Documento preparado pela SBF em parceria
com o CGEE e apoio da FINEP apresenta censo da comunidade de Física no
Brasil e sugere caminhos para estimular a inovação tecnológica
relatorio-sbf-cgee-noticiaJá faz anos
que o governo brasileiro tenta estimular uma indústria nacional de alta
tecnologia, permeada pelo conceito de inovação. Agora, uma contribuição
importante emanada da própria comunidade científica pode ajudar a fazer
essa “ligação direta” entre a pesquisa e a indústria, com um
planejamento estratégico efetivo.
Um documento produzido pela Sociedade
Brasileira de Física (SBF), em parceria com o Centro de Gestão e Estudos
Estratégicos (CGEE), com apoio da FINEP (Financiadora de Estudos e
Projetos) pode começar a desfazer o véu de mistério que existe no
estímulo a uma conexão efetiva entre o setor produtivo e a academia.
O relatório “A Física e o desenvolvimento nacional” é fruto de um longo trabalho, que envolveu a produção de um livro sobre as perspectivas dos diversos ramos da Física no Brasil nos próximos cinco anos e a realização de dois grandes workshops, ocorridos entre o fim do ano passado e fevereiro deste ano com a participação de pesquisadores, representantes do governo e grandes player corporativos. Sua meta básica é diagnosticar os desafios e apontar soluções para introduzir melhor os físicos (e o potencial inovador que vem com eles) na indústria brasileira.
O relatório “A Física e o desenvolvimento nacional” é fruto de um longo trabalho, que envolveu a produção de um livro sobre as perspectivas dos diversos ramos da Física no Brasil nos próximos cinco anos e a realização de dois grandes workshops, ocorridos entre o fim do ano passado e fevereiro deste ano com a participação de pesquisadores, representantes do governo e grandes player corporativos. Sua meta básica é diagnosticar os desafios e apontar soluções para introduzir melhor os físicos (e o potencial inovador que vem com eles) na indústria brasileira.
“É um passo fundamental, ainda que
inicial, para que consigamos alavancar essa relação tão importante para o
futuro do país”, diz Celso de Melo, presidente da SBF. “Esperamos que a
este relatório sigam-se outros, de forma que tenhamos subsídios para um
planejamento estratégico efetivo e sempre atual para a Física
brasileira, em favor do desenvolvimento.”
CENSO DA FÍSICA
Uma das grandes virtudes do novo
trabalho foi basear suas conclusões num censo detalhado, que retrata a
atual organização da comunidade de física no Brasil. Estima-se que hoje
no país o número total de físicos seja da ordem de 10 mil, com 20% dele
composto por estudantes de graduação.
O censo revelou como ainda há espaço
para expansão da presença de cientistas dentro das grandes empresas. Dos
2.651 mestres e doutores com emprego formal no Brasil (dados de 2009),
apenas cerca de 270 exerciam atividades na área de Pesquisa,
Desenvolvimento e Inovação (PD&I) em empresas ou entidades sem fins
lucrativos.
“Estes físicos, em sua maioria, atuavam
em setores prioritários da política industrial, tecnológica, de serviços
e de comércio exterior. As principais ocupações se relacionavam com
atividades econômicas associadas à indústria extrativa e à de
transformação, atividades profissionais científicas e técnicas e à
defesa, sendo que o número de físicos nas três primeiras áreas
correspondia a cerca de 10% do de engenheiros”, diz o relatório.
O mapeamento da comunidade mostrou que
há um equilíbrio entre físicos teóricos e experimentais – 35% do total
nos dois casos –, com outros 26% dedicados ao ensino. Os 4%
remanescentes se encontram em atividades de gestão.
DIVISÃO DE RESPONSABILIDADES
Durante muito tempo, a comunidade
científica simplesmente ignorou sua baixa presença na indústria,
argumentando simplesmente que não havia interesse por parte do setor
produtivo.
“Era como se os físicos fossem os heróis
e salvadores da pátria e a indústria que teria ficado devendo o dever
de casa”, afirma Eduardo do Couto e Silva, físico do CGEE e coordenador
do relatório. “Não é bem assim. É uma questão de necessidade do país o
fomento da ciência e tecnologia aliado ao aumento de competitividade das
empresas. Todos que podem contribuir diretamente, como é o caso da
física, deveriam fazê-lo pelo interesse de ter um país melhor. Não é
simplesmente olhar para a indústria, mas importante também é a física
perceber que pode ter um impacto na vida dos brasileiros.”
Para permitir esses avanços, o documento
sugere caminhos a serem trilhados, por meio de recomendações claras e
de implementação rápida.
São elas: estimular a criação de centros
de excelência em parceria com as empresas, criar um observatório de
Física para a inovação, fazer uma autoavaliação da Física brasileira a
cada cinco ou dez anos para subsidiar um planejamento estratégico,
identificar com precisão o número de físicos nas empresas e sua
titulação e o dos pesquisadores em instituições de ensino que realizam
parcerias com as empresas, estimular a participação da Física brasileira
em programas internacionais de pesquisa e atividades
multidisciplinares, criar programas de estágio nas empresas para
estudantes de Física e disseminar o potencial de empregabilidade dos
físicos nos Institutos de Ciência e Tecnologia (ICT) e nas empresas.
Para ler a íntegra do trabalho clique aqui.
Fonte: SBF
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