Os recentes indicadores de aumento da inadimplência, no mercado brasileiro, não refletem a realidade do setor de material de construção. De acordo com a Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), a tão esperada reforma ou até mesmo o sonho da casa própria fez com que os consumidores deste segmento mantivessem seus débitos em dia, em 2012.  Para se ter um exemplo, um levantamento feito pela associação apontou que, no último semestre, o setor obteve o menor índice de cheques devolvidos (apenas quatro a cada mil) e um registro de apenas 1,2% de inadimplência.

Os varejistas de material de construção estão de acordo com estes números e também verificaram baixos índices em suas lojas, Na região, de acordo com o sócio-administrador da Cegil – uma loja do setor localizada em Resende - Leandro Siqueira Dias, a inadimplência referente as vendas de 2012 representaram apenas 1%.  O que, de acordo com ele, na maioria dos casos recai sobre pagamentos com boleto ou cheque, uma vez que as dívidas nos cartões de crédito são de responsabilidade das financeiras e operadoras.

- A inadimplência na Cegil foi baixa porque, além dos fatores relatados, desenvolvemos em parceria com a Câmara de Dirigentes Lojistas de Resende, ferramentas de consulta eficientes e adaptadas a realidade regional de consumo. Somado a isso, temos também o fato das pessoas estarem cada vem mais preocupadas em manterem o nome limpo e o crédito no mercado para poderem investir em reformas ou, até mesmo, na construção da casa própria -, ressaltou o administrador.

Além da pequena faixa de inadimplência, durante 2012, Dias ressalta que outros índices também foram satisfatórios para a Cegil. No último mês do ano, por exemplo, as vendas referentes ao período aumentaram em 7,5% com relação ao ano interior.  A Cegil teve um acréscimo de 2,5% acima do mercado nacional, que ficou em 5,5%, segundo a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção.

- Um dos fatores responsáveis por esse resultado foi a venda de material para investidores, ou seja, pessoas que compram o segundo imóvel com o intuito de alugar ou vender após valorização. Isso acontece porque Resende vem recebendo investimentos de novas indústrias que estão se instalando na região, fazendo com que aumente a procura por imóveis, seja para compra ou para aluguel – destacou o sócio-administrador, que também aposta no bom desempenho do setor neste ano de 2013.
Para ele, a continuidade das obras do programa “Minha Casa, Minha Vida”, a manutenção da redução do IPI para os produtos do setor e as linhas de financiamento de material de construção com recursos do FGTS – que deve melhorar ainda mais o acesso ao crédito – serão grandes aliados para manter o mercado aquecido nos próximos meses. “Com base nesse histórico, nossas expectativas são as melhores e esperamos um mercado promissor para os próximos meses”, finalizou.