado; e o
próximo à Saint Gobain, que está em fase de construção.
De acordo com o secretário
de Planejamento, as três novas entradas prometidas na maquete eletrônica também
não constam mais no contrato da obra. “A segunda revisão do projeto, negociada
pelo DNIT com a construtora Integral, retirou a execução de diversos trechos
rodoviários transferindo a responsabilidade para a prefeitura. Nossa
preocupação é a obtenção de recursos financeiros capazes de permitir essa transferência
de responsabilidade”, disse Ronaldo.
Jonas levantou ainda outro
ponto, de que a obra só vai beneficiar a ferrovia. A intenção do DNIT, segundo
o prefeito, é cercar toda a malha ferroviária. “Querem criar um muro de Berlim
na cidade. Essa obra está acontecendo para fechar as passagens de nível e, com
isso, os trens passarem ainda mais rápido pelo município. Isso atenderá os
interesses corporativos da CSN e da ferrovia. Os trens de carga da empresa
quando chegam próximo as passagens de nível precisam reduzir a velocidade,
gastando mais combustível e tempo”, informou.
De acordo com o secretário
de Planejamento, uma das preocupações da prefeitura é com relação a mobilidade
urbana, que não é bem resolvida no projeto. “Mesmo não estando prevista da forma
adequada, estamos lutando para que seja melhorada essa questão”, informou
Ronaldo. “Até concordamos em fechar as passagens de nível, mas desde que tenha
uma alternativa de mobilidade urbana, que de fato melhore a qualidade de vida
para a população. Do jeito que o projeto está sendo executado, a tendência é
que a mobilidade urbana da cidade fique ainda pior do que é hoje”, frisou Jonas.
Segundo Ronaldo, dos R$ 41,3
milhões previstos inicialmente para obra, o valor hoje ultrapassa R$ 60 milhões,
entre execução e fiscalização. “O estranho é que, apesar do valor inicial ter
sido aumentado, a obra sofreu vários cortes em seu projeto original licitado”,
destacou o secretário.
Com relação às
desapropriações, Ronaldo informou que, por enquanto, apenas uma pequena parcela
dos moradores que terão seus imóveis desapropriados ou indenizados aceitou a
proposta do DNIT. “O atraso da obra está diretamente ligado à questão da
desapropriação, uma vez que ela só continuará em ritmo normal quando este
problema for resolvido”, disse, acrescentando que as obras em Anísio Brás
continuam, mas, segundo técnicos do DNIT, já estão com mais de um ano de
atraso.
Passarelas –
Preocupado com a questão do fechamento das passagens de nível, principalmente a
que fica na altura da Rua Duque de Caxias, o prefeito Jonas Marins já se reuniu
diversas vezes com o vice-governador do estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando
Pezão. “Procurei o Pezão para ver se o governo do Estado assume a construção da
passagem de pedestres no local, mas não tivemos resposta ainda porque o município
não está de posse dos projetos. No entanto, vamos continuar lutando por essa
parceria”, informou. De acordo com Jonas, a prefeitura irá realizar diversas
audiências públicas com a população para mostrar a verdade da obra do Pátio de
Manobras.
Coordenadoria de Comunicação Social
Prefeitura de Barra Mansa
(24) 2106-3425 | 2106-3521