O Inaf, produzido pelo Instituto Paulo Montenegro e a organização não
governamental Ação Educativa, mostrou, ainda, que apenas 35% das
pessoas com ensino médio completo podem ser consideradas plenamente
alfabetizadas e 38% dos brasileiros com formação superior têm nível
insuficiente em leitura e escrita. "A nossa sociedade não é leitora. A
leitura está mudando de lugar e forma e, às vezes, as dificuldades que
as pessoas têm são principalmente pela falta de interação com um
determinado tipo de texto", explica Maria Luiza. Segundo ela, as escolas
ainda não conseguiram se adaptar ao novo tipo de aluno, que ingressou
com a universalização do ensino.
Demonstrando que o Brasil não é um país de leitores, a pesquisa
Retratos da Leitura, divulgada em março deste ano, apontou que 75% dos
brasileiros nunca frequentaram uma biblioteca. Além disso, a 33% da
população disse que não tem nada que o motive a frequentar o espaço de
estudo. Para apenas 20% dos entrevistados, a existência de livros novos é
considerada um atrativo, 17% declararam que frequentariam mais as
bibliotecas se elas ficassem perto de onde moram e 13% se elas tivessem
livros mais interessantes.
O desafio
Maria Luiza aponta que é necessária a criação de iniciativas em sala de aula para manter os alunos interessados. "Muitas vezes, os alunos vão embora sem deixar a sala", diz, se referindo à desatenção ao conteúdo trabalhado. Para ela, é necessário que se reúnam as melhores estratégias de cada método de alfabetização - deve-se trabalhar a relação letra e som e contextualizar o aprendizado. "É importante que se faça isso na escola, pois o aluno, muitas vezes, não tem esse tipo de experiência em casa", aponta.
Maria Luiza aponta que é necessária a criação de iniciativas em sala de aula para manter os alunos interessados. "Muitas vezes, os alunos vão embora sem deixar a sala", diz, se referindo à desatenção ao conteúdo trabalhado. Para ela, é necessário que se reúnam as melhores estratégias de cada método de alfabetização - deve-se trabalhar a relação letra e som e contextualizar o aprendizado. "É importante que se faça isso na escola, pois o aluno, muitas vezes, não tem esse tipo de experiência em casa", aponta.
Para a pedagoga, a alfabetização já esteve em maior evidência nas
discussões sobre educação. Ela acredita que a preocupação se tornou mais
genérica, focada em resultados como o Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica, que mostrou, neste ano, avanço nos anos iniciais e
finais do ensino fundamental.
A Síntese dos Indicadores Sociais (SIS) do IBGE - análise baseada
principalmente em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(Pnad) 2010 - indica que, em 2009, 9,7% dos brasileiros com 15 anos ou
mais eram analfabetos, o equivalente a 14,1 milhões de pessoas. A Pnad
mostra, ainda, que um em cada cinco brasileiros de 15 anos ou mais
(20,3% do total) são analfabetos funcionais.
Mas o desafio não é apenas do Brasil. Nos Estados Unidos, uma
pesquisa do Centro Nacional para Estatísticas da Educação divulgada em
2009 mostrou que aproximadamente um a cada sete americanos - 14% - têm
baixa alfabetização e seriam incapazes de compreender textos complexos.
Década para a Alfabetização
O ano de 2012 encerra a Década das Nações Unidas para a Alfabetização, lançada em 2003 e coordenada pela Unesco, que criou o slogan "Alfabetização como Liberdade". Em 2005, o órgão lançou a Iniciativa de Alfabetização para o Empoderamento. O objetivo da Educação para Todos - parte dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio lançado pela ONU em 2000 -, de aumentar para 50% os níveis de alfabetismo até 2015, é o objetivo geral para Década da Alfabetização.
O ano de 2012 encerra a Década das Nações Unidas para a Alfabetização, lançada em 2003 e coordenada pela Unesco, que criou o slogan "Alfabetização como Liberdade". Em 2005, o órgão lançou a Iniciativa de Alfabetização para o Empoderamento. O objetivo da Educação para Todos - parte dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio lançado pela ONU em 2000 -, de aumentar para 50% os níveis de alfabetismo até 2015, é o objetivo geral para Década da Alfabetização.