Segundo levantamento da pasta, com informações do Programa Conjunto das
Nações Unidas sobre o HIV/Aids (Unaids), o Brasil tem atualmente entre
490 mil e 530 mil soropositivos. Dado anterior, de 2010, utilizado pelo
governo até então apontava que o país abrigava 630 mil infectados.
Para o ministério, a queda é decorrente de trabalhos de prevenção. No
entanto, mudanças na metodologia de pesquisa -- que passou a abranger
mais cidades brasileiras -- causaram a redução do índice.
Os novos dados revelaram ainda um aumento na contaminação de jovens
homossexuais, com idade entre 15 e 24 anos. Em 2002, homossexuais com
essa faixa etária eram pouco menos de 40% dos casos. Novos dados
apresentados apontam que essa mesma camada da população já ultrapassou
os 50% dos casos.
"Essa geração não acompanhou o início da luta contra a Aids e nem perdeu
ídolos por causa da doença, por isso a importância da sensibilização",
argumentou Padilha.
'Fique Sabendo'
Por isso, os jovens são um público-alvo importante do programa “Fique
Sabendo”, que vai oferecer testes rápidos para detectar HIV, hepatite e
sífilis. A meta do Ministério da Saúde é examinar 500 mil pessoas no
período.
Para atingir esse público específico, o Ministério pretende levar a
campanha de mobilização para locais frequentados por jovens – com
atenção especial para os homossexuais –, como boates e bares. Além
disso, a campanha será feita nas redes sociais, assim como no rádio e na
televisão.
Entre 2005 e 2011, o número de exames rápidos feitos no país aumentou de
528 mil para 2,3 milhões, pelo programa "Fique Sabendo". Só este ano,
de janeiro a setembro, foram distribuídas 2,1 milhões de unidades, e a
expectativa do governo é encerrar 2012 com uma remessa de 2,9 milhões de
testes só para detectar o vírus da Aids.
Cerca de 38 mil casos são diagnosticados anualmente no país. Quanto
antes é descoberto o vírus, mais eficaz é o tratamento. Segundo o
Ministério, cerca de 70% das pessoas que tomam o coquetel
antirretroviral apresentam cargas virais indetectáveis.
A nova campanha começa na próxima quinta-feira (22) e vai até 1º de dezembro, o Dia Mundial da Luta contra a Aids.
Por região
A região com a maior concentração de casos da doença no país é o
Sudeste, com 43,8% do total. Porém, na taxa de incidência por habitante,
a doença aparece mais nos estados do Sul – o Rio Grande do Sul lidera a
lista, com 40,2 casos para 100 mil habitantes, seguido pela Santa
Catarina, com 36,4. O vírus é mais comum nas cidades maiores – acima de
500 mil habitantes –, e tem seus menores índices nos municípios com
menos de 50 mil pessoas.
Porém, os números desses locais estão razoavelmente estáveis, e o que
mais chama a atenção do Ministério nos novos dados é o aumento na
quantidade de infectados nas regiões Norte e Nordeste. "Precisamos
aumentar a capacidade de testagem e melhorar a qualidade dos serviços de
tratamentos nessas regiões o quanto antes," destacou Padilha.
Ainda segundo o governo, das 530 mil pessoas que estão com o vírus HIV
no país, 217 mil estão em tratamento e 130 mil ainda não sabem que estão
contaminadas, segundo o ministério. "Nossa meta com a campanha é fazer
com que pessoas que façam parte desses 130 mil, tomem conhecimento e
comecem a se tratar," disse o ministro.
O levantamento aponta ainda que o número de mortes se mantém estável no
Brasil, com uma média de 11,3 mil óbitos por ano ao longo dos últimos
dez anos. A pasta atribui a estagnação dos números ao aumento do uso de
preservativos, juntamente com o tratamento, à base de medicamentos
antirretrovirais.
"Um diagnóstico precoce, juntamente com o tratamento, estão fazendo o
número de mortes diminuir e a qualidade de vida dos pacientes aumentar",
afirmou Pedro Chequer, coordenador do Programa Conjunto das Nações
Unidas sobre o HIV/Aids (Unaids) no Brasil.
Desde 2008, o exame é produzido no Brasil, pelo Instituto de Tecnologia
em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),
e pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).http://bmsaude.blogspot.com.br/2012/11/crescimento-da-aids-entre-os-jovens.html