As famílias que vivem no condomínio Volta Grande 4, em Volta Redonda
(RJ), cultivam hortaliças e frutas no solo contaminado por resíduos
tóxicos e cancerígenos.
Relatório aponta alto índice de abortos na região contaminada pela CSN no Rio
Órgão estadual liberou casas em área contaminada pela CSN no Rio
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A conclusão é do Inea (Instituto Estadual do Ambiente) e tem como base
estudos apresentados pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional). A
empresa doou o terreno a seus funcionários em 1995.
O governo do Rio acusa a companhia de expor as famílias a metais
pesados. A CSN afirma que não há perigo ou risco à saúde dos moradores
do condomínio.
O cultivo de alimentos foi constatado no local pela Folha na semana passada.
O estudo ao qual o Inea se refere foi entregue em dezembro pela empresa
Diagonal a pedido da CSN. Segundo o documento, foram identificadas
árvores frutíferas ou cultivo de horta em 89 dos 695 lotes cadastrados.
Mais da metade desses moradores afirmam consumir algum produto vindo
direto do solo, apesar das recomendações feitas pela CSN quanto à
restrição de plantio e consumo no loteamento.
O relatório diz ainda que em mais de 80% dos imóveis foram feitas escavações do solo para obras de ampliação ou melhoria das casas.
O relatório diz ainda que em mais de 80% dos imóveis foram feitas escavações do solo para obras de ampliação ou melhoria das casas.
A escavação do solo é apontada como outra via de exposição dos moradores
ao material tóxico. No entanto, o estudo não mostra o nível de
contaminação dessas moradias.
Em vistoria no início do ano, o Inea valida o documento entregue pela Diagonal.
Em vistoria no início do ano, o Inea valida o documento entregue pela Diagonal.
"Pode-se concluir que a população já esteve e permanece exposta a níveis
intoleráveis de risco à saúde humana considerando o cenário atual, com
ingestão de vegetais, escavação de solo por trabalhadores de obras e
contato dérmico de crianças com o solo superficial", diz o instituto.
As análises apontam a existência no solo de mais de dez compostos formados basicamente por metais pesados nocivos à saúde.
A companhia pode ser multada em até R$ 50 milhões. O relatório do Inea,
do último dia 3, conclui que a retirada dos moradores do local deve ser
imediata.
Arte Folha | ||