Os avanços da educação brasileira e seus novos desafios
O Governo Federal nos últimos
anos vem em um destaque na discussão voltado a educação e ao ensino público,
como dizia o ex-presidente Lula “nunca antes na história deste país” falamos
tanto em educação tanto como melhorias da mesma quanto na ampliação de
oportunidades. Tanto para nível de ensino médio quanto em nível de ensino
superior. As medidas tanto envolvidas com o PRONATEC-PROUNI-REUNI até mesmo a
reformulação do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) e o próprio sistema de
cotas é sim uma maneira de difundir o ensino público brasileiro.
Como toda nova iniciativa há sim grandes
problemas, como houve e está ocorrendo até hoje desde a implantação destas
idéias e digo mais, poderão ocorrer nos próximos anos à saturação de profissões
que hoje faltam profissionais que são o professores, os formandos em cursos de
licenciatura.
Em 2013 o governo federal vai fazer tipo um
ENEM, atualmente que serve par inserir as pessoas as universidades com aqueles
profissionais formados na área de educação (licenciatura), assim uma pessoa que
está formada poderia concorrer vagas no concurso público por todo o país,
(estados e municípios).Isso ajudaria na falta de profissionais de educação, pra
mim é uma excelente medida, imagina só, você faz uma única prova e pode
trabalhar em qualquer parte do país , assim como funciona o Enem,você escolhe
por onde quer caminhar, estão a um clique de você decidir o seu estado e
município.Até, aqui sou muito a favor pois ajudaria mesmo a educação, ajudaria
os universitários que acabaram de se formar, ajudaria a suprir a falta de
professor pelo o pais.Pra mim isso é um excelente mecanismo como gerador de
oportunidade na educação pública brasileira.
Mas tirando a idéia geral, me restam
dezenas de dúvidas as quais não vi nenhum sindicato nacional de docentes, ou
estadual ou até mesmo municipal começarem a discutir estas coisas. Não
encontrei artigos na web sobre o assunto. Há alguns problemas e dúvidas de como
na prática isso vai ocorrer afinal afeta muita gente e muitas outras coisas
além do orçamento.
Como não achei nenhuma informação
detalhada da prática do novo sistema veja aqui algumas considerações;
X (Atualmente temos vagas não
preenchidas para professores no Brasil)
Y (Pessoas que são formandas e
não atuam na área)
Z (Pessoas que atuam com um
matrícula)
J (Pessoas que trabalham com duas
matrículas)
> (maior)
O que eu quero dizer é o
seguinte; veja como é hoje
X > Y
X > Z
X > J
E depois deste novo molde para
fazer concurso, como vai ficar? Veja um pequeno exemplo para você compreender
que eu quero dizer...
Hoje cada profissional deste pode
ter duas vagas de atuação, uma no município e outra no estado por exemplo. E
depois do novo sistema ele além de tudo poderá escolher por onde atuar. Veja um
exemplo simples;
Entra na universidade nestes
cursos de licenciatura 100 alunos por ano, vamos aborda apenas uma disciplina
para enxugar o
texto. Neste caso, no curso de
matemática.Uma área qualquer.
Temos em vacância 150 vagas no
Brasil para o curso de matemática.
Olha só, se daqui a uns três anos
cerca da metade dos que entraram se formarem, temos formados total de 50 alunos.
Sendo que cada formado poderá ter até duas matrículas, pois neste programa
haverá unificação entre as vagas dos estados e municípios. Fazemos que estas optem por dois cargos. Então vamos ter 50 pessoas
ocupando 100 cargos.
Logo neste primeiro período de
pessoas formadas.
Ainda
restariam 50 vagas não preenchidas. Tudo bem, até aqui não houve
problema, mas na medida que o sistema vai gerindo mais gente vai entrando no
mercado de trabalho mas não necessariamente mais vagas de emprego vão se abrir.
E o grande problema está aqui, o
governo está montando uma medida de resultados rápidos e pouco duradouro pelo o
visto.
E com o passar do tempo vai haver uma inversão:
Y > X
Z > X
J > X
As dúvidas são as seguintes:
- Como controlar para que o inverso não ocorra daqui alguns anos?
- Como vai ficar o salário, vai ficar no piso salarial? Vai ter um aumento neste piso? Cada estado e município vai ainda controlar estes valores? E se as pessoas optarem por salários maiores apenas não teria sentido a nova medida, continua um buraco na falta de professores.
- Haverá um estudo sério antes de implantar a medida, afinal com a quantidade de vagas nestes cursos que se abrem, quando vamos chegar ao ideal de gente formada, aproximadamente? E as pessoas que se aposentam, não vai influenciar na conta?
- Vamos acabar com a segunda matrícula? E quem já tem vai perder?
- Vai continuar com duas matrículas e uns terão direito e outros não ?
- Todos vão ter direito? Caso alguns tenham direito a exercer a matrícula dupla quem poderá e quem não poderá? Como será selecionado isso?
- Cada estado e município trabalham de uma forma na questão de benefícios, por exemplo, uns ofertam transporte outros pagam bolsa transporte e outros não fazem nenhum dos dois. Como será a questão dos benefícios?Serão ainda diferentes, iguais?Se caso fica igual quem vai custear, afinal tem estado e município mais rico e pobre que outros.
- A única coisa que vai mudar será o mecanismo de entrar e todo o resto vai ser da mesma forma, mas e os que não entraram através do novo sistema como vão ficar?Ao longo dos anos vai ter incentivo para estes se aposentarem?
- Hoje através de programas do Governo Federal existe um incentivo de quem cursar licenciatura pode pagar com carga horária de serviço ao governo. O programa vai continuar? Até quando? O selecionado que faz parte do programa que o governo custeia sua faculdade, neste concurso público através do novo mecanismo poderia está pagando esta dívida? Ou ele não poderia já que é um concurso e não um mecanismo de “recebimento de dívidas” do governo.
- Não cogitei idéia de processos de emprego/concursos para universidades sejam da mesma forma, mas caso fosse como funcionaria? Haveria também incentivos para formar novos mestres e doutores? Ou vai apenas ter graduandos?Caso seja apenas os graduandos não atrapalharia o sistema de pesquisa brasileiro?
- Qual o ministério ficaria responsável por este mecanismo novo? Daria conta? Vazaria provas ou informações pessoais de candidatos que nem ocorreu no ENEM?
- Qual o valor estimado do novo sistema? Quais estados vão adotar?Quais municípios vão adotar?
- Qual serão as regras, benefícios e incentivos aos municípios e estados para entrar neste sistema e largar de prestar concursos do jeito atual?
- Caso o selecionado escolha um estado ou um município e depois do estágio probatório queira mudar ele poderá? Só se estiver no mesmo estado? Ou no mesmo município? Ou não poderá?E se puder vai receber qual salário? E seu tempo de carreira?
- Quais serão os anos de diminuir este processo de grande escala de formar os profissionais desta área vai ter expansão para outras áreas? Da mesma forma?
- A perspectiva de entrar nestas vagas serão distribuídas por região?Caso seja como ocorrerá? Todos os inscritos na prova já estarão concorrendo no novo sistema?Qual é a logística por trás disso?
- Vejamos que pessoas que prestam ENEM atualmente selecionam para estudar em outros estados/municípios ,nem sempre quem é selecionado acaba se mudando para estudar lá.Com isso ocasiona ainda vagas abertas,sem preenchimentos, mesmo com a quantidade de alunos interessado em te-las sendo maior.Gera classificação,e várias outras reclassificações.Se este mecanismo também for falho nesta questão, terá pontos positivos tê-lo implantado?
- Quando o governo vai desmembrar melhor esta idéia? Quando a sociedade organizada por um todo vai está sujeita a estas mudanças?
- No processo de seletivo ocorrerão quantas vezes por ano? Haverá cadastro reserva?Lista de espera por meses?Ou por se tratar de um concurso público terá validade de dois anos? Quem não estiver classificado dentro das primeiras vagas que serão chamadas precisarão refazer a prova para continuar?
- A prova que definirá quem se classificou neste concurso público acarretará de qual forma? Afinal muita provas hoje em dia segue uma legislação estadual, municipal na questão de regionalismo.Vai acabar com estas peculiaridades?
- Vai se acabar com o contratos nas áreas? Tanto nos município e estados?
- No caso o FIES para a área de licenciatura vai acabar este financiamento?Com os anos vai diminuir a tão sonhada e conquistada democratização da universidade pública?Já que boa parte dos IFS tem licenciatura e são parte desta demanda de expansão?
- As pautas acima visam um coletivo de cursos, mas veja que oculto,tem áreas mais concorridas do que outras, conseqüentemente as áreas de humanas e afins serão as primeiras a se esgotar neste concurso.E as áreas de ciências exatas,se caso se esgotar, que é o provável, mesmo não sendo na mesma velocidade que as outras poderá afetar uma série de casos.Veja só, um professor se cursar mais um pequeno período vira engenheiro, e a área dele satura, o esperado é que ele migra, com isso vai afetar os futuros engenheiros.A demanda também cresce.
Toda a questão
acima por mim levantada foi me baseando em uma entrevista que vi a umas semanas
do Governo Federal. Compreendi que será do mesmo formato do que ocorre com o
ENEM.Será que estou tentando pensar além ou não há de fato tantos problemas
como estou vendo?
Se tiver
problemas por que os sindicatos ainda não começaram a pensar sobre, ou as
entidades envolvidas? Por que os estados ou municípios não estão falando do
novo sistema já que o governo em uma entrevista diz já adotar em 2013.Por fim,
caso você concorde, discorde ou saiba me informar melhor envie para,
johneshebert@yahoo.com.br.